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Pidcock faz exibição de luxo no Alpe d´Huez

O britânico da INEOS arriscou na descida e ganhou no mítico Alpe d´Huez. Pogacar, por seu lado, atacou - como tinha prometido no dia anterior -, mas sem êxito, dado que Vingegaard está sólido como uma rocha.

Fernando Belda

Pidcock faz exibição de luxo no Alpe d´Huez
Pidcock faz exibição de luxo no Alpe d´Huez

Pela 31ª vez a Volta a França terminou no Alpe d´Huez, uma das subidas míticas do ciclismo e que ficou conhecida por demonstrações épicas de superioridade física de colossos como Coppi, Zoetemelk, Winnen, Lucho Herrera, Hinault, Bugno, Pantani, Carlos Sastre, Pinot, Geraint Thomas, entre outros. As suas 21 curvas cheias de história encheram-se de público e Pogacar bem tentou atacar duas ou três vezes, mais com o coração do que com força pura, mas sem grande sucesso.

Nesta jornada, os ciclistas tiveram de subir três montanhas com um grau de dificuldade muito elevado como o Col du Galibier - pela vertente de Lautaret -, Croix de Fer e Alpe d´Huez. Desta vez, o homem do dia foi Tom Pidcock (INEOS Grenadiers), o polivalente ciclista que concilia a prática de ciclismo profissional com BTT e ciclocrosse. Tem somente 22 anos e, em menos de 12 meses, foi proclamado campeão olímpico de Cross Country, campeão do mundo de ciclocrosse e já levantou os braços no palco dos palcos, ou seja, o Alpe d´Huez, convertendo-se no ciclista mais jovem a ganhar nesta mítica subida. 

É a sua segunda vitória como profissional após a Fléche Brabanzoa de 2021, na qual bateu Van Aert e Matteo Trentin. E tem contrato até 2027.

Pidcock atacou logo após o Galibier, fazendo uma descida técnica onde arriscou em alguns momentos. Depois alcançou o grupo de fugitivos e pouco depois acelerou o ritmo. Chris Froome também seguiu com Pidcock, tendo terminado em terceiro, demonstrando que está alguns furos acima da temporada passada, embora ainda longe dos seus tempos áureos. Esta foi a melhor atuação de Foome no Tour desde 2018, ano em que acabou a prova em terceiro. Logo a seguir teve um grave acidente - onde esteve em risco de vida - seguindo-se três duros anos de recuperação.

chris froome
 

Na subida ao Alpe d´Huez um grupo de fugitivos composto por Tom Pidcock, Giulio Ciccone, Neilson Powless, Louis Meintjes e Chris Froome liderava a corrida, com seis minutos de vantagem para o grupo de favoritos. O britânico da INEOS atacou a cerca de 10,5 km da meta e ficou com uma ligeira margem. No seu encalce, Meintjes seguia a um ritmo mais controlado, regulando as suas forças e Froome seguia um pouco atrás. Pidcock aumentou o ritmo e a diferença temporal cresceu durante toda a subida. No final ganhou com uma exibição de luxo onde usou todos os seus recursos: técnica, garra, ambição e um poderio inquestionável na alta montanha. Após 48 segundos chegou Meintjes e com 2m06 de diferença chegou Froome.

No grupo de favoritos a história resumiu-se a dois ou três apontamentos. A Jumbo-Visma comandou as operações impondo um ritmo duríssimo que deixou a maior parte do pelotão a lutar pela vida na subida final. Primeiro foi Van Aert, depois Kruijswijk e só mais tarde Roglic. Quando o esloveno inicou o seu trabalho de endurecimento da corrida, os poucos resistentes que ainda estavam com os favoritos não conseguiram aguentar o ritmo e perderam o contato, casos de Lutsenko, Gaudu, Nairo Quintana, Bardet, Adam Yates...

Quando foi a vez do norte-americano Sep Kuss deixar todos em sufoco, só Vingegaard, Pogacar, Geraint Thomas e Enric Mas conseguiram ter pernas e pulmões para seguir na roda. E mesmo assim, só Pogacar e Vingegaard não aparentavam estar em sofrimento extremo. Foi nessa altura que Pogacar encetou dois ataques, mas Vingegaard respondeu sempre bem. 

tadej pogacar y jonas vingegaard
 

No final, Pogacar ainda tentou atacar novamente, mas chegou à meta com Vingegaard na sua roda, seguido por Thomas, Enric Mas e Kuss. Pogacar sobe à segunda posição da geral, dado que Bardet perdeu tempo. A luta pelo Tour continua acesa, dado que tudo pode acontecer.

Após a vitória, Pidcock entra no top10 (está em 8º, a 7m39).

Destaque ainda para a presença de Nelson Oliveira (Movistar) na primeira fuga do dia, mas na parte mais dura da subida foi perdendo terreno. 

jumbo visma
 

 

 

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