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A imponente logística de uma equipa World Tour para uma grande Volta

Neste artigo mostramos tudo o que é preciso para que uma equipa World Tour, como por exemplo a Trek-Segafredo, esteja numa grande volta, como o Tour, Giro ou Vuelta.

Carlos Pinto e Trek/Segafredo

A imponente logística de uma equipa World Tour para uma grande Volta
A imponente logística de uma equipa World Tour para uma grande Volta

Já tivemos a oportunidade de estar em grandes voltas e acompanhar nos bastidores o trabalho de mecânicos, diretores e responsáveis de logística das equipas World Tour. Os milhões de orçamento anual de cada uma destas equipas são gastos em quantidades massivas em pequenos pormenores, como estágios, ordenados, veículos, alimentação, componentes, peças e não só. 

Neste artigo mostramos o exemplo da Trek Segafredo na Volta a França. 

Preparar uma equipa do WorldTour para a Volta à França é uma tarefa massiva que vai muito além de colocar oito ciclistas em cima de oito bicicletas na linha de partida. As bicicletas são complexas peças de engenharia que requerem afinação meticulosa e manutenção constante. Os corpos dos ciclistas são, provavelmente, ainda mais complicados, com necessidades específicas adaptadas a cada um, em termos de nutrição e recuperação. Para abastecer uma equipa durante mais de três semanas em França é preciso haver coordenação entre dezenas de pessoas que trabalham em todo o mundo.

O diretor técnico da Trek-Segafredo, Matt Shriver, começa a preparar a Volta a França seguinte, praticamente após o fim da edição anterior. Em agosto, realiza a encomenda dos equipamento e os tamanhos que ele acha que a equipa vai precisar para o ano seguinte. Tem de adivinhar como vai ser o alinhamento da equipa. Se tiver sorte, poderá conseguir acertar em cinco dos oito ciclistas.

“Acho que é precisamente o que as pessoas não se apercebem, especialmente quando se está a fazer alguma coisa especial ou personalizada: temos de planear tudo com antecedência”, comenta Shriver. “E recebemos todas as aprovações dos patrocinadores, porque funciona como uma colaboração. Eles precisam de dar a sua aprovação e também querem ver o que estamos a fazer.”

Os ciclistas precisam de muito equipamento para completar as 21 etapas durante os 23 dias de prova. É preciso muito equipamento sobressalente para responder ao uso e desgaste (já para não falar das inevitáveis quedas) de tanta competição durante um período tão compacto. Eis apenas uma ideia de tudo o que a equipa leva. 

  • Pelo menos três quadros para cada ciclista e quatro para os líderes de equipa.
  • Dois quadros sobressalentes de cada tamanho, entre os 50 e 60 cm, para um total de cerca de 40 quadros.
  • 26 pratos pedaleiros duplos SRAM, e 12 pratos simples, a variar entre os 50 e 56 dentes no prato grande.
  • 54 cassetes SRAM.
  • 40 correntes (como curiosidade: são fabricadas em Portugal, mais precisamente em Coimbra).
  • 60 conjuntos de rodas Bontrager.
  • 50 pneus tubulares Pirelli sobressalentes, para além dos que já estão montados nas bicicletas.
  • 12 computadores Wahoo — um para cada ciclista, mais quatro sobressalentes.
  • 3000 bidões de água.
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Tudo completamente novo, para que os ciclistas tenham a certeza de que o seu equipamento está nas melhores condições.

Segundo Shriver, as semanas finais antes do início do Tour são relativamente descontraídas. O grande trabalho de preparação para o Tour é realizado nos meses anteriores. Durante esse período, a Trek-Segafredo trabalha em estreita colaboração com os seus parceiros, como a Pirelli, para testar e aperfeiçoar o equipamento às suas necessidades.

“Trabalhar com uma equipa do WorldTour, como a Trek-Segafredo, exige muito trabalho que vai para além do que se consegue ver”, refere Davide Valsecchi, o Diretor de Marketing Desportivo e Digital de Ciclismo da Pirelli. “Tudo começa com as atividades de teste, que nunca são realmente interrompidas durante a época, e que define o que a Pirelli deve fornecer aos ciclistas e mecânicos. De uma forma geral, testamos novas soluções durante os estágios de treino de inverno e nas primeiras provas do ano, para que esteja tudo pronto antes do início das grandes voltas em maio”.

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O Service Course da Trek-Segafredo, perto de Gent na Bélgica, é o centro de testes para todas as competições da equipa (bem como para a Trek Factory Racing). A SRAM fornece os componentes para as bicicletas em novembro, antes do estágio da equipa em dezembro, para que toda a estrutura possa recorrer ao material sempre que seja necessário. A SRAM realiza depois uma segunda entrega de equipamento, durante a época antes do Tour, para que a Trek-Segafredo tenha acesso aos produtos mais recentes e evoluídos.

Esse equipamento melhorado é geralmente avaliado em termos de desempenho e reações da equipa.

“Também testamos com a equipa produtos protótipos fora da competição, onde vamos para uma pista ou terreno específico para testar os produtos que estão em desenvolvimento”, refere Jason Phillips, Diretor da SRAM Racing. “Já desenvolvemos muitos componentes com a ajuda e o feedback da Trek-Segafredo.”

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Outros parceiros como a Wahoo e a Bontrager também aproveitam o seu acesso aos ciclistas Trek-Segafredo para melhorarem os seus produtos. Como a Bontrager é uma marca da Trek, recorrem a um canal de comunicação exclusivo com a equipa que os ajuda a desenvolver protótipos de equipamento, como capacetes e sapatos, nas primeiras provas, que podem vir a ser usados em modelos finais durante o Tour (e, mais tarde, ficarem disponíveis para os consumidores). Esse relacionamento próximo também garante que a equipa não tenha dificuldades em aceder aos materiais que necessita.

“Temos a sorte de estar envolvidos com uma equipa de competição do WorldTour há tantos anos, por isso temos o privilégio de saber o que é necessário para as provas de prestígio como o Tour de France, com a orientação da Trek Race Shop”, comenta Sam Foos, Diretor de Marketing da Bontrager. “Como estamos tão integrados, podemos partilhar dados e informações de teste sobre todo o equipamento que fornecemos aos ciclistas. Isto permite que os ciclistas escolham as rodas, capacetes e sapatos que melhor correspondem às suas necessidades. É um bónus adicional que nos permite concentrar em tornar os ciclistas mais rápidos, não apenas a partir dos quadros, mas com tudo o que tenha a marca Bontrager. Faz tudo parte de um sistema, e fazemos o desenvolvimento dessa forma.”

A Wahoo também se orgulha da sua comunicação. A empresa fornece a Trek-Segafredo com duas entregas: a primeira antes da época, para que a equipa possa começar a competir e a segunda para responder às necessidades de competição da equipa durante o resto do ano. Além disso, a Wahoo tem uma equipa de acompanhamento dedicada, para garantir que os treinadores e mecânicos conhecem bem os seus computadores e podem ajudar os ciclistas da melhor forma.

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O staff da Wahoo também costuma estar presente nas competições, para apoiar a equipa e ajudar a resolver quaisquer problemas inesperados.

“O nosso staff leva sempre diversos equipamentos suplentes durante estas visitas, para que uma equipa nunca tenha de esperar mais de uma hora para receber um produto em ambiente de competição. Este é um serviço dedicado e bastante exclusivo!” Refere Louis Quinton, Diretor de Marketing da Wahoo para a Europa. “Ele também está disponível dia e noite, durante todo o ano para responder diretamente a quaisquer dúvidas da equipa, ciclistas e treinadores.”

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A Trek-Segafredo leva muito equipamento suplente para o Tour de France, mas por vezes surgem problemas inesperados, sendo as grandes quedas os mais frequentes, que exigem entregas de última hora dos parceiros entre as etapas. Nestas situações, os relacionamentos duradouros e a experiência em competição podem fazer uma grande diferença no desempenho.

Um bom desempenho na Volta à França é uma questão de manutenção como de desempenho. Os ciclistas não têm apenas que ser rápidos, também têm que gerir bem o seu tempo de descanso, definir a sua nutrição e programas de recuperação para que possam competir de forma eficiente todos os dias.

As suas bicicletas precisam quase do mesmo amor e carinho. Os mecânicos da Trek-Segafredo trabalham de forma incansável para se certificarem de que a frota da equipa está nas melhores condições, para que o risco de problemas mecânicos nos momentos cruciais da corrida seja quase zero.

A equipa utiliza muitos produtos para se manter a correr durante o Tour. De acordo com Matt Shriver, para se certificarem de que as bicicletas funcionam corretamente durante três semanas de competição é preciso mais de oito litros de desengordurante Finish Line EcoTech, seis garrafas de 100 ml de lubrificante de corrente, uma lata de massa lubrificante para todas as rodas e rolamentos e, pelo menos, 10 latas de 700 ml de produto de limpeza para discos de travão.

No que diz respeito à nutrição, os números são ainda mais assombrosos. De acordo com Elvio Barcella, um soigneur da Trek-Segafredo, a equipa vai consumir as seguintes quantidades de produtos Enervit durante o Tour:

  • 800 embalagens de gel energético;
  • 400 barras energéticas;
  • 30 quilos de mistura para bebida durante a competição;
  • 2 quilos de bebida de recuperação.

A grande quantidade de produtos – arrumados no autocarro, carros, carrinhas e camiões da equipa – necessita de comunicação quase constante entre os parceiros e a equipa para chegar a tempo a cada etapa do Tour. Tal como com os quadros e componentes que equipam as bicicletas, a Trek-Segafredo faz as encomendas no final da época anterior para o que pensa fazer falta para as competições do calendário vindouro, incluindo o Tour. As relações de longo prazo que a equipa tem com muitos dos seus parceiros faz com que este processo seja relativamente fácil.

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A Enervit e a Trek-Segafredo trabalham com uma proximidade particular, o que não é surpreendente tendo em conta o quão personalizada é a nutrição. Durante novembro ou dezembro, antes de a nova época começar, os representantes da Enervit encontram-se com a equipa da Trek-Segafredo – em particular com a nutricionista da equipa Stephanie Scheirlynck – para ouvir o feedback da equipa e apresentar uma nova gama de produtos. Porque a Enervit não externaliza a produção, é suficientemente ágil para criar novos produtos que são concebidos especificamente para os objetivos da Trek-Segafredo.

“Concebemos em sintonia com a Stephanie uma bebida energética de competição a que chamámos ‘Carbo Trek,’” diz Filippo Casarotto Diretor Desportivo e de Fitness da Enervit. “Procuramos sempre satisfazer os pedidos da equipa, porque somos uma empresa que produz mais de 80 por cento dos seus produtos internamente.”

A Finish Line abastece a Trek-Segafredo com lubrificantes, desengordurantes, produtos de limpeza e para polir há mais de 10 anos. A empresa tem centros de distribuição por todo o mundo, incluindo um distribuidor belga chamado NOW Company que fica de sobreaviso para satisfazer quaisquer pedidos de distribuição para o Tour.

“Esta abrangente cadeia de fornecimento permitiu à Finish Line apoiar a Trek-Segafredo,” diz Alex Barouh, Diretor Global de Retalho da Finish Line. “Orgulhamo-nos de fazer a entrega dos nossos produtos para manutenção essencial aos mecânicos da equipa em dois dias para cada pedido.”

A pandemia da Covid-19 criou dores de cabeça logísticas a muitos dos parceiros da Trek-Segafredo, causando problemas de envio e aumentando a procura pelo ciclismo e todos os produtos relacionados. O que normalmente era um processo bem estabelecido tornou-se, de repente, muito mais complicado.

A Saris fabrica os rolos de treino inteligentes H3 que a Trek-Segafredo utiliza no Tour. A equipa leva 10 consigo em viagem pela França – oito no autocarro para cada um dos ciclistas e mais dois suplentes no camião da equipa. Os modelos utilizados pela Trek-Segafredo são exatamente iguais aos que estão disponíveis ao público. Para os fazer em segurança na sua fábrica em Madison, Wisconsin, a Saris teve que fornecer Equipamento de Proteção Pessoal e alterar o layout da sua fábrica para manter a distância entre os funcionários. Ao mesmo tempo, tiveram que satisfazer um aumento tremendo da procura pelos seus produtos.

“É um desafio que ainda continua hoje em dia,” diz Brian Turany, Diretor de Departamento na Saris. “Estamos a enviar por via aérea mais componentes do que queríamos, mas essa é a única forma de acompanhar a procura. Felizmente, a equipa faz um grande trabalho na manutenção e cuidado do seu equipamento e não tivemos que fazer um abastecimento de ‘emergência’ na sua base.

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A Hyperice, que tem uma gama de produtos de recuperação como pistolas de massagem e botas de compressão, também cresceu significativamente numa altura em que o envio e o fabrico tem sido particularmente difícil. Complicações como, vamos dizer, navios a ficarem presos nos canais causam pesadelos logísticos a uma grande escala, mas servir clientes de alto perfil num nível micro também apresenta os seus desafios.

Na Volta à França, cada ciclista dispõe da própria pistola de massagem Hyperice Hypervolt e o autocarro da equipa dispõe de dois pares de botas de compressão Normatec que os ciclistas partilham (apesar de alguns ciclistas pedirem umas só para si). Se um aparelho deixa de funcionar, ou se um ciclista se esquece do carregador no hotel da última etapa, a Hyperice entra em ação para fornecer a substituição tão depressa quanto possível.

“Em França, vimos quem precisava do quê e certificávamo-nos de o enviar com data de entrega garantida num determinado dia, provavelmente uma ou duas etapas à frente, para não falharmos,” diz Jessica Miller, Diretora da Parceria para Endurance da Hyperice. “Muitas vezes, um ciclista vai utilizar mais um produto no autocarro do que havia feito antes e depois vai dizer, ‘Quero isto.’ Depois entram em contacto e nós coordenamos a entrega na etapa seguinte para que tenham o seu produto pessoal para utilizar no resto do Tour.”

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Felizmente, alguns dos parceiros da Trek-Segafredo são relativamente à prova de caos. A Unior fornece normalmente ferramentas novas aos mecânicos da equipa durante o inverno antes da época começar. Em circunstâncias normais, a Unior visitaria a equipa diretamente em competição para obter feedback acerca dos seus produtos. Essas conversas pessoais não puderam acontecer durante um ano disruptivo de pandemia, mas a equipa já tinha tudo o que necessitava.

“Uma vez que as nossas ferramentas duram uma vida nós apenas precisamos de adicionar novas ferramentas para serem desenvolvidas com o feedback que a equipa dá todos os anos,” diz Bruce Fina, Diretor de Marketing e Retalho da Unior. “Felizmente temos um relacionamento forte com a equipa há muitos anos pelo que somos capazes de tratar de todas as necessidades através do telefone e de conversas por e-mail.”

Santini leva muito a sério a sua relação com a Trek-Segafredo, começando no estágio de pré-época de dezembro, onde cada ciclista recebe mais de 200 peças de equipamento numa caixa ecológica e sem plástico. Todas as meias, calções com alças e equipamentos são sujeitos a uma inspeção de controlo de qualidade antes de serem entregues aos ciclistas para que tenham o melhor equipamento e se sintam no seu melhor.

Esta marca de vestuário também faz entrega de equipamento durante a época para as clássicas e grand tours. A equipa faz a sua encomenda para a Volta à França cerca de dois meses antes da Grand Départ (Grande Partida) para que os ciclistas recebam tudo o que querem a tempo. Cada ciclista recebe uma remessa individualizada que se parece muito com isto:

  • 2 jerseys de competição
  • 1 jersey de verão
  • 2 camisolas térmicas de manga comprida
  • 2 calções com alças
  • 2 fatos de competição
  • 2 fatos de competição de verão
  • 2 fatos de contrarrelógio

O autocarro da equipa transporta, como salvaguarda, dois itens suplentes de cada peça de equipamento em todos os tamanhos – XS, S e M – e reabastece na base belga entre cada competição se for necessário.

Claro que, competir no Grand Tour, significa que tens que estar preparado para utilizar cores diferentes do equipamento de origem. É a própria organização do Tour que disponibiliza o jersey aos ciclistas que andam com a camisola amarela, verde, polka dot ou branca, mas a Santini dá à equipa calções com alças, luvas e meias de contingência a condizer se houver necessidade.

Os óculos são muito importantes numa equipa do Tour. A Koo equipa a Trek-Segafredo com uma versão de cor personalizada dos seus óculos Demos para se conjugarem com o equipamento da equipa, assim como versões que conjugam bem com os jerseys de líder no Giro d’Italia, no Tour de France ou na Vuelta, no caso de os ciclistas da Trek-Segafredo assumirem a liderança da classificação geral em alguma dessas competições.

Tal como a Santini, a Koo leva os seus produtos muito a sério. A empresa gosta de se reunir com os ciclistas tão frequentemente quanto possível para se certificar que estão satisfeitos com os seus óculos. Infelizmente, a pandemia interrompeu a quantidade de tempo presencial que a Koo tipicamente desfruta.

“No início da época organizamos normalmente uma reunião com a equipa durante o seu estágio no sentido de conhecermos os novos atletas e apresentarmos as nossas novidades,” diz Simona Tironi, Coordenadora de Marketing da Koo. “Aquilatamos das necessidades e recolhemos o feedback dos produtos de cada atleta para melhorarmos a nossa coleção e desenvolvermos novos produtos. Infelizmente, devido à pandemia, não nos podemos encontrar com a equipa porque não era possível termos contacto direto.”

Tal como a Santini, a Koo tem a sua própria fábrica em Itália, o que ajudou ambas as empresas a ultrapassarem as dificuldades de envio que muitas outras empresas enfrentaram.

No que respeita a armas secretas, não se pode descurar o impacto do co-patrocinador Segafredo. A empresa de café revalidou com a Trek até 2023, o que significa que os ciclistas não têm que se preocupar acerca do seu próximo café espresso no futuro mais próximo.

Antes da Volta a França 2020, a Segafredo fez tudo ao seu alcance para se certificar que a equipa nunca tinha que ir longe para tomar um café. De acordo com a Véronique Levasseur, que supervisiona o patrocínio da empresa na Volta à França, a Segafredo chegou a tempo a cada um dos hotéis em que a equipa ficou em cada etapa para se certificar que o café Segafredo era servido ao pequeno-almoço. A empresa também mantém o autocarro da equipa bem abastecido com cápsulas de café.

O diretor técnico da Trek-Segafredo Matt Shriver estima, de forma conservadora, que cada ciclista consome três espressos por dia durante o Tour, o que daria um total de 552 durante os 23 dias de duração só contando com os ciclistas.

Mas, contudo, nada impulsiona literalmente tanto a equipa como a Toyota. Durante uma etapa da Volta à França, podem chegar a haver sete Corolla Treks todos equipados ao longo do percurso. Dois são para os diretores desportivos, quatro servem de transporte aos mecânicos e soigneurs até pontos chave do percurso e, ocasionalmente, pode haver um sétimo a fazer reconhecimento 20-30 minutos à frente na estrada e a enviar informação acerca das condições climatéricas e estado do pavimento. Os carros da equipa são centros de comando sobre rodas, com televisões, diversas configurações de rádios e tablets para seguir tudo o que se passa durante a corrida. O Corolla Trek foi também um dos primeiros carros do pelotão com um motor híbrido.

Além dos carros, a Trek-Segafredo também tem duas carrinhas Proace Verso à sua disposição. Estes veículos desempenham frequentemente papéis cruciais ao transportar equipamento e produtos de Deinze, na base belga, até locais por toda a França. Às vezes a equipa pode precisar de uma nova roda, de um quadro de contrarrelógio ou de uma pistola de massagem com urgência. Nessas situações, um veículo fiável pode ser a salvação.

“Normalmente é culpa nossa, porque nos esquecemos de alguma coisa,” diz Shriver. “Ou é devido à competição e precisas das coisas rapidamente. Há um grande choque e, do nada, precisamos de muito mais material.”

Mesmo com o planeamento intensivo que acontece sempre para a Volta à França, surgem inevitavelmente problemas que complicam o complexo funcionamento interno da equipa. Nessas situações, dispor de parceiros responsivos pode fazer uma grande diferença nos dias de competição.

Quando tudo corre bem, um ciclista da equipa comemora no final de cada etapa do Tour com os seus braços no ar e o público é completamente alheio às densas camadas de coordenação logística que foram necessárias para o levar até ali.

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