Uma suspensão que pesa 1,5 kg (sem cortar o tubo), que tem um funcionamento simplesmente espetacular e cujo chassis é extremamente rígido, é sinónimo de sucesso de vendas. Ficámos rendidos a esta suspensão e pelos vistos nas provas de XCO também há mais atletas que preferam a 34, tal como nós, do que a 32. Explicamos porquê já de seguida.
Quando a Fox 34 foi renovada na coleção de 2022, passou a ter um chassis novo. Aliás, passou a estar disponível em duas versões: uma com um chassis standard, para Trail puro e duro, e outra com o chassis Step Cast, mais leve e compacto, ideal para XC, Maratonas ou Downcountry. A diferença de peso face à versão anterior foi reduzida - cerca de 127 gramas -, mas foi sobretudo a nível tecnológico que mais ficámos impressionados.

Nós testámos a versão Step Cast, mas tanto esta como a versão com o chassis standard possuem canais traseiros na parte superior e inferior, que comunicam entre si facilitando a passagem do óleo, para uma lubrificação mais eficiente. Todo o sistema foi desenhado para a máxima eficácia - exemplo disso são os anéis de espuma e os retentores - e inclusive foram tomadas medidas para colmatar um problema comum nas suspensões modernas: o excesso de pressão de ar que costuma ficar preso entre as pernas e as bainhas na parte inferior foi reduzido.
Quanto à coroa, tem um design moderno, mais largo na zona onde o rolamento da direção assenta e a ponte está numa posição mais baixa e aberta, para maior rigidez geral. Aliás, o conceito é o mesmo da FOX 36 e da 38.

Quanto ao sistema interno deste modelo, é o Float EVOL, que otimiza a sensibilidade aos impactos pequenos aumentando o volume da câmara de ar negativa. Isso sente-se na zona intermédia do curso, com um suporte maior. E quem quiser pode colocar tokens (espaçadores de volume) para regular ao seu gosto pessoal. Estes espaçadores são fornecidos de origem quando compramos a suspensão à parte.
As bainhas possuem o tratamento Kashima, a grande referência no mercado. Se pensas que a única mais-valia é a nível estético, estás muito enganado. Este tratamento permite que funcionem de modo mais suave, reduzindo a fricção e duram mais tempo.

Na versão que testámos, o sistema de amortecimento é o FIT4, com controlo remoto, o qual fica alojado no guiador e tem três posições: totalmente aberto, modo Médio e modo Firme. Quando o botão está no modo aberto, é usado todo o curso disponível - 120 mm - sendo ideal para descidas ou singletracks com muitas raízes e pedra. O modo Médio é ideal para singletracks ou para a maioria das situações. Permite pedalar em qualquer cicunstância, tirando proveito do sistema de amortecimento, mas sem o bombear excesso do curso total. O Firme basicamente bloqueia a suspensão e só o usámos em asfalto, sobretudo em subidas ou em sprints.
Convém salientar que para além destes três modos proporcionados pelo comando remoto, podemos ajustar a compressão a baixa velocidade quando estamos no modo totalmente aberto. Esse ajuste é feito no botão preto da parte superior da suspensão e contámos 22 clics de ajuste. Como gosto pessoalmente de um apoio mais uniforme, coloquei 9 cliques.
As novas versões que a Fox está a lançar neste modelo 34 já incluirão o novo cartucho Grip SL, que é mais leve.

Como não poderia deixar de ser, podemos regular a compressão e a recuperação e possui um autocolante que nos indica a pressão correta tendo em conta o nosso peso.

No cômputo geral, é uma suspensão altamente eficiente, que consegue ler as irregularidades dos trilhos e geri-los com suavidade, portanto nunca sentimos movimentos bruscos na parte dianteira da bicicleta. Além disso, nos momentos de sprint em subida ou quando debitamos o máximo de watts possível notamos que a suspensão não verga e isso deve-se ao novo chassis. O cartucho existente, que entretanto vai ser substituído pelo novo SL, é eficiente e nunca sentimos estagnação ou ineficácia, mesmo naquelas secções repletas de rochas (rock gardens), em que o sistema hidráulico é colocado ao limite. E o mais curioso é que, mesmo naqueles trilhos repletos de lombas, o curso nunca esgota.
Isto significa que gere bem os saltos, os impactos e mantém a suspensão sempre ativa, aumentando a tração e a confiança. E responde muito bem quando estamos fora da nossa zona de conforto, quando arriscamos em descidas mais típicas de Enduro ou Downhill.

Os acabamentos são de boa qualidade, as bainhas e os retentores fazem o seu papel e só tivemos alguns problemas com o controlo remoto, que esporadicamente bloqueava numa determinada posição, sendo necessário recorrer a um dedo para repôr o botão na posição correta.
Do nosso ponto de vista, e tendo em conta a concorrência e o seu comportamento geral, recomendamos esta suspensão não só para Trail, mas também para provas de XCO técnicas, Maratonas e Downcountry. Pode ser ligeiramente mais pesada do que uma RockShox SID ou do que uma FOX 32, mas em termos de funcionamento esta está alguns furos acima.
Convém notar que só aceita discos até 180 mm, e pneus até 2.4 - nesta versão - portanto se estás a pensar montar esta FOX 34 SC na tua bike de Trail com discos de 200 mm e pneus 2.5, isso não é possível. A Fox 34 sem ser a versão Step Cast permite usar pneus até 2.6 e discos de 203 mm.
De origem este modelo vem montado de fábrica com um espaçador de cor verde, mas podes instalar mais 3 (fornecidos na caixa) caso pretendas um comportamento otimizado. Pode ser uma mais-valia se, por exemplo, esgotas o curso com rapidez e com alguma frequência. Não foi o meu caso e não precisei de adicionar espaçadores depois de ajustar a pressão de ar ao meu peso e de regular a recuperação.
Sendo uma suspensão com alta tecnologia envolvida, a marca recomenda uma revisão a cada 125 horas de utilização (corresponde, grosso modo, a 2.5h de utilização por semana). Se não costumas apontar o tempo de utilização ou não possuis um GPS que grave as tuas voltas, o mais simples é fazeres uma revisão por ano.
Quanto ao preço, dependendo da versão, custa entre 1.200 e 1.600 euros. Poderás obter mais informações em www.bicimax.com.