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No rolo de treino desenvolves menos watts? Não stresses, é normal

Há três razões fundamentais para que no rolo não sejamos capazes de produzir os mesmos watts de potência do que quando treinamos no exterior. É perfeitamente normal. 

Miguel Ángel Sáez

No rolo de treino desenvolves menos watts
No rolo de treino desenvolves menos watts

Vários leitores das nossas revistas (BIKE e CICLISMO A FUNDO) já nos perguntaram se é normal que os watts quando treinam no rolo sejam inferiores aos registados quando treinam no exterior. Alguns até pensam que o rolo está mal calibrado. 

Mesmo que o calibres várias vezes seguidas, é normal isto acontecer. A diferença costuma situar-se entre os 5 e 7% e a perceção de esforço é maior numa determinada potência em esforços perto do máximo. Estas diferenças devem ser tidas em conta, sobretudo para aqueles que levam o treino a sério, e não deve ser um motivo de ansiedade ou stress. 

Estes são os motivos que geram estas diferenças. 

1. POSIÇÃO MAIS ESTÁTICA 

No rolo a bicicleta está numa posição estática, por isso movemo-nos menos quando estamos a pedalar. Na prática, o gesto é repetitivo (pedalar sentado), sem alteração de posição. Isto acelera a fadiga muscular e, biomecanicamente, reduz os ângulos a partir dos quais podemos aplicar força complementar, como balancear o corpo, movimentar os braços para inclinar a bicicleta, etc. 

2. PIOR TERMORREGULAÇÃO

Geralmente, quando treinamos no rolo passamos mais calor e a temperatura corporal tende a aumentar mais do que quando treinamos no exterior, o que prejudica o nosso desempenho, dado que a temperatura elevada reduz a capacidade de contração dos nossos músculos, e o nosso coração está mais preocupado em arrefecer o organismo do que a responder a outros estímulos. Além disso, a desidratação também desempenha um papel fundamental, dado que treinar num ambiente fechado, acelera a sudação. 

3. MENOS MOTIVAÇÃO

Por último, embora não menos importante, temos de considerar o aspeto da predisposição ao esforço. Num ambiente indoor, sem referências em termos de espaço nem metas ou estímulos visuais como a montanha ou a estrada, a nossa predisposição ao esforço intenso diminiu, reduzindo automaticamente a nossa potência gerada. Pode parecer absurdo, mas a motivação afeta bastante a capacidade de render a intensidades elevadas e o treino no rolo pode ser, para muitos, um autêntico tormento. 

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