Terminou mais uma edição da Volta a Portugal. Embora a prova precise de uma reformulação, aliás todo o ciclismo nacional precisa, como referimos num artigo de opinião publicado há alguns dias, hoje não é dia para este tipo de reflexões.
Hoje é dia de balanço da competição e a equipa mais consistente foi sem dúvida a Anicolor-Tien 21, com Artem Nych a sagrar-se novamente vencedor da maior prova lusa de ciclismo.
E embora o russo fosse apontado como o favorito ao contrarrelógio final de Lisboa, a verdade é que o "papa prólogos" Rafael Reis - seu colega de equipa - fez mais uma demonstração de grande capacidade física, completando os 16,7 km deste contrarrelógio a uma média de 52,969 km/h.
O siberiano não precisava de ganhar nem de ficar nos primeiros lugares do contrarrelógio para garantir a vitória na geral, mas mesmo assim fez o segundo melhor registo.
O terceiro melhor tempo foi de Tyler Stites da Caja Rural-Seguros RGA.
Voltando à classificação geral, como já se sabia, Artem Nych foi o vencedor, seguido do seu companheiro de equipa Alexis Guerin a 1m15 e no terceiro lugar ficou Byron Munton, da Feirense-Beeceler. Este ciclista dedicou este resultado à sua irmã, também ela ex-ciclista, que infelizmente foi atropelada e precisa de cuidados continuados.
O melhor português na prova foi Tiago Antunes da Efapel Cycling, no quinto lugar.

A Anicolor-Tien 21 também ganhou coletivamente; Nicolas Tivani (Aviludo-Louletano-Loulé) venceu a classificação dos pontos; Hugo Nunes (Credibom-LA Alumínios-Marcos Car) venceu a classificação da montanha; Lucas Lopes (Radio Popular-Paredes-Boavista) assegurou a vitória na classificação da juventude e no prémio combinado Artem Nych saiu vitorioso.
No cômputo geral a prova foi bem disputada, mas ocorreram alguns erros, nomeadamente quando a prova foi neutralizada (numa das etapas iniciais) e a vantagem real não foi atribuída aos ciclistas que estavam em fuga, portanto saíram prejudicados.
Todos precisamos de repensar o ciclismo em Portugal. Lançamos o repto para que seja feita uma análise geral, com ideias construtivas, porque só assim conseguiremos assegurar um futuro risonho para a modalidade. Infelizmente o ciclismo - não só o de competição - no nosso país atravessa uma fase complicada e é preciso pensar já e atuar o quanto antes.