Este tipo de massa lubrificante tem um longo historial, mas há uma data específica que mudou tudo. Em 1995, quando a RockShox começou a utilizar elastómeros MCU (Uretano Micro Celular) nas suas suspensões Judy e Quadra, recomendou a não utilização de massas de lubrificação de lítio, pois afetavam este tipo de borracha (MCU), endurecendo-a e alterando o funcionamento da suspensão.
Este facto criou o pânico e na altura generalizou-se a ideia de que o lítio era prejudicial em todas as borrachas, não só as MCU, o que não deixa de ser mentira, porque depende da composição da própria borracha. Acontece algo parecido no caso dos travões de disco, nos quais as juntas e os retentores que foram concebidos para trabalhar com óleo mineral, ficam deformadas se entrarem em contato com outro tipo de líquido dos travões.
Voltando ao lítio, basicamente é um composto utilizado como lubrificante viscoso e que tem propriedades anticorrosão nos metais, repele a água, e funciona muito bem mesmo em altas temperaturas e sob pressão. Por isso é ideal para os rolamentos, tanto dos cubos, como do pedaleiro, direção... E o que é que acontece aos retentores que protegem estes rolamentos da água e da sujidade? São afetados? Em princípio não, porque são retentores de borracha preparados para este tipo de utilização e compatíveis com o lítio.
Em todo o caso, a nossa recomendação é que utilizes a massa de lítio unicamente nos rolamentos e deve ser sempre uma massa lubrificante especial para bicicletas. Não utilizes uma massa para automóveis ou a chamada "massa industrial" pois contém outro tipo de aditivos especiais para o uso a que se destina. Para as restantes peças da bicicleta podes usar uma massa convencional sem lítio, ou se procuras um bom deslizamento entre as partes em contato, como os cabos e bichas, uma com Teflon é o ideal.