Dicas e Truques

8 truques para ganhar tração nas subidas

Por muito forte que estejas, se não tiveres os conhecimentos básicos em termos de técnica, estás perdido. Estes truques vão ajudar-te a transformar a tua potência em tração para superar até as subidas mais técnicas.

Ivan Mateos e Carlos Pinto

3 minutos

8 truques para ganhar tração nas subidas

1. EQUILIBRA O PESO

Isto é fundamental. Não deves colocar o peso nem muito atrás nem demasiado à frente, apenas deves repartir o peso por igual entre ambas as rodas. Como? Em função da inclinação, terás de te curvar para a frente, quanto maior a pendente, flectindo os cotovelos e baixando o peito. Se for necessário, senta-te na ponta do selim. E se não repartir bem o peso? Se o colocares demasiado para trás, perderás a capacidade de controlar a bicicleta, principalmente a roda dianteira (pode chegar a fazer um cavalinho); se colocares demasiado para a frente, perderás aderência na roda traseira (fazendo com que derrape).

2. ANTECIPA

Se a subida é técnica, com raízes ou pedra, antecipar é o grande segredo para chegar ao topo. Tenta escolher o melhor traçado, olhando sempre em frente, e nunca para a roda e se tiveres de passar por cima de uma raíz ou pedra grande, terás de antecipar essa passagem, aligeirando o peso do corpo e relaxando os braços e pernas, permitindo alguma correção de trajetória que surja. A confiança em nós mesmos é também essencial e devemos acreditar que conseguimos ultrapassar esse obstáculo.

3. METE A TERCEIRA

Devemos escolher a mudança adequada. O mesmo se passa nos automóveis ou nas motas. É preferível ter engrenada uma mudança que permita ultrapassar a subida do que ter uma que nos pode deixar apeados. Ou seja, escolhe uma mudança confortável, pois se o terreno estiver escorregadio (areia solta, pedra, piso molhado) essa mudança pode fazer com que consigas chegar ao topo sem grandes problemas.

4. SUAVEMENTE…

Se usarmos uma desmultiplicação mais suave (isto é, um carreto maior), iremos pedalar mais suavemente. É verdade que o esforço será menor, mas demoraremos mais tempo a chegar ao topo. Por outro lado, temos de controlar a cadência: se estivermos a pedalar a mais de 80 rpm, estaremos a "pedalar no vazio", como se diz na gíria do BTT. O ideal é em torno das 50 a 60 rpm.

5. A PRESSÃO CORRETA

Encontrar a pressão correta é fundamental. Já sabemos que um pneu muito duro altera a resistência ao rolamento, o contato com o terreno é menor e isto produz uma perda de tração nas subidas. Dependendo do trilho que vamos percorrer, se possui subidas difíceis ou não, temos de adotar a pressão adequada nos pneus até encontrar um ponto de equilíbrio. Com menos pressão, a dimensão do pneu em contato com o chão é maior, aumentando o atrito e a tração, fazendo com que o pneu se molde melhor às diferentes irregularidades do terreno.
 

6. PEDALA SENTADO!

Isto que estamos a dizer é bastante lógico: se subirmos sentados, colocaremos mais peso na roda traseira e aumentamos a tração. Se nos colocarmos em pé, o peso da roda traseira será menor - além de fazermos mais força nos pedais -, e se o terreno tiver um piso pouco aderente (lama, pedra solta, raízes húmidas), certamente que as rodas irão patinar.

 

7. AMORTECEDOR DESBLOQUEADO

Muitos desconhecem este pormenor, mas não se deve enfrentar as subidas com o amortecedor bloqueado. O ideal é colocá-lo na posição intermédia e em algumas situações até o deves deixar na posição totalmente desbloqueada/aberta. Alguns sistemas de amortecimento têm limitações, mas os melhores (os mais caros e os mais modernos) empurram a roda contra o solo e o aumento de tração é surpreendente. Conhecemos pessoas com bicicletas de 6.000 euros que desconheciam este pormenor, ou seja, não estavam a tirar partido do seu amortecedor topo de gama.

8. PEDALA EM PÉ! MAS NEM SEMPRE...

Bem, na verdade podes subir sempre em pé, desde que o piso seja uniforme e com boa aderência, mas se for muito irregular, é preferível subir sentado e apenas te deves colocar em pé nos momentos chave. Por exemplo, se te deparares com uma raíz ou um degrau, depois de a roda dianteira ter passado, é necessário "ajudar" a roda traseira a superar esse obstáculo. Podes levantar o traseiro alguns centímetros e acompanhar o movimento com um empurrão do guiador para a frente, dando um impulso à bicicleta.

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