A Jumbo-Visma esteve brilhante hoje, colocando o seu líder em vantagem no Tour. Jonas Vingegaard "rebentou" com Tadej Pogacar, deixando a Volta a França de pernas para o ar. Num desenlace inesperado, o ciclista esloveno da UAE pagou caro os esforços realizados ao longo da etapa para tentar responder aos contínuos ataques da equipa neerlandesa, sobretudo nas duríssimas rampas do Col du Granon (11,3 km a 9.2%).
Foi o primeiro grande sinal de debilidade de Pogacar. Por seu lado, Vingegaard não só ganhou a etapa, como rematou com chave de ouro um trabalho tático exemplar da Jumbo-Visma.
A tática da Jumbo foi desgastar Pogacar ao máximo e logo no início entraram numa fuga (que teve 20 ciclistas) Wout van Aert e Christophe Laporte), tendo ambos sido essenciais numa fase posterior da corrida. A cerca de 60 km da meta, a equipa decidiu atacar, com Tiesj Bennot, Primoz Roglic e Laporte a aumentar o ritmo nas rampas do Col du Telégraphe (11,9 km a 7,1%) e na descida. Depois, no Galibier (17,7 km a 6,9%), isolaram o líder e tentaram deixá-lo em dificuldades, embora Pogacar tenha conseguido responder sempre bem aos ataques. Quando o ritmo aumentava, o esloveno e Vingegaard demonstravam ser os mais fortes.
Depois a corrida teve um momento mais tranquilo e os favoritos conseguiram reagrupar-se, com Van Aert a fazer um espetacular trabalho, apoiando Roglic.
No final, o calor, o ritmo duríssimo da etapa e a dureza do Col du Granon fizeram o resto, dinamitando a corrida. Warren Barguil aguentava na cabeça de corrida, com o seu companheiro Nairo Quintana na perseguição, e logo atrás um grupo de seis elementos lutava pela vida, com Rafal Majka a impor o ritmo. Pogacar, Vingegaard, Bardet, Geraint Thomas e Adam Yates estavam logo atrás.
Quando Vingegaard ficou sozinho, num ataque a 4,5 km da meta, desencadeou um terramoto no Tour, fazendo valer todo o trabalho de desgaste realizado pelos seus companheiros. Pogacar não conseguiu seguir e ficou na roda de Majka. Pouco a pouco foi perdendo terreno.
Vingegaard seguia isolado em direção à vitória, tendo passado por Barguil e Quintana, ganhando com emoção. Passa a liderar o Tour, enquanto Pogacar lá atrás estava em claro sofrimento, demonstrando que é humano e chegou à meta quase 3 minutos depois.

Está agora a 2m22 de Vingegaard - que tem o apoio da melhor equipa deste Tour - e inclusivé Romain Bardet já está à sua frente na geral. O esloveno terá de passar ao ataque se quer conquistar o seu terceiro Tour consecutivo.