O dinamarquês Jonas Vingegaard é a estrela mais sonante do "Gran Camiño", a primeira prova em que participa esta temporada. Numa conferência de imprensa no dia antes de começar a prova galega - que começa com um contrarrelógio de 14,8 km - estivemos à conversa com ele sobre o seu atual estado de forma, sobre os objetivos nesta competição e de uma temporada que tem como foco primordial a Volta a França, onde vai tentar a terceira vitória consecutiva.
- Começaste a tua temporada de 2023 precisamente nesta prova. Existe algum motivo especial por escolheres O Gran Camiño?
- Estou muito contente por estar aqui outra vez. Competir aqui o ano passado foi uma grande experiência... A preparação no Inverno correu bem, sem contratempos, venho de duas semanas de estágio em altitude em Teide e o meu estado de forma é exatamente o que quero e estou pronto para competir. Tenho boas lembranças do ano passado e espero que sejam ainda melhores quando terminar esta prova.
- Qual é a tua principal motivação?
- Como sempre, ganhar corridas. Gosto de competir. E gosto de estagiar para aprimorar a minha forma física, trabalhar e saber onde está o meu pico de forma.
- Que memórias guardas da tua estreia no Gran Camiño de 2023?
- Foi uma boa experiência estar aqui, embora o clima não tenha sido o melhor, mas desfrutei muito. As coisas são como são e não podemos mudá-las. Gostei da prova, do percurso e da organização. Desfrutei e por isso decidi voltar este ano. Além do mais, a prova começa com um contrarrelógio e essa é uma parte importante, devido aos quilómetros de contrarrelógio que o Tour vai ter. É importante trabalhar esta parte, testar as minhas capacidades e o material, para fazer eventuais ajustes.
- Não envergas um dorsal desde a Volta a Espanha. Como é que achas que te vais sentir?
- Sim, é verdade. Já passaram cinco meses desde a minha última prova. É muito tempo, mas desfrutei muito ao estar em casa com a minha família. Agora estou com muita vontade de competir novamente.
- O teu principal objetivo esta temporada vai voltar a ser a Volta a França?
- Sim. Vou fazer tudo ao meu alcance para chegar na melhor forma possível.
- Achas que Pogacar será menos perigoso por vir da Volta a Itália e, por outro lado, Roglic será uma ameaça maior por ser pela primeira vez um rival?
- O Pogacar nunca participou na Volta a Itália, mas espero que chegue ao Tour em muito boa forma. Tal como o Remco e o Primoz. Teremos uma grande batalha.
- Em teoria será mais difícil ganhar a Volta a França?
- Certamente a concorrência será mais forte do que nunca e será mais difícil ganhar, mas tenho de me concentrar em mim e fazer a melhor preparação possível. Ou seja, chegar na melhor forma possível. Se isso por suficiente, poderei ganhar, se não for, farei o que for possível.
- Como vai ser ter Roglic como adversário?
- Vai ser muito diferente competir contra ele. Fomos companheiros durante cinco anos e sempre competimos juntos. A partir de agora seremos rivais. Ambos vamos tentar ganhar, será uma sensação estranha. Também vou sentir muito a falta do Van Aert, nos últimos três anos vimos quão importante ele tem sido para a equipa, mas também quero vê-lo na Volta a Itália. Espero que consiga obter grandes resultados nessa prova.
- Este ano decidiste substituir a Paris-Nice pela Tirreno-Adriático. Porquê?
- Inicialmente o plano era participar também na Strade Bianche, mas decidimos retirá-la do meu calendário porque assim posso estar mais um dia em casa. Se assim não fosse, passaria pouquíssimo tempo em casa.
- Planeias repetir o mesmo calendário e também participar na Volta a Espanha?
- Não sei quando é que vou tomar essa decisão. Veremos como é que me sinto depois da Volta a França. Teremos de esperar até essa altura.
- Achas que é mais fácil fazer a dobradinha Tour-Vuelta ou Tour-Giro?
- Para mim, o principal objetivo continua a ser a Volta a França, embora no ano passado estivesse bem na Volta a Espanha. Poderia fazê-lo, mas há mais coisas a ter em conta. Por enquanto, prefiro focar-me somente no Tour.