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Grande trabalho da Ineos dá vitória a Bernal no Giro

A equipa britânica destroçou a corrida no "sterrato", deixando Remco Evenepoel em apuros. Egan Bernal deu a machadada final distanciando-se ainda mais dos seus rivais. A etapa teve como vencedor o jovem Mauro Schmid (Qhubeka ASSOS).

Fernando Belda

Grande trabalho da Ineos dá vitória a Bernal no Giro
Grande trabalho da Ineos dá vitória a Bernal no Giro

Esta era considerada uma etapa decisiva, e assim foi. A jornada incluiu quatro setores e 35 km em terra batida na Toscana - local, diga-se de passagem, que a Ineos conhece bem pois já aqui estagiou várias vezes. A equipa britânica aproveitou esse facto e atacou logo no primeiro setor de "sterrato", dinamitando a corrida numa ofensiva encabeçada por Filippo Ganna. A primeira vítima foi Remco Evenepoel, que demonstrou ter falta de quilómetros nas pernas (lembramos que esteve vários meses parado a recuperar de uma grave lesão). Evenepoel perdeu mais de dois minutos, tendo Egan Bernal dado um passo de gigante rumo à vitória na geral. 

O colombiano, aproveitando o grande trabalho realizado pela sua equipa, atacou na subida antes da meta (no Passo del Lume Spento), deixando para trás os seus rivais que se mantinham no grupo. Ganhou 3" a Buchmann, 23" a Vlasov, 26" a Simon Yates e Caruso, 32" a Carthy, 1´46" a Ciccone, 1´58" a Nibali e Marc Soler... e 2`08" a Evenepoel e Bardet. O saldo final é muito positivo para Bernal, que pode agora encarar a corrida de uma forma diferente. 

JOÃO ALMEIDA VOLTA A SER O BRAÇO DIREITO DE EVENEPOEL

Remco Evenepoel não só perdeu praticamente todas as hipóteses de ganhar a Volta a Itália - agora é 7º da geral, a 2m22 -, mas também sofreu uma situação desagradável, tanto para ele como para João Almeida. O luso estava no grupo principal, muito bem colocado, enquanto Remco ficava para trás, não aguentando o ritmo. O belga ficou de tal forma desiludido que retirou o auricular do ouvido, pouco antes de João Almeida descair para o ajudar. Nessa altura, o belga já tinha perdido mais de um minuto, tempo que duplicou até Montalcino, na meta. Esta situação criou um ambiente pesado na equipa.

ineos
 

O belga assumiu a responsabilidade de fechar o espaço, mas voltou a ficar cortado alguns quilómetros depois, no terceiro setor de terra, perante o ritmo demolidor da Ineos, com a ajuda da EF Education Nippo. Foi nessa altura que Evenepoel sucumbiu, sem forças. Ficou sozinho enquanto Gianni Moscon (Ineos) mantinha um ritmo duro para aumentar ainda mais a margem. Ficou no ar a divisão dentro do seio da Deceuninck-Quick Step, ao contrário da Ineos, que se mantém unida em torno de Egan Bernal. 

Destaque muito positivo também para o trabalho de Ruben Guerreiro para o seu líder, acabando a etapa num honroso 17º posto. João Almeida é atualmente 17º da geral e 7º na classificação da juventude. 

Não "afoguem" o João Almeida

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