Hoje todos esperávamos uma jornada tranquila - a única no meio de uma semana infernal no Giro -, mas afinal acabou por ser rápida e nervosa, terminando com uma média de 46,6 km/h. Os planos do pelotão foram à vida, dado que uma fuga com quatro elementos vingou, o que obrigou vários diretores desportivos a "puxar as orelhas" a alguns dos seus ciclistas.
Edoardo Affini, (Jumbo-Visma), Dries de Bondt (Alpecin-Fenix), Davide Gabburo (Bardiani-CSF-Faizané) e Magnus Cort Nielsen (EF Education-Easy Post) acreditaram nas suas capacidades e aproveitando um certo adormecimento do pelotão encetaram uma fuga, acabando de vez com a última possibilidade dos sprinters neste Giro. O quarteto chegou à reta da meta localizada em Treviso com apenas 20 segundos de vantagem sobre o pelotão, mesmo assim esses segundos foram suficientes para uma disputa acesa entre Affini e De Bondt. O belga foi o mais forte, oferecendo à Alpecin-Fenix a sua terceira vitória neste Giro e a sexta da sua carreira.
O grupo principal cortou a meta 14 segundos depois e Jai Hindley não estava nele. Chegou um minuto depois, dado que sofreu um problema mecânico nos últimos 3 km, por isso essa perda de tempo não contará para a classificação geral. Continua a ser segundo classificado, a 3 segundos de Richard Carapaz e Mikel Landa é terceiro, a 1m05, com o pódio praticamente assegurado, depois do abandono de João Almeida.
Quem também perdeu tempo foi Juan Pedro López, o anterior líder do Giro, o qual não aguentou o ritmo imposto pelas equipas dos sprinters a cerca de 35 km da meta. A Trek-Segafredo bem tentou ajudar o espanhol, mas o estrago já estava feito e perdeu mais dois minutos e meio. Todavía, também fruto do abandono do ciclista luso, o espanhol lidera agora a classificação da juventude.
Amanhã regressa a montanha na 19ª etapa (Marano Lagunare-Santuario di Castelmonte. 178 km) e certamente Hindley, Carapaz e Landa vão disputar a camisola rosa. A primeira subida será em Villanova Grotte (3.7 km a 8%), seguido por Passo di Tanamea. Depois, os ciclistas entram na Eslovénia através do Passo de Uccea, em direção a Kobarid (em Itália é conhecido como Caporetto). É precisamente aqui que começa uma subida muito exigente, Monte Kolovrat, de 10 km a 9.2%, que certamente deixará uma boa parte do pelotão em apuros. Na descida, os ciclistas regressarão a território italiano. Em Cividale del Friuli começa a subida final ao Santuário de Castelmonte (7.1 km a 7.8%), com pendentes máximas de 14%.