Todos os detalhes da nova Trek Fuel EXe (COM VÍDEO)

Estivemos na apresentação oficial da nova Trek Fuel EXe, perto de Munique (Alemanha) onde tivemos a oportunidade de conhecer de perto o desenvolvimento deste modelo que muda o paradigma das e-bikes leves de BTT. A conceção deste novo modelo partiu do zero e para tal contaram com um parceiro inédito na indústria para o sistema elétrico, ainda para mais numa ebike que pertence à categoria "light" e que se posiciona entre a impressionante Trek Rail e a rápida e-Caliber. 

Tem um motor menos potente, mas mais leve do que a Rail e uma bateria com mais capacidade do que a e-Caliber. O objetivo é ser uma bicicleta de trail leve, suave e silenciosa, com uma pedalada muito natural. Inclui rodas de 29 polegadas e 150 mm de curso na roda dianteira, bem como 140 mm na traseira. 

Geometricamente, é muito equilibrada, com uma direção lançada (64,7º) para fazermos descidas em segurança e um tubo vertical com 76,7º, para pedalarmos com o corpo adiantado. Através dos MinoLinks podemos escolher duas geometrias possíveis, uma mais alta e ágil, e outra mais baixa e estável. Além disso, podemos convertê-la numa mullet, com uma roda traseira de 27,5 polegadas. Neste caso, a geometria deve ser configurada no modo "High". 

Há quase quatro anos, quando a TQ surgiu no Eurobike com uma pequena tenda na parte externa da feira, foi estabelecido o primeiro contato oficial entre a TREK e esta empresa. Nessa altura, a empresa alemã já estava ligada, embora de modo pouco conhecido, ao mundo das bicicletas, graças ao motor TQ HPR120S, mais conhecido como FlyON, com um torque de 120Nm. Claro que a ideia da Trek era outra e passava por obter um parceiro que permitisse ajudar a desenvolver o modelo que aqui mostramos, isto é, uma ebike de BTT leve, com um peso a rondar os 18 kg, com uma pedalada natural e com um motor o mais pequeno possível, de modo a criar uma bicicleta que transmita as sensações naturais de uma BTT tradicional. E assim nasceu o TQ HPR50. 

A Trek tem consciência que a maioria dos utilizadores de ebikes convencionais raramente usam os modos de assistência mais altos nos seus motores, por isso não há necessidade de transportar potência e peso a mais. O motor HPR50 tem um desenho minimalista que passa despercebido e tem 50 Nm de torque. 

Uma das particularidades deste motor, e que lhe proporciona estas dimensões compactas e a aparência, é o seu sistema de engrenagem harmónica ou Pin Ring. Este design, utilizado por exemplo nas rodas dos veículos lunares, baseia-se em dois anéis de rotação concêntrica, em vez dos habituais carretos dentados ou transmissões por correia. Um anel roda à volta de outro através de uma conceção elíptica que cria a desmultiplicação necessária para transformar as altas rotações do motor numa cadência adequada. A vantagem deste sistema é que é mais silencioso, não tem folgas e há menos peças sujeitas a desgaste. 

Tony Rossberger, TQ: “O nosso sistema Pin Ring faz com que todos os dentes do sistema estejam permanentemente em contato, ao contrário de outros sistemas onde poucos dentes entram, de facto, em contato uns com os outros. Isto permite baixar o peso, é mais preciso e prescinde de polias que possam originar problemas em termos de manutenção”.

O funcionamento do motor é impressionante, aliás é dos melhores que já testámos até à data. Não faz ruído quando a assistência é ativada nem se ouvem peças soltas quando vamos rápido numa descida. A assistência é super suave, muito progressiva e natural, sem acelerações nem cortes repentinos. Inclusive quando usamos o máximo torque é muito silencioso, fazendo-nos esquecer que estamos a pedalar numa elétrica. Aliás, ouvimos mais os pneus a rolar no terreno do que o próprio motor, e neste aspeto está alguns furos acima dos restantes motores que conhecemos. 

A bateria está integrada no quadro e tem uma capacidade de 360 Wh. Podemos andar entre 2 a 5 horas, segundo as estimativas da Trek. O conjunto composto pela bateria e motor pesa 3,9 kg, ou seja, 2,5 kg a menos que o conjunto Bosch da Trek Rail e 500 gramas a menos do que o Fazua da e-Caliber. Um valor surpreendente. O peso da bicicleta completa nesta Fuel EXe 9.9 XX1 AXS, no tamanho M sem pedais é de 18,8 kg. 

Se precisarmos de mais autonomia podemos colocar um "Range Extender", ligando-o à entrada de carregamento, com uma capacidade de 160 Wh, proporcionando 40% de energia adicional, ou seja, entre 1 a 2 horas a mais. O peso do extender ronda os 900 gramas. 

A bateria principal pode ser recarregada diretamente ligando a bicicleta a uma tomada de eletricidade. Se preferirmos, podemos retirá-la do quadro, através da tampa situada na parte inferior do tubo diagonal. 

O display TQ integrado possui um botão On/Off e inclui quatro menus com dados: 

• Percentagem de bateria restante e tempo de uso estimado.
• Autonomia em quilómetros e tempo estimado.
• Velocidade atual e velocidade média.
• Potência exercida pelo rider e potência da assistência.

Tem três modos de assistência, que podem ser selecionados a partir do comando localizado no guiador e um modo "walk assist". No modo mais alto, talvez seja curto quando estamos nas subidas mais inclinadas. Não é a típica bicicleta elétrica que faz todo o trabalho por nós, ou seja, obriga-nos a alterar a desmultiplicação procurando a mudança certa e adotando velocidades mais baixas em subida. 

Em qualquer caso, as assistências são personalizáveis a partir da aplicação Trek Central, onde também é possível gravar tracks e monitorizar a pressão das rodas e das suspensões. Isto porque o motor não é o único componente elétrico desta Fuel EXe 9.9. 

Tem sensores de pressão TireWiz nas rodas e AirWiz nas suspensões. Estes sensores ativam-se automaticamente com o movimento da bicicleta e após emparelhados com a aplicação da Trek ou da SRAM, ajudam-nos a encontrar as pressões adequadas. Em andamento indica-nos através de um Led se estão no rácio adequado ou se temos de fazer um reajuste. Se a luz LED estiver verde significa que a pressão é a correta e se estiver vermelha precisamos de reajustar. 

As suspensões desta versão são as topo de gama da RockShox, ou seja, a suspensão Lyrik Ultimate com o novo cartucho Charger 3 e os buttercups antivibrações. Tem ajustes independentes de compressão em alta e baixa velocidade, sem bloqueio. O amortecedor é um Super Deluxe Ultimate RCT2, com os mesmos ajustes e com um comando de bloqueio. Tanto a suspensão como o amortecedor são muito suaves e a bicicleta fica literalmente "colada" ao chão. A traseira é um pouco mais firme, para uma pedalada mais efetiva, mas aproveita bem todo o curso disponível.

Na verdade, esta Trek tem grandes virtudes em descidas, demonstrando uma grande agilidade e mantendo uma boa postura de pedalada. As mudanças também são eletrónicas, neste caso são as SRAM XX1 Eagle AXS e o próprio espigão telescópico Reverb AXS também é eletrónico, com manípulos sem fios. O manípulo em vez de ter uma pilha possui um cabo, recorrendo à própria bateria da bicicleta em termos de energia. Assim não temos de nos preocupar com mais este pormenor. 

Estará disponível em 6 versões, todas com o mesmo quadro de carbono OCLV Mountain em 4 tamanhos, com preços entre os 6.499€ e os 14.999€. 

• Trek Fuel EX-e 9.5, 6.499€
• Trek Fuel EX-e 9.7, 7.999€
• Trek Fuel EX-e 9.8 GX AXS, 10.999€
• Trek Fuel EX-e 9.8 XT, 9.499€
• Trek Fuel EX-e 9.9 XTR, 12.999€
• Trek Fuel EX-e 9.9 XX1 AXS, 14,999€

Poderás saber mais informações em www.trekbikes.com.