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O futuro da Volta a Portugal: cinco cenários que podem mudar tudo

O desentendimento entre a Federação Portuguesa de Ciclismo e a Podium levou à rescisão do contrato por parte da FPC e pode abrir vários cenários. Analisamos cada um deles neste artigo.

Carlos Pinto. Foto: Agnelo Quelhas / Podium Events

O futuro da Volta a Portugal
O futuro da Volta a Portugal

ARTIGO DE OPINIÃO

 

Apesar de não ser aparente, esta quebra de contrato por parte da Federação Portuguesa Ciclismo (devido ao “incumprimento reiterado das obrigações contratuais e de pagamento por parte da Podium Events") surgiu numa altura crítica. Primeiro, porque é precisamente nesta fase que sáo feitos os convites às equipas para a próxima temporada e é também agora que são iniciadas as negociações com os patrocinadores

Tendo em conta os cenários possíveis para o futuro da Volta a Portugal, estes são, do nosso ponto de vista, os mais viáveis:

  1. O primeiro cenário mais plausível é a própria Federação organizar a prova, aliás, como já aconteceu no passado. Apesar de não ter a estrutura necessária, tem os contactos e sabe o que tem de fazer. Além disso, todo o dinheiro angariado fica para a Federação Portuguesa de Ciclismo, ajudando a resolver os graves problemas orçamentais que atravessa. No fundo, é uma das soluções viáveis para não romper totalmente com o modelo dos últimos anos - o que poderia deixar alguns patrocinadores "nervosos" - e permitiria, por exemplo, contratar à Podium algumas caras conhecidas, como Joaquim Gomes.
  2. O segundo cenário, tendo em conta o timing - ou seja, é urgente fechar contratos de publicidade, negociar com equipas, etc - e o litígio com a Podium, é a criação de uma empresa em tempo recorde com pessoas altamente capacitadas que sigam à risca o novo modelo que a FPC quer implementar. Esta empresa pode ser detida por membros que conhecem os meandros da Volta a Portugal, juntamente com experts na área da Gestão e Organização de Eventos Desportivos. 
  3. Uma das soluções pode passar por pedir um caderno de encargos a empresas que organizam eventos de massas. Por exemplo a Cabreira Solutions ou a Bike Service. No entanto, a experiência destas duas empresas centra-se, sobretudo, em eventos amadores. Também existe a possibilidade da FullRacing de Carlos Pereira, esta com mais experiência no segmento profissional. 
  4. A quarta hipótese é óbvia: ser aberto um concurso nacional para um pacote que inclua a organização da Volta a Portugal, Volta ao Alentejo e Volta a Portugal do Futuro. Caso avance, tem de ser em tempo recorde. 
  5. Por último, mas também viável, é a abertura de um concurso internacional. Há organizadores espanhóis, entre outros, com capacidade e, sobretudo, logística, que podem ter interesse neste pack. Tendo em conta que a Volta em princípio garante transmissão televisiva na RTP, pode ser atrativo para um organizador estrangeiro. 

Existe ainda uma sexta hipótese, embora menos viável. Tendo em conta o timing, a FPC pode entregar a organização da Volta este ano à Podium se esta pagar de imediato a maior parte do valor em dívida. Estamos, obviamente, no campo das especulações, mas seria uma espécie de acordo para acerto de contas. Não acreditamos que seja uma hipótese realista, mas o tempo urge e cada dia que passa só prejudica o futuro da próxima edição da Volta. 

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