O SRAM Force D2 (como passará a ser conhecido a partir de agora) continuará a ser o segundo a contar do topo na hierarquia dos grupos de estrada e gravel da SRAM, e recebeu tecnologias do grupo superior (Red), mas também do inferior (Rival). Do Red recebeu a tecnologia de pratos unificados e do Rival o formato das manetes, o chassis do desviador e o potenciómetro unilateral localizado no eixo dos cranques. Além disso, passa a ter uma cor cinza "unicórnio" (pelo menos este é o nome apelidado pela SRAM), com apontamentos arco-íris.
Na prática, o Force D2 mantém as 12 velocidades, o seu sistema eletrónico sem fios AXS e a tecnologia eTap.
MANETES MAIS ERGONÓMICAS
Uma das grandes novidades é a ergonomia otimizada das manetes, replicada do grupo Rival. Basicamente, as manetes são mais compactas, especialmente na grossura vertical, deixando mais espaço para os dedos, favorecendo um grip maior, sobretudo para quem tem mãos pequenas.
A forma das manetes também é menos redonda e mais perfilada, devido à eliminação do sistema de regulação do ponto de contato das pastilhas de travão que estava oculta debaixo das borrachas. Continua a ser possível fazer este ajuste, basta usar uma chave allen de 2,5 mm na parte inferior. As manetes de travão em carbono e os botões de comutação das mudanças também foram redesenhados e não têm o formato de nenhum dos outros modelos dos outros grupos AXS.

Desaparecem as entradas auxiliares, o que também contribui para reduzir o tamanho do conjunto, sendo na mesma possível conetar de modo wireless com os controlos remotos Blips. Por falar em Blips, estes pequenos botões agora são vendidos em packs de dois por 100€.
Cada manete custa 255€, incluindo a mangueira e a pinça de travão. Todas as pinças são fabricadas em duas peças (antigamente eram monobloco) e internamente também sofreram alterações de modo a melhorar o retorno dos pistões, mas mantêm o prático sistema de sangramento Bleeding Edge.
PRATOS E CRANQUES
Os pratos integrados são uma tecnologia herdada do grupo Red, mas o acabamento não é tão sofisticado. São mais rígidos, precisos, duradouros e leves (85 gramas) do que os anteriores e agora também estão disponíveis em 50-37, uma combinação até agora só disponível no topo de gama Red. As desmultiplicações 48-35 e 46-33 continuam a existir, bem como a versão monoprato e com cranques de carbono desde a medida de 165 mm até à de 177,5 mm de comprimento. Todos os eixos são do tipo DUB (o diâmetro standard na SRAM). Quanto ao preço do novo conjunto de pratos integrados, ronda os 330€ (ou 265€ só os pratos).

POTENCIÓMETROS
Existem duas opções de medidor de potência: o Quarq DZero ou o novo, integrado no eixo dos cranques e com medição unilateral, proveniente do grupo Rival e que está disponível tanto para eixos estreitos como largos.
Ambos os medidores de potência podem ser usados em estrada como em gravel e diferem na precisão e nas pilhas utilizadas (2032 ou AAA, respetivamente). O Quarq DZero com pratos integrados está disponível em 50-37, 48-35 e 46-33 e custa 856€ (cranques incluídos) ou 443€ (sem os cranques).
A versão com o potenciómetro no eixo é a opção recomendada para Gravel (custa 632€ com os cranques), dado que está escondido dentro do quadro, portanto resguardado de pancadas, toques, lama, etc.

DESVIADOR DIANTEIRO
Para além dos novos pratos X-Range, a comutação das mudanças foi melhorada devido a um novo perfil da caixa Yaw no desviador Force (proveniente também do Rival). Há dois modelos, para eixo estreito ou largo e custa 222€.

DESVIADOR TRASEIRO
Há um único desviador para estrada compatível com cassetes 10-28, 10-33 e 10-36 dentes (desaparecendo a versão específica para 10-28 e 10-33). Há uma versão para gravel denominada XPLR, que pode ser usada com desmultiplicações 10-36 ou 10-44.
Exceto estes detalhes que apresentámos, não há mais nenhuma alteração. Custam 360€ e 343€ respetivamente (a bateria não está incluída). Ambos podem ser usados em transmissões monoprato ou prato duplo e pedaleiro estreito ou largo.

CASSETE E CORRENTE
A corrente e a cassete não sofreram alterações, excepto o facto de a cassete só estar disponível num acabamento que visa evitar a sua deterioração estética. A corrente FlatTop continua a ser a escolhida pela marca, com elos planos num dos seus lados, para maior resistência e longevidade. Estas são as cassetes disponíveis: 10-28, 10-33, 10-36 e 10-44 (XPLR).

COMPORTAMENTO
Começámos a testar o novo grupo SRAM Force no final do mês de Janeiro, numa apresentação exclusiva que decorreu no nosso país, mas tivemos a oportunidade de continuar o teste durante mais um mês. A primeira sensação com que ficámos é que a ergonomia das manetes é claramente melhor. Por serem menos volumosas, é mais fácil encontrar posições mais confortáveis e variar a posição das mãos.
A passagem das mudanças é, do nosso ponto de vista, igual à da versão já existente, com a mesma velocidade de execução e a mesma precisão, no entanto é no desviador dianteiro - mais precisamente na passagem dos pratos - que se nota uma melhoria. Essa comutação é mais imediata e precisa.

A opção de colocar até seis botões remotos sem fios no guiador permite mudar as mudanças a partir de qualquer posição das mãos, o que aumenta a sua polivalência. Na bicicleta que nos forneceram para o teste, tínhamos botões debaixo da parte plana do guiador, fazendo com que fosse possível mudar de mudança em subidas com as mãos na parte superior (como é normal nas subidas), um pormenor sublime.
E graças ao novo acabamento em cinza, com toques arco-íris, o novo SRAM Force ganha um novo ímpeto, ajudado tanto por tecnologias herdadas do Red como do Rival.