Provavelmente já leste em algum sítio que um ângulo de selim menor, por exemplo 73º, te posiciona mais recuado em cima do selim, fazendo com que coloques mais peso na roda traseira ganhando assim tração. Todavia, segundo a mesma teoria, isto faz com que em subidas muito inclinadas a roda dianteira se levante com mais facilidade. Por outro lado, um ângulo mais vertical, por exemplo 76º, faz com que fiques numa posição mais central em cima da bicicleta, sem chegar a perder tração e significa que vais carregar mais peso na roda dianteira para que esta não se levante com facilidade na tal subida muito inclinada...
Também se costuma dizer que a posição ideal em cima do selim é aquela na qual estando os cranques paralelos ao solo, a promada que sai da ponta do joelho, passa pelo eixo do pedal. Portanto, supomos que com os dois ângulos de selim, teremos de adiantar ou recuar o selim para ter essa posição ideal, pelo que em ambos os casos estaríamos sentados na mesma posição. Por acaso nas subidas muito pronunciadas não se cumpre a lei do fio de prumo? Ou há algo mais a ter em conta?
O ângulo do tubo de selim influencia a posição do ciclista em relação ao eixo do pedaleiro. Uma bicicleta que tenha um ângulo do tubo de selim de 90 graus situa o selim precisamente em cima do eixo do pedaleiro, supondo que os carris estão na posição central.
Nas bicicletas de estrada este ângulo costuma estar entre os 72 e os 74 graus, ou seja, o selim fica sempre atrás do eixo do pedaleiro. Todavia, com o mesmo ângulo de selim é possível situar o dito selim em posições muito diferentes em função do espigão (recuo) e da posição dos carris.
O recuo do selim faz referência à posição da ponta do selim em relação ao eixo do pedaleiro na horizontal. Um recuo de 5 cm significa que a ponta do selim está 5 cm atrás do eixo do pedaleiro. Como referimos antes, com um ângulo de selim de 73 graus (a título de exemplo), podemos conseguir um recuo de 3 cm se utilizarmos um espigão reto e adiantarmos o selim ao máximo. Por este motivo e como o ângulo do tubo de selim é muito parecido entre bicicletas é mais prático falar do recuo do selim.
CONCLUSÃO
Deste modo podemos afirmar que a teoria que comentámos no início deste texto está correta. Quanto mais atrás estiver o selim, mais tração traseira teremos, mas mais tendência terá a roda dianteira para levantar. O mesmo se passa no sentido inverso. Por isso convém fazer um ajuste tendo em conta a posição do joelho em relação ao eixo do pedal quando o cranque está na posição horizontal.
Sem ser uma referência milimétrica, a verdade é que a técnica do fio de prumo é uma boa referência para conseguir uma correta distribuição de pesos bem como uma pedalada mais adequada. Quando o joelho fica muito recuado face ao pedal perde-se fluidez na pedalada. E se o joelho está muito adiantado normalmente é sinónimo de uma sobrecarga de peso nas mãos.
O problema do recuo é que não é muito fácil de medir. Outra alternativa é utilizar um laser vertical.