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Entrevistámos Ross Stirling , o "guru" da Garmin

Entrevistámos aquele que é o “guru” da Garmin, o responsável pela equipa de engenheiros que desenvolve os produtos que todos conhecemos na Garmin. Apesar de não nos poder desvendar que produtos novos a marca está a preparar, conseguimos ficar a conhecer melhor o rumo que a marca está a tomar.

Entrevistámos Ross Stirling , o guru da Garmin
Entrevistámos Ross Stirling , o guru da Garmin

Durante uma curta visita a uma das fábricas da Garmin/Tacx, tivemos a oportunidade de fazer uma pequena entrevista a Ross Stirling, um dos mais carismáticos responsáveis da gigante tecnológica. Abordámos o tema da produção e da escassez de componentes, o paradigma da integração, bem como da cada vez mais usada inteligência artificial.

 

Como é que a Garmin lidou com este enorme desfasamento entre procura e oferta nos últimos tempos?

Obviamente, não podemos divulgar aspetos operacionais, mas em termos gerais, foi muito difícil, pois tivemos de interagir mais de perto com os nossos fornecedores e parceiros e tivemos de criar linhas de produção para escalar a produção tendo em conta a procura. Conseguimos atingir os nossos objetivos, pois já temos stock em armazém disponível e não há falta de rolos de treino. Obviamente, as férias e épocas festivas obrigaram-nos a ter menos staff e embora existam alturas do ano em que sabemos que a procura vai aumentar, basta planearmos com antecedência toda a cadeia de produção.

 

A venda de rolos de treino cresceu exponencialmente desde o início da pandemia. Este mercado é uma das grandes apostas da Tacx em termos de evolução tecnológica e interatividade?

Na verdade, a pandemia obrigou-nos a ter duas épocas no mesmo ano, embora já tivéssemos notado, muito antes da pandemia, que a procura estava a crescer. Ou seja, treinar dentro de casa (ou no ginásio) com um rolo de treino deixou de ser algo apenas comum nos meses de frio e chuva, para ser algo ao longo de vários meses. As pessoas querem estar em forma durante todo o ano. Quanto à tua pergunta acerca da evolução tecnológica, as pessoas atualmente querem uma experiência imersiva no seu treino e a nossa gama tem produtos para todo o tipo de utilizadores, incluindo os smart trainers.

 

A inteligência artificial está cada vez mais presente no nosso quotidiano. Qual é a abordagem da Garmin e da Tacx?

As pessoas não querem ver simplesmente os dados, até porque não têm tempo ou paciência para avaliar a sua potência, ritmo cardíaco ou horas de sono. Por isso, ter acesso a produtos que os guiam ou ajudam a compreender esses valores os ajudam a melhorar, é o nosso objetivo. Um ciclista quer saber qual é o seu potencial, os seus pontos fortes e fracos e comparar isso com os objetivos. No fundo, ajudamos os nossos clientes a atingir os seus próprios objetivos. Podemos ver isso no Garmin Connect e na aplicação Tacx Trainning, bem como nas sugestões de treino.

 

O Garmin Edge 1040 Solar já inclui tecnologia artificial, mas seria interessante receber instantaneamente no GPS mais notificações personalizadas relevantes. Isso está a ser ponderado?

Um GPS para um automóvel já fornece esse tipo de informações, mas um GPS para ciclismo, por exemplo, inclui informações que tenham a ver com a modalidade em si. Estamos a ir nessa direção. Além disso, os nossos aparelhos já informam quando o clima se torna muito extremo.

 

Tendo em conta o que se passou a nível mundial, com a escassez de peças, a Garmin/Tacx planeia trazer para a Europa mais alguma percentagem da produção? E que preocupações há a nível de preço de mão de obra e taxas?

É uma excelente pergunta. Uma das coisas onde a Garmin se destaca é precisamente descobrir de que forma conseguimos ter os locais de produção o mais perto possível dos fornecedores. A proximidade dos locais onde está determinada tecnologia e os pontos de produção é essencial. Por exemplo, a moldagem por injeção é muito importante para nós, por isso tudo aquilo que pudermos usar a nível local usamos, mas o que não conseguimos obter nas imediações tentamos ver a melhor solução. O preço de algo tem sempre uma relação direta com o transporte e por vezes o que conseguimos produzir recorrendo a maquinaria, sendo inteligentes na forma como lidamos com os nossos empregados, comos recursos e com o tempo efetivo de trabalho, pode tornar-nos realmente eficientes. O ideal é termos a nossa equipa de design e a fábrica a trabalhar em uníssono.

 

A integração é a palavra de ordem no mundo das bicicletas (baterias, cablagem interna, cockpits, etc), mas um dos acessórios que ainda não está integrado diretamente na bicicleta é o GPS. Este é um tema em cima da mesa nas reuniões internas da Garmin?

Ao longo dos anos já vimos muitas tentativas que incluíam ecrãs integrados no guiador ou no quadro, mas temos a noção de que as coisas não duram para sempre. Por exemplo, um GPS comprado hoje, se calhar daqui a alguns anos vai estar desatualizado ou a bicicleta que hoje adoro, daqui a 10 anos poderá já não preencher as minhas necessidades. Há algumas coisas que não podem ser integradas ou que não são a melhor opção para o cliente. Além disso, hoje posso querer ir fazer BTT, amanhã se calhar vou fazer rolos em casa e depois de amanhã poderei ir fazer estrada ou gravel, bastando transferir o GPS de uma bike para outra. Se fosse totalmente integrado numa só, já não seria possível. O que oferecemos é uma experiência pessoal para cada tipo de pessoa e para tipo de atividade, com personalização consoante o tipo de vertente.

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