Dicas e Truques

8 fatores que desgastam a tua bicicleta

Se a tua bicicleta precisa de revisões mais frequentes do que o habitual, pode ser que esteja a ser afetada por um ou vários destes fatores que aceleram o desgaste dos componentes.

Ivan Mateos

3 minutos

8 fatores que desgastam a tua bicicleta

Cada vez que pedalamos, a nossa bicicleta está a desgastar-se. Há muitas partes em constante fricção, desde a transmissão, passando pelos pneus, pelos pivôs do sistema de amortecimento traseiro, os vedantes das suspensões e espigões telescópicos, etc. Tudo sofre desgaste e mais tarde ou mais cedo vai ser necessário fazer uma manutenção ou substituição. Mas sabias que há fatores que aceleram os intervalos de manutenção? Há fatores contra os quais não podemos lutar, como o simples facto de andarmos quase todos os dias ou pesarmos um pouco mais do que devíamos e isso, claro, afeta o desgaste da bicicleta. Em todo o caso, se a limparmos e lubrificarmos com frequência e tivermos tudo bem ajustado e regulado, prolongaremos a sua vida útil. 

Estes são alguns dos principais fatores que afetam os períodos de manutenção da tua bicicleta. 

1. FREQUÊNCIA DE UTILIZAÇÃO

É óbvio que quanto mais utilizares a tua bicicleta, mais rápido se vão desgastar os componentes e mais frequentemente terás de fazer manutenções. Consumíveis como os pneus, a transmissão (sobretudo a corrente e a cassete) ou as pastilhas de travão desgastam-se com o uso frequente, mas com uma manutenção adequada (afinação e limpeza), conseguirás prolongar a sua vida útil. Por exemplo, limpa e lubrifica a corrente depois de cada saída. 

2. TIPO DE TRILHOS

Os sítios por onde costumas andar também submetem a bicicleta a um desgaste específico. Por exemplo, trilhos enlameados ou com areia, pó ou passagem por riachos podem afetar bastante a transmissão, prejudicando a lubrificação ou criando uma pasta abrasiva que vai acabar por acelerar o desgaste. Obviamente, se andares em caminhos mais planos e maioritariamente secos isso não vai acontecer. Além disso, se andares em terrenos com grandes desníveis ou zonas rochosas, tanto a transmissao como os travões vão sofrer um desgaste adicional, tanto nas subidas como nas descidas.

3. QUANTO PESAS?

O peso é um fator determinante. Os travões precisam de ser acionados com mais antecedência e requerem mais capacidade num ciclista pesado do que num leve. Além disso, outros componentes da bicicleta sofrem mais desgaste se o ciclista for pesado. Por exemplo, os pneus e as rodas são alvo de mais torsões e têm de suportar uma carga maior, a própria corrente está sujeita a mais tensão, bem como todo o sistema de amortecimento e os seus vedantes (orings, e não só). Se tens uma e-bike, o motor sofre um desgaste muito maior, por isso recomendamos vivamente comprar uma que possua uma montagem mais resistente e específica para ciclistas pesados. 

4. QUALIDADE E AJUSTE

Provavelmente dois componentes iguais, mas de qualidade diferente podem funcionar da mesma forma, mas a médio/longo prazo, o mais barato vai durar menos por ser fabricado com materiais de qualidade mais baixa. Isso é perfeitamente visível nas correntes, como por exemplo nas Shimano de gama alta (XT e XTR) que recebem um tratamento de ultrabaixa fricção, o qual reduz o desgaste e prolonga a sua duração, bem como a da cassete e da cremalheira. Além disso, é necessário ter toda a transmissão muito bem afinada, mas há também outros componentes, como os pneus, que se desgastam mais se rolarmos com pressões demasiado baixas. 

5. ÉS CUIDADOSO OU BRUTO?

Este fator é muito importante e podemos também juntar outro: o teu estilo de condução. Há pessoas que furam com frequência, outras nem por isso, mesmo que andem à mesma velocidade e nos mesmos trilhos. O segredo é ter um estilo fluido, protegendo a bicicleta ao procurar seguir as melhores linhas (evitando pedras pontiagudas), sabendo onde e quando travar e usando o corpo como elemento de amortecimento, ajudando a absorver os impactos, sobretudo em zonas com raízes e pedras. 

6. E-BIKE VS BICICLETA TRADICIONAL

As e-bikes requerem mais manutenção, sobretudo na transmissão e nos travões. Além de serem mais pesadas, a transmissão sofre um esforço maior (mais fricção) devido ao binário do motor, e os travões são alvo de mais pressão nas descidas. Nas e-bikes convém não nos apoiarmos sempre na força do motor e abusar dos carretos pequenos. Aconselhamos adotar uma cadência de pedalada alta, libertando tensão da corrente, o que irá aumentar a autonomia da bateria. 

7. LIMPEZA EXTREMA

No quadro, componentes ou rodas, não precisamos de ser tão exigentes, mas a transmissão deve estar sempre lavada e lubrificada. O pó, a humidade e a sujidade em geral quando se acumulam na corrente formando uma pasta abrasiva (devido à mistura com o óleo de lubrificação) provocam um desgaste rápido em toda a transmissão. Sugerimos que a limpes depois de cada saída e lubrifica-a. Provavelmente nesta fase já sabes que a limpeza da transmissão com máquinas de pressão não é recomendável. 

8. NUNCA A DEIXES NO EXTERIOR

A chuva, a humidade e os raios ultravioleta do sol podem gerar o aparecimento de ferrugem ou deteriorar borrachas, plásticos ou a pintura da tua bicicleta. Sempre que possas, guarda-a seca num espaço interior (ou coberto). Se não tens outra opção e tens de a deixar num terraço ou numa pequena casota no jardim, tapa-a com uma capa protetora. Se tens uma e-bike, o calor e o frio excessivo podem afetar o desempenho ou a duração da bateria.

 

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