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Lagos de Covadonga, Moncalvillo e Picón Blanco, as dificuldades finais da Vuelta

Entramos na última semana da Volta a Espanha com muita indecisão nos primeiros lugares da classificação geral. Há quatro etapas que podem ser importantes para a geral, com as chegadas em alto nos Lagos de Covadonga, Moncalvillo e Picón Blanco (numa etapa com sete subidas) e o contrarrelógio final de 24,6 km em Madrid. 

Ciclismoafondo.es. Foto: Luis Ángel Gómez (Sprint Cycling Agency)

Lagos de Covadonga, Moncalvillo e Picón Blanco, as dificuldades finais da Vuelta
Lagos de Covadonga, Moncalvillo e Picón Blanco, as dificuldades finais da Vuelta

Os protagonistas da Volta a Espanha gozaram ontem o segundo dia de descanso após a espetacular subida a Cuitu Negru, que teve como vencedor Pablo Castrillo. Hoje entramos na parte final da prova, com seis etapas que decidirão o vencedor. Das seis, quatro são particularmente importantes para a classificação geral (Lagos de Covadonga, Moncalvillo, Picón Blanco e o contrarrelógio final de 24,6 km em Madrid), enquanto duas são propícias a sprinters ou fugitivos.

Ben O´Connor está a aguentar com todas as suas forças a camisola vermelha de líder, no entanto Primoz Roglic tem atacado e prometeu que tudo vai fazer para "roubar" a liderança ao australiano. Nem mesmo a penalização de 20 segundos aplicada pelos Comissários a Roglic após este ter seguido no vácuo do seu carro de apoio o demove, estando agora a diferença entre ambos cifrada em 1m03, uma vantagem que parece ser muito escassa. Lembramos que a diferença chegou a ser de 5 minutos, mas pouco a pouco o esloveno tem conseguido recuperar tempo, além de que o contrarrelógio final em Madrid favorece mais Roglic do que O´Connor. 

As últimas seis etapas vão ditar a sentença não só da camisola vermelha, mas também do terceiro lugar. O´Connor, Roglic, Enric Mas (3º, a 2m23), Richard Carapaz (4º, a 2m44) e Mikel Landa (5º, a 3m05) têm todos objetivos bastante ambiciosos e tudo pode acontecer. Outros ciclistas como Carlos Rodríguez, David Gaudu, Mattias Skjelmose, Adam Yates e Sepp Kuss perderam algum fulgor e estão longe do terceiro posto, mas não os podemos descartar já, dado que qualquer um dos nomes que referimos antes pode adoecer, cair ou pura e simplesmente ter um dia mau e perder muito tempo. 

clasificacion general

Os míticos Lagos de Covadonga (12,5 km a 6,9%) são a primeira dificuldade desta última semana, que contempla outras jornadas igualmente importantes, sobretudo a 20ª etapa, entre Villarcayo e Picón Blanco, que terá sete subidas pontuáveis, três delas de primeira categoria, incluindo a dura subida final de 7,9 km a 9,1%. 

No dia anterior (19ª etapa), os ciclistas enfrentarão a subida a Moncalvillo, uma ascensão de 8,6 km a 8,9% de pendente média com rampas que chegam aos 16%. E não nos podemos esquecer do contrarrelógio final do último dia em Madrid (24,6 km). 

Por outro lado, a 17ª etapa (com meta em Santander) será a última oportunidade para os sprinters brilharem. A 18ª etapa também pode terminar assim, embora a caminho do Parque Natural de Izki os ciclistas tenham de enfrentar a subida de primeira categoria a Puerto de Herrera (5,6 km a 8,3%, mas com rampas que chegam aos 14%), portanto apostamos mais numa fuga com ciclistas de elevada qualidade. 

ESTAS SÃO AS ETAPAS DA ÚLTIMA SEMANA

Terça feira, dia 3. Etapa 16. Luanco - Lagos de Covadonga. 181,3 km

Etapa 16

Esta subida aos Lagos de Covadonga é de Categoria Especial (12,5 km a 6,9%) e será o culminar de uma etapa dura em que os ciclistas terão de subir o Mirador del Fito (7,1 km a 7,9%) e Collada Llomena (7,6 km a 9,3%), ambas de primeira categoria. Será uma etapa importante para a classificação geral. 

Quarta feira, dia 4. Etapa 17. Arnuero - Santander. 141,5 km

Etapa 17

Será a última oportunidade para os sprinters nesta Volta. Terá duas subidas de segunda categoria na primeira parte, portanto é provável que surja uma fuga controlada pelas equipas dos sprinters, com o objetivo de discutir a jornada em Santander. Prevê-se um novo duelo entre Kaden Groves e Wout van Aert. 

Quinta feira, dia 5. Etapa 18. Vitoria-Gasteiz - Maestu-Parque Natural de Izki. 179,3 km

Etapa 18

Esta etapa de média montanha em Álava terá duas subidas de segunda categoria e uma de primeira (Puerto Herrera, de 5,6 km a 8,3%) a 45 km da meta que poderá servir para eliminar os sprinters puros. Ciclistas rápidos que passem bem a média montanha podem encontrar nesta jornada o dia ideal para tentar uma fuga. 

Sexta feira, dia 6. Etapa 19. Logroño Alto de Moncalvillo. 173, 2 km

Etapa 19

Trata-se de uma jornada praticamente plana até à parte final. O Alto de Moncalvillo (8,6 km a 8,9%) - onde Roglic ganhou em 2020 após um espetacular duelo com Carapaz - tem um início suave e as principais dificuldades estão nos quatro quilómetros finais, com uma pendente sempre superior a 9% e com rampas que chegam aos 16%! Os favoritos vão certamente entrar em cena. 

Sábado, dia 7. Etapa 20. Villarcayo - Picón Blanco. 172 km

Etapa 20

Esta será a etapa demolidora da última semana e a jornada do tudo ou nada. Terá sete subidas pontuáveis, três delas de primeira categoria. Após subir o Puerto de Estacas de Trueba, os ciclistas enfrentarão terreno duro e cheio de pequenas ascensões, seguindo-se o Portillo de Lunada (14 km a 6,1%). Depois, mais uma subida, desta vez o Portillo de la Sia (7,2 km a 6,1%) e o Puerto de los Tornos (11,3 km a 6%). Como se não bastasse, a parte final será exigente, com o Picón Blanco (7,9 km a 9,1%), com rampas que chegam aos 18%!

Domingo, dia 8. Etapa 21. Madrid - Madrid. 24.6 km CRI

Etapa 21

O contrarrelógio final em Madrid poderá resolver as contas caso ainda existam dúvidas. Terá quase 25 km e não apresenta grandes dificuldades. É o cenário perfeito para Primoz Roglic.

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