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Não sabes que tipo de gel deves comprar? Nós ajudamos

Existem diferentes tipos de géis (de assimilação rápida, lenta...), por isso quem não tem conhecimentos em termos de nutrição, é normal ficar baralhado com tanta oferta. Neste artigo ajudamos a decifrar os rótulos das embalagens.

Alberto Cebollada (Revista Sport Life)

Não sabes que tipo de gel deves comprar? Nós ajudamos
Não sabes que tipo de gel deves comprar? Nós ajudamos

Os músculos utilizam os hidratos de carbono como fonte principal de energia e tanto a quantidade como o tipo de hidratos dos alimentos que ingerimos determinarão a disposição e a duração energética. Por isso, tanto as barras energéticas como os géis são desenvolvidos para proporcionar essa energia ao desportista de uma forma rápida e facilitar a sua ingestão

Os géis, em termos gerais, são associados a uma entrega de energia mais rápida do que a proporcionada pelas barras energéticas. Por um lado, devido à sua composição líquida ou semi-sólida da energia, que não requer uma mastigação, o que facilita a sua ingestão e a absorção no estômago. Por outro lado, porque é mais frequente que os géis contenham hidratos de carbono simples, que são absorvidos mais facilmente e rapidamente do que os complexos. Estes entregam energia durante mais tempo, mas com o inconveniente, ou vantagem (depende das necessidades), de a sua assimilação ser mais lenta. Para além disso, os géis são mais fáceis de transportar e de consumir. 

Em algumas disciplinas do ciclismo, quer seja em competição, quer seja em situações de alta intensidade ou condições climatéricas adversas, recorrer aos géis como fonte de energia extra é uma grande ajuda. Mas é fácil ficarmos confundidos com os argumentos básicos dado que as marcas de suplementação desportiva oferecem géis que combinam diferentes percentagens de hidratos de carbono simples e complexos, bem como densidades, variando os seus efeitos consoante a modalidade a que se dirigem ou o momento aconselhado de ingestão. Os géis energéticos podem ser divididos em géis de rápida absorção como a glucose, dextrose ou sacarose (açúcar comum) que são monossacarídeos, e os de lenta absorção, como o amido ou a frutose

A união de várias moléculas de monossacarídeos faz com que o estômago do desportista precise de mais tempo para os degradar, sendo por isso a sua assimilação mais lenta, mas também, por outro lado, mais duradoura, no tempo, a proporção energética. Mas, além de existirem hidratos de carbono de absorção intermédia que devemos somar a isto tudo, existem também outras substâncias criadas pelas empresas de nutrição desportiva. Como por exemplo os polímeros energéticos que combinam as diferentes estruturas moleculares das substâncias presentes, entregando energia que facilita algumas ações musculares. 

Existem alguns destinados a esforços intensos e realizados num curto período de tempo, como um sprint final numa prova e, pelo contrário, os orientados a melhorar o rendimento em esforços prolongados no tempo como subidas longas ou etapas de XCM. Podemos citar, por exemplo, a Amilopectina, um carbohidrato de elevado peso molecular cuja estrutura química proporciona uma baixa osmolalidade dissolvendo-se muito facilmente na água e isto permite passar rapidamente a barreira estomacal e ser usado como fonte de energia imediata. 

A Palatinose é um tipo de açúcar simples que, curiosamente, alcança um índice glicémico (IG) baixo, proporcionando energia a longo prazo. Tem um IG parecido ao da frutose, mas com uma alta digestibilidade, ou seja, contribui com as mesmas características energéticas, mas sem os problemas estomacais ou digestivos que a frutose produz. Como vês, existe uma grande quantidade diferente de tipos de hidratos de carbono que, dependendo da sua apresentação, seja sozinhos ou combinados com cafeína, proteína, minerais ou vitaminas, atingem objetivos diferentes no corpo dos desportistas. É por isso que recomendo sempre a leitura da composição nutricional de cada gel, as quantidades de cada ingrediente, as recomendações do fabricante e o rácio de carbohidratos rápidos e lentos. Também recomendo não abusar deles e alterar a sua ingestão com outros alimentos que tenham hidratos de carbono complexos. E o mais importante é não acreditar somente nos seus benefícios, mas sim valorizar pessoalmente os seus efeitos em situações adversas, durante treinos de longa duração e de alta intensidade, combinando-os com água, etc, experimentando-os antes de participar em provas (sobretudo para confirmar se não provocam efeitos adversos a nível gástrico). 

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