Treino

Sabias que a frequência cardíaca baixa com a idade? Podemos fazer algo para mudar?

Sim, é um facto. A frequência cardíaca tende a baixar com a idade, mas depende do nosso estilo de vida e atividade desportiva. Neste artigo explicamos tudo. 

Miguel Ángel Sáez

2 minutos

A frequência cardíaca baixa com a idade

A pulsação ou frequência cardíaca, é um dos parâmetros que os treinadores mais observam nos ciclistas e permite ter a noção do estado de recuperação após provas ou treinos intensos, além de possibilitar controlar a intensidade do esforço, entre outras coisas. Isto faz com que cada vez mais atletas estejam familiarizados e habituados a monitorizar os seus próprios valores de pulsações. Além disso, como explicámos na entrada deste artigo, estes valores têm tendência para baixar ao longo dos anos. 

BASE CIENTÍFICA

Este fenómeno, ou seja, a diminuição da frequência cardíaca à medida que envelhecemos, está demonstrado cientificamente. Basta observar a pulsação de um recém nascido - cujo valor em repouso pode superar as 150 bpm - com a de um adulto, cujo valor pode ser metade ou até menos, se praticar desporto regularmente. Com a idade, a pulsação tende a diminuir tanto em repouso como durante a atividade física.

Esta característica é relevante, dado que há parâmetros, como a frequência cardíaca máxima, que são utilizados para calcular as zonas de treino de cada ciclista. Por isso, é extremamente importante que os treinadores modifiquem os planos de treinos à medida que descem as nossas pulsações. Parece óbvio, mas há quem não o faça.

Pulsações por minuto nos adultos
Tipo de exercício Adulto sedentário Deportista amador Atleta de alto nível
Repouso 60-100 60-80 40-60
Exercício aeróbico 110-130 120-140 140-160
Exercício intenso 130-150 140-160 160-200

 

DIFERENÇAS ENTRE DESPORTISTAS E NÃO DESPORTISTAS

Existe uma diferença notável entre a população sedentária e a que pratica desporto, especialmente nos desportistas de resistência (como o ciclismo) no que diz respeito à diminuição das pulsações à medida que a idade avança. A partir dos 50 anos a curva de diminuição na frequência cardíaca acentua-se, especialmente em pessoas sedentárias ou com pouco nível de atividade física.

Os desportistas veteranos, que têm mais de 50 ou 60 anos, também são afetados por esta descida das pulsações, no entanto costumam ser bastante mais estáveis e mantêm-se relativamente altas face às registadas pelos sedentários, com diferenças que rondam os 30%.

São sobretudo aqueles que treinam mais frequentemente que notam uma diminuição menor na pulsação. Nestes atletas, as zonas de treino não mudam muito, desde que mantenham durante todo o ano um nível de treino e de competição elevado. 

Esta capacidade de manter as pulsações altas durante o esforço, não deve alarmar ninguém. Ciclistas com uma idade mais avançada são capazes de elevar a pulsação acima dos 170 bpm ou até dos 180 bpm, o que indica que o seu coração e o sistema nervoso estão treinados e capacitados para estes níveis de intensidade e, sobretudo, para os repetir frequentemente. Neste sentido, podemos dizer que aquilo que limita mais a evolução é a condição física do que a própria idade.

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