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Vais pedalar à chuva? Conselhos para ti e para a tua bike

Há quem pedale durante todo o ano (como nós), inclusive quando está a chover. Como é óbvio, a condução da bicicleta em piso lamacento deve ser diferente e deves ter cuidados redobrados com alguns componentes.

Vais pedalar à chuva? Conselhos para ti e para a tua bike
Vais pedalar à chuva? Conselhos para ti e para a tua bike

Andar de bicicleta no Inverno tem algumas particularidades e o frio é apenas uma pequena parte da equação. Com a roupa adequada, o frio não é um problema, mas a lama pode tornar a tua volta de BTT ainda mais interessante, mas também mais exigente tecnicamente e pode - como costuma acontecer com frequência - requerer cuidados redobrados em alguns componentes. Mas vamos por partes.

Primeiro vamos dar-te algumas dicas para que possas pedalar com mais confiança em pisos com alguma lama e água. Primeiro, deves ter em conta que no nosso país existem diferentes tipos de piso e diferentes capacidades de absorção da chuva. A lama não é igual no Algarve e no Minho. O solo arenoso ou mais compacto, com vegetação e rochas torna tudo diferente, por isso sugerimos, sobretudo, cuidado e uma condução preventiva.

CONDUÇÃO DA BICICLETA

1. VELOCIDADE

Quanto mais rápido enfrentares uma zona enlameada, melhor, porque assim a inércia proporcionará estabilidade. Parece contraproducente, mas funciona. Deves, obviamente, ir com o corpo relaxado e absorver eventuais mudanças de direção súbitas e solavancos. 

2. CONCENTRAÇÃO

Deves estar sempre atento e preparado para perder tração e para perder capacidade de travagem. Além disso, é normal que a direção mude repentinamente e surjam escorregadelas imprevisíveis. Se o fizeres conscientemente e sem medo, verás que conseguirás atravessar a maior parte das secções enlameadas.

3. RELAXAMENTO

Deves estar relaxado, mas alerta, improvisando continuamente e procurando um equilíbrio entre dirigir a bicicleta e deixá-la ir por onde ela quer.

4. POUCA CADÊNCIA

Convém que a pedalada seja feita com pouca cadência (cerca de 60 ou 70 pedaladas por minuto) para ter tração.

5. CONTROLO DOS TRAVÕES

Travar em cima de zonas muito enlameadas irá fazer com que não consigas manter a direção que queres, por isso é preferível travar antes ou depois dessa zona, mas nunca durante uma curva ou uma mudança de direção.

6. REPARTIÇÃO DO PESO

O teu peso deverá estar centrado sobre os eixos da bicicleta, e o mais junto ao selim possível.

CUIDADOS A TER COM A BICICLETA APÓS UMA "BARRIGADA DE TRILHOS ENLAMEADOS"

Fazer uma boa manutenção da bicicleta é o segredo para a durabilidade dos componentes, especialmente em tempo chuvoso.

1. PEDAIS

Geralmente é das tarefas mais aborrecidas com que nos podemos deparar. Se usas pedais automáticos sabes de antemão que estes têm tendência para ficarem cheios de lama, dificultando o encaixe dos cleats. Se usas pedais de plataforma, estes podem converter-se numa autêntica pista de patinagem. Existe solução? Bem, existem alguns truques. Se usas cleats procura uns pedais que tenham mais espaço para a evacuação da lama. E se utilizas pedais de plataforma certifica-te de que têm parafusos ou pinos para que os sapatos agarrem o melhor possível. Neste caso a tua própria experiência determinará com quais te sentes mais confortável.

2. SECAGEM

Se já fizeste tudo o que estava ao teu alcance, como colocar o guardalamas no seu devido sítio, bem como uma lavagem depois da volta de bicicleta, deves depois comprovar se a corrente está oxidada, se os travões chiam e se o pedaleiro ou a direção estão perras. Geralmente isto acontece porque nos esquecemos de lavar bem e secar convenientemente a bicicleta nas zonas mais críticas. Uma limpeza nunca está completa até que tudo esteja bem seco. Arranja um pano absorvente e seca bem. A oxidação é sempre sinónimo de um mau funcionamento. Não te esqueças de lubrificar com óleo específico e de colocar massa nas zonas críticas

3. CABLAGEM

O tato das mudanças e dos travões (se forem mecânicos) ficará seriamente comprometido pela entrada de micro-partículas no interior das bichas. Uma limpeza no final da temporada da chuva é altamente recomendada. E uma desmontagem e lubrificação periódica quando notamos que perdem alguma eficácia é algo a que iremos dar valor quando voltarmos a andar. Faz uma diferença enorme!

4. A HORA DO BANHO

Finalizada a nossa jornada é provável que pensemos em tomar um bom banho e ingerir uma bela refeição acompanhada por uma cerveja. Mas é melhor pensares duas vezes... Jamais deves deixar a bicicleta com uma camada de lama que se note na transmissão e travões (principalmente). Uma mangueirada com pouca pressão e evitando os rolamentos demora apenas 5 minutos e evitará problemas futuros, incluindo despesas acrescidas. Se optarmos por uma lavagem com água à pressão (numa gasolineira, por exemplo), nunca devemos aproximar a pistola a menos de 50 cm. E não te esqueças da parte de baixo do tubo diagonal, pois costuma acumular bastantes detritos. 

5. LUBRIFICAÇÃO

Isto também nos acontece. Por vezes pensamos: "bem, isto aguenta até à próxima volta". Mas não é bem assim. Lubrificar é o único "alimento" que a bicicleta nos pede e uma correta lubrificação é o segredo para um bom funcionamento. A corrente é o elemento principal e o que sofre uma maior perda, pelo que é necessário lubrificá-la antes de cada saída. O desviador traseiro também precisa da sua "ração de comida" de vez em quando. Outros elementos como a direção, os cubos e o eixo pedaleiro devem ser lubrificados com maior periodicidade, mas também são igualmente importantes. Se não sabemos (ou não queremos) desmontar estes componentes, podemos ir a uma loja especializada, pois é uma tarefa barata e realmemte importante. 

6. FERRAMENTAS

Por último devemos saber que existem ferramentas específicas para a limpeza da bicicleta que são muito úteis quando existe lama no meio da equação. Uma boa escova para limpar a zona da cassete ou um kit de limpeza da corrente são baratos e tornam-nos a vida muito mais simples. Investe em diversão e poupa tempo e dinheiro. 

7. TRAVÕES

Os travões perdem alguma da sua eficácia com a água. Além de limpá-los bem após terminarmos a nossa volta damos aqui um conselho que é especialmente útil para quem quer um funcionamento otimizado dos travões. Em regra as pinças de travão vêm montadas com pastilhas orgânicas. Estas demoram mais a aquecer e oferecem um rendimento menor. Podemos perguntar na nossa loja de eleição quanto custam umas metálicas ou semi-metálicas. Em determinados momentos são um pouco mais ruidosas, mas oferecem um tato muito mais direto. 

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