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Teste grupo eletrónico SRAM Force eTap AXS

O Force eTap AXS é o segundo grupo a contar do topo na hierarquia da marca norte-americana, logo a seguir ao Red eTap AXS usado em alta competição, mas inclui as mesmas mais-valias, como a engrenagem perfeita das mudanças, o auto-alinhamento da corrente e a possibilidade de personalizar, através da aplicação da marca, todo o sistema.

Teste grupo eletrónico SRAM Force eTap AXS
Teste grupo eletrónico SRAM Force eTap AXS

O Force destaca-se face às marcas rivais devido ao seu sistema totalmente sem fios, recorrendo a uma encriptação da comunicação wireless entre as manetes e os desviadores e, claro, é muito mais barato do que o Red. É a transmissão ideal para todos aqueles que querem dar o salto, passando de uma transmissão mecânica para uma eletrónica, não só pela fiabilidade, mas sobretudo pela simplicidade de utilização e polivalência.

Como não podia deixar de ser num grupo SRAM, todo o sistema é wireless, o que significa que não há cabos nem fios, excepto, obviamente, as mangueiras dos travões hidráulicos. Há inúmeras mais valias nas transmissões eletrónicas, como a comutação sempre perfeita das mudanças (as desafinações são algo do passado), a autocorreção do sistema, a leveza, a elevada tecnologia envolvida e a ausência de ruídos parasitas.

manete
 

E como podemos personalizar ao nosso gosto (basta aceder à aplicação da marca e emparelhar), temos acesso a um mundo totalmente novo. No entanto, destacamos que se não quiseres emparelhar a aplicação, o sistema funciona na mesma e com muito brio. A comutação das mudanças faz-se tal e qual um grupo mecânico da marca norte-americana, ou seja, carregamos simultaneamente no botão da manete direita e no da manete esquerda se quisermos atuar o desviador dianteiro (quer no sentido superior ou inferior) e se quisermos colocar uma mudança mais pesada no desviador traseiro, clicamos no botão da manete direita enquanto se pretendermos uma mais leve clicamos no botão da manete da esquerda. Tudo muito simples, prático e intuitivo. Deste modo, mesmo que usemos luvas mais grossas de Inverno, não nos enganaremos como acontece, por vezes, com o sistema de comutação de mudanças Shimano, que possui dois botões em cada manete.

desviador dianteiro
 

Apesar de em ciclismo de estrada os sistemas de prato duplo (na pedaleira) serem os mais comuns, o Force eTap AXS é compatível com 1x e 2x. E no caso da pedaleira que testámos inclui um medidor de potência Quarq, da própria SRAM, que permite saber – através de um ciclocomputador compatível – vários dados em termos de cadência, potência e, a partir daí, aprimorar o nosso treino.

Além disso, permite saber se existem assimetrias na pedalada – por exemplo, aplicar mais força numa perna do que na outra, o que poderá indicar alguma lesão ou identificar a necessidade de correção ortopédica -. Este potenciómetro é muito pequeno, fiável e está protegido por uma capa que evita que a água ou sujidade entre no sistema. Funciona graças a uma pilha fornecida de origem. Por falar em desviadores, possuem os mesmos motores, partes eletrónicas e funcionamento do Red, portanto aqui a principal diferença é o material usado na sua construção e o peso final.

pedaleiro e desviador
 

A passagem das mudanças é tão natural e tudo funciona tão bem – embora seja ligeiramente mais ruidoso do que o Red eTap AXS – que é difícil encontrar aspetos negativos. A duração das baterias (cada desviador tem uma) é enorme e caso uma fique sem carga (geralmente a do desviador traseiro é a primeira a ficar sem carga, dado que a comutação de mudanças é mais frequente nesta secção), basta trocar de bateria com a do outro desviador para podermos continuar a pedalar sem restrições. E se tivermos a app instalada, saberemos em tempo real qual a carga da bateria para não apanharmos surpresas. Mesmo assim, se formos calões e não quisermos usar a app, se tivermos um ciclocomputador emparelhado com o sistema eTap AXS também podemos saber quanta carga ainda temos. Há ainda uma terceira hipótese: basta olhar para o desviador enquanto alteramos a mudança e consoante a cor (vermelho ou verde) saberemos se está na altura de carregar. Claro que se quisermos podemos levar uma bateria extra no bolso, mas como a carga de cada bateria tem uma duração aproximada de 60h, não é preciso inventar!

Para carregar a bateria, a marca fornece um carregador que funciona também como gestor, identificando eventuais problemas da bateria. Esse carregador funciona através de um cabo USB e o carregamento é bastante rápido, portanto é possível carregarmos as duas baterias (uma a seguir à outra, se necessário), em pouco tempo.

Quanto à desmultiplicação, testámos uma versão de 12 velocidades com cassete 10-33 e pratos 46/33. É um rácio perfeitamente compatível com qualquer tipo de percurso e que permite enfrentar mesmo as subidas mais inclinadas com muito mais à vontade. As manetes são muito ergonómicas, com uma boa base para as mãos e recorrem a pilhas convencionais CR2032 (que podemos encontrar à venda em qualquer loja) para a comutação das mudanças, com uma elevada duração (cerca de 2 anos).

cassete
 

O sistema de travagem recorre a um circuito hidráulico de elevada qualidade. Os travões de disco desta série são muito fiáveis, comum tato adequado e uma potência de travagem elevada, embora controlada, para evitar derrapagens. Este sistema não tem a reputada tecnologia “Ice Tech” da Shimano, que refresca as pastilhas e a zona da bomba de travão, mas mesmo durante travagens longas nunca notámos sobreaquecimento do sistema ou inconsistência na travagem. Quer seja no Inverno, com chuva ou no Verão, com muito calor, a travagem é uniforme e segura. O mesmo podemos dizer do sistema eletrónico das mudanças, que lavagem após lavagem, quilómetro após quilómetro, responde sempre da mesma forma: com uma eficácia desconcertante.

Por falar em lavagem, há um pormenor delicioso nestes desviadores. Como possuem botões, durante a lavagem ou lubrificação não precisamos de fazer uma ginástica hercúlea com os braços, tentando colocar mudanças através das manetes. Basta clicar nos pequenos botões dos desviadores e voilà!

Se ao leres este teste torceste o nariz quando leste os rácios de mudanças que testámos, temos uma boa notícia. A marca também disponibiliza a cassete nas versões 10-26 e 10-28, para além do 10-33. Quanto aos pratos, para além do 46-33 que testámos, existe o 48-35. Na prática, como a SRAM tem uma cassete mais polivalente, estes pratos correspondem a um sistema compacto ou semi-compacto.

pinça
 

Como podemos personalizar o funcionamento das mudanças na aplicação da marca, é possível, por exemplo, optar pela transição sequencial, em que basicamente o sistema automaticamente muda para o pedaleiro grande ou pequeno consoante as mudanças que colocarmos atrás. Pessoalmente prefiro uma gestão própria das mudanças, mas é sempre bom saber que existe esta possibilidade. Se compararmos o funcionamento desta versão de 12 velocidades com a anterior de 11, notamos a maior rapidez na comutação e, sobretudo, um refinamento no sistema de travagem. Basta carregar ligeiramente na manete de travão para sentirmos a bicicleta a abrandar, aumentando a capacidade de travagem à medida que apertamos a manete. Face aos travões de aro, é um sistema muito melhor, mais fiável – mesmo em condições agressivas – e com uma potência fora de série.

desviador traseiro
 

Provavelmente estás na dúvida se vale a pena mudar para mudanças eletrónicas ou não. Se és daqueles que tem tempo para estar constantemente a afinar, lavar e lubrificar a tua transmissão mecânica, provavelmente a passagem para um sistema eletrónico não será assim muito vantajosa, mas se fazes o que podes e aproveitas o pouco tempo disponível que tens para pedalar – que é aquilo que realmente nos dá prazer -, então bem-vindo ao mundo eletrónico. Acredita que a partir de agora já não voltarás atrás!

Preço médio: 1.023€

Site: www.sram.com

Peso:

  • Cassete SRAM XG-1270 (10-33) 12 velocidades, XDR: 271g
  • Desviador dianteiro Force eTap: 154g
  • Desviador traseiro Force eTap: 301g
  • Cranques com pratos 46/33 e potenciómetro Quarq: 810g
  • Cada disco SRAM Paceline 160 mm: 159g
  • Corrente SRAM: 265g
  • Sistema de travagem: 937g

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