Obviamente depende de vários fatores e são precisamente essas variáveis que vamos esmiuçar.
- Para começar, é preciso ter em conta o tipo de treino que se faz, dado que fazer um treino de uma hora e meia numa zona plana a ritmo de passeio é totalmente diferente de fazer um de três ou quatro horas com 2.000 ou 3.000 metros de desnível. O tipo de treino que fizermos vai determinar o tempo de recuperação necessário.
- Outro fator que também varia é o nível de forma do ciclista. Ou seja, quanto mais treinado estiver, melhor será a sua recuperação e assimilação do esforço.
- Obviamente o estilo de vida que adotamos tambem influencia a recuperação. Variáveis como a nutrição, as horas de sono, o stress acumulado, a vida laboral e pessoal influenciam a recuperação depois de um treino. Por isso, costumamos dizer que é um processo individual.
- Outra variável é o estilo de treino. Um atleta que leva o treino a sério consegue acumular fadiga durante vários treinos consecutivos sem que isso o afete em demasia, enquanto alguém não habituado dificilmente o conseguirá.
Em suma, se o plano de treino que seguimos não for muito exigente, não há problema em treinar durante vários dias consecutivos. Mas em regra, se já tens um bom nível, aconselhamos reservar pelo menos um dia de descanso total durante a semana. Se o teu nível for médio, sugerimos dois dias de descanso. Os tempos de recuperação oscilam entre as 24 e as 72 horas em função do tipo de treino. Se os treinos forem a ritmo médio/baixo (65-75% da FC máxima) e não muito longos (menos de 3 horas), a recuperação ocorre em 24 horas, desde que consigamos fazer uma reposição do glicogénio consumido.
Quando essa duração se prolonga por mais de 3 horas e meia ou se adicionarmos vários esforços acima dos 85% da FC máxima, a recuperação total não ocorrerá antes de 48 horas. Em casos onde o nível de fadiga é elevado (provas, séries muito intensas ou voltas muito longas), a recuperação total pode prolongar-se até às 72 horas. Nestes casos, a recuperação pode ser acelerada se, em vez de deixarmos totalmente de parte a bicicleta, fizermos um treino curto e ligeiro (a baixa intensidade), ou seja, aquilo a que chamamos recuperação ativa.
