A caravana da Volta a Espanha deslocou-se ontem para o norte do país, onde os ciclistas terão pela frente uma semana marcada por muita montanha, com três chegadas em alto. A classificação geral ficará certamente mais afunilada.
O australiano Ben O´Connor (Decathlon-AG2r La Mondiale) continua a liderar com 3m53 de vantagem sobre Primoz Roglic, o seu principal adversário nesta fase, mas tudo poderá mudar já esta semana...
A 9ª etapa de domingo, com a exigente subida a Hazallanas e chegada em Granada, mostrou algumas debilidades de Roglic (que, à priori, era o grande favorito, após ter vencido em Pico Villuercas e Cazorla) e voltou a meter na luta pela geral um dos ciclistas mais perigosos, Richard Carapaz, que está em terceiro lugar, a 4m32 (entrevistámos o equatoriano antes do início da Vuelta e vais poder conhecer o seu lado mais pessoal na revista Ciclismo a fundo que estará nas bancas em Setembro), bem como Adam Yates, que agora é sétimo, após vencer em Granada.
A geral ainda está muito aberta, portanto esta semana será claramente decisiva e quem passar dificuldades ficará irremediavelmente fora da luta pelos lugares do pódio.
Esta segunda semana de competição terá, sobretudo, três chegadas em alto que não perdoarão descuidos: Manzaneda, Ancares e Cuitu Negru.
10ª etapa (Terça feira, dia 27). Ponteareas - Baiona, 159,6 km
A Galiza vai receber os ciclistas com uma etapa que, embora não tenha subidas de extrema dificuldade, não tem um único metro plano. Tem uma subida de segunda categoria no início da etapa e na parte final o pelotão terá de enfrentar três subidas que já foram protagonistas na Volta a Espanha de 2021, com especial destaque para o Alto de Mougás, uma subida de primeira categoria de 9,9 km a 6%. É uma etapa propícia a uma fuga.
11ª etapa (Quarta feira, dia 28). Campus Tecnológico Cortizo Padron - Campus Tecnológico Cortizo Padron, 166,4 km
Nesta etapa na Galiza, os ciclistas terão de subir duas vezes o Puerto Aguasantas, de segunda categoria (5,7 km a 6,1%), mas também enfrentarão outras duas subidas de terceira categoria. Será uma jornada demolidora para as pernas e o pelotão terá dificuldade em controlar uma fuga. Perto da meta há uma subida curta, mas muito dura - Cruxeiras, de segunda categoria: 2,9 km a 8,9% - que será decisiva.
12ª etapa (Quinta feira, dia 29). Ourense Termal - Estacion De Montana De Manzaneda, 137,4 km
Esta sinuosa etapa deverá ficar marcada por uma fuga logo a partir de Ribeira Sacra. A chegada será na Estação de Montanha de Manzaneda (15,4 km a 4,7%, no entanto algumas partes chegam aos 12%).
13ª etapa (Sexta feira, dia 30). Lugo - Puerto de Ancares, 175,6 km
A subida ao Alto Campo de Arbre (terceira categoria), bem como a O Portelo e Llumeras (ambas de segunda categoria) servirão de aperitivo para a subida final a Puerto de Ancares por uma vertente inédita na Vuelta (pelo lado leonês). Serão 7,5 km a 9,3%, com rampas que chegam aos 15% e os últimos 5 km serão a uma média de 12%! Será uma chegada vital para os que lutam pela classificação geral.
14ª etapa (Sábado, dia 31). Villafranco del Bierzo - Villablino 200,4 km
Esta será a etapa mais longa da Volta a Espanha 2024. A primeira parte será plana, mas a parte final não dará misericórdia. As dificuldades começam no Puerto de Litariegos, uma subida sem grandes rampas (a pendente média é de 4,5%), mas terá 23 km que se podem tornar um inferno numa etapa que terá 200 km de extensão.
15ª etapa (Domingo, dia 1). Infiesto - Valgrande-Pajares Cuitu Negru, 142,9 km
A segunda semana vai terminar com uma dura etapa de montanha nas Astúrias. Os ciclistas terão de subir duas vezes a Colladiella (6,4 km a 8,2%), mas a parte decisiva é só para homens de barba rija, Cuitu Negru (18,9 km a 7,4%), um autêntico colosso cuja parte mais dura após os ciclistas passarem a estação de Pajares, terá rampas que chegam aos 24% e os três quilómetros finais são sempre acima de 12%. Será uma etapa claramente decisiva para a classificação geral.