O mercado da suplementação desportiva está repleto de marcas, mas mais do que quantidade, quando escolhemos um produto alimentar devemos optar pela qualidade. Quando fazemos desporto de endurance, como é o caso do BTT e do ciclismo, o nosso organismo está em constante requisição energética, e geralmente durante várias horas. O que ingerimos, em termos sólidos e líquidos, terá efeitos a curto, médio e longo prazo.
Por exemplo, se ingerimos geis ou barras com açúcares modificados, a curto prazo podemos ter um boom de energia. A médio prazo, também terá algum efeito, se bem que a ingestão de produtos energéticos deverá ser de 45 em 45 minutos, caso contrário, poderá haver quebra no rendimento. Mas o pior é a longo prazo. A ingestão de açúcares e produtos modificados não é benéfica para a nossa saúde, mesmo que sejamos desportistas assíduos. A teoria "sou desportista, por isso gasto tudo" é falsa e se continuares a ingerir esse tipo de produtos, mais tarde ou mais cedo as consequências a nível de saúde estarão à vista.
É por isso que cada vez são mais comuns casos de desportistas de fim de semana com diabetes, com colesterol elevado e com pressão arterial acima do indicado. O corpo humano quando é sujeito a algo repetitivo - como a ingestão de produtos que prejudicam mais do que beneficiam - entra em rutura, daí a necessidade de termos muito cuidado com o que ingerimos, quer seja no dia a dia, quer seja na atividade desportiva.
Esta introdução serviu para demonstrar a importância da escolha de produtos de qualidade, pois mais do que um efeito a curto prazo, devemos preocupar-nos a médio e longo prazo.
Por isso, testámos umas barras energéticas que são fabricadas com produtos naturais, vegan, sem glúten. Muitos poderão pensar que se trata apenas de mais uma moda, mas cada um cuida da sua saúde da forma que quer, e se uns optam por escolher os produtos que menos mal façam ao organismo, outros nem pensam nesse aspeto.
No caso destes produtos da Chimpanzee, marca que conhecemos há muitos anos, sobretudo após viagens aos Estados Unidos e Europa, é bom saber que a marca chegou ao nosso país, apesar de não ser muito conhecida no nosso burgo.
O melhor: Origem natural. Composição energética. Sabor. Abertura fácil
Testámos três barras energéticas distintas: uma com sabor a limão, outra com sabor a amendoim crocante e ainda uma de chocolate. Todas têm um sabor original, nada artificial, mas com travos distintos. A de limão (preço: 2,09 euros), por exemplo, por ter um sabor cítrico e uma textura ligeiramente pastosa, é fáci de mastigar, sem pedaços nem gomos que exijam uma mastigação mais frequente, o que é ideal mesmo em competição, pois a respiração ofegante e o processo de mastigar nem sempre casam bem. A estrutura da barra inclui farinha de soja, aveia e flocos de arroz, fontes de energia a longo prazo, tendo um aporte calórico, por barra, na ordem dos 968 kj. É das barras com menos sal - apenas 0.15 gramas por embalagem de 55g - o que é o ideal para quem está, por exemplo, a fazer terapêutica de redução, por tensão arterial elevada, ou algo do género.
Por sua vez, a barra de amendoim (preço: 2,09 euros) foi uma das nossas favoritas. O sabor é inconfundível e quem gosta deste fruto seco, tem nesta barra um forte aliado para os treinos/voltas de fim de semana. A barra não derrete facilmente com o calor e inclui como uma das fontes de proteína a soja. É doce (devido sobretudo ao açúcar de cana e à elevada percentagem de amendoins) e requer a ingestão de água, mas a textura é de fácil mastigação. A embalagem - tal como nas outras variedades que experimentámos - é de fácil abertura.
A barra de chocolate (preço: 2,09 euros) também teve nota positiva, não só pelo sabor - sem ser excessivamente doce, nem demasiado artifical - mas também pela composição nutricional equilibrada. Das barras que testámos ao longo das últimas décadas, é das mais saudáveis que testámos, pela baixa quantidade de sal, gorduras e açúcares. Acresce o facto de incluir exclusivamente produtos naturais, incluindo as fontes de mistura (óleos) e sabor (açúcares e sal). Aliás, devido à sua composição, estas barras desportivas podem ser usadas como snack após um dia de trabalho.
Aproveitámos igualmente para testar um isotónico desta marca: o Gunpowder Energy Drink (preço: 1.50 euros cada saqueta). Optámos pela versão com sabor a limão, a qual vinha numa saqueta de 30 gramas, o que dá para um bidon de 500 ml. O sabor é agradável, sem ser muito ácido como alguns concentrados à venda no mercado e, ao contrário de outros produtos que testámos, não tem açúcar em excesso.
A melhorar: Gel com textura granulada poderá não ser do agrado de todos
É rico em sais minerais (sódio, potássio, cálcio, magnésio, etc) e vitamina C (uma saqueta aporta 81 mg). Acresce o facto de incluir isomaltulose (uma composição de frutose e glicose que é absorvida no intestino delgado de forma lenta, prolongando o tempo de libertação da energia).
Por último, testámos o gel Chimpanzee na variedade de ananás (preço: 2.50 euros). A embalagem é pequena, de fácil abertura e contém apenas 35 gramas, o suficiente para 45 minutos de atividade. Aporta 111 kcal e achámos a textura um pouco diferente da comum nos géis desportivos. É mais granulada e doce do que esperávamos, o que até pode ser bom para quem não é fã de géis líquidos. E tem a vantagem de não entornar tão facilmente como as opções existentes no mercado, em que a quantidade de água é superior. Por ser mais granulado, é essencial beber um pouco de água após a ingestão.
Mais informações: www.chimpanzeebar.com.