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Guillaume Martin, o intelectual que queria ser conhecido como ciclista

Licenciado em filosofia, autor de uma peça de teatro e de uma tese de doutoramento, o ciclista da Cofidis é a grande esperança do ciclismo francês para este Tour, no qual é terceiro da geral.

LUIS MIGUEL PASCUAL (EFE). FOTO: BETTINI PHOTO

Guillaume Martin, o intelectual que queria ser conhecido como ciclista
Guillaume Martin, o intelectual que queria ser conhecido como ciclista

O ciclista filósofo, o dramaturgo do pelotão, o trepador intelectual. O francês Guillaume Martin estava cansado de nunca se ter falado dos seus resultados desportivos e de ser mais conhecido pelas suas atividades fora do mundo das bicicletas.

Licenciado em filosofia, autor de uma peça de teatro e de uma tese de doutoramento, o ciclista da Cofidis está a conseguir a sua melhor temporada de sempre, sendo terceiro da geral no Tour.

O ciclista de 27 anos está a emergir como o francês com mais opções de se destacar na prova francesa, após os fracassos de Thibaut Pinot e Julien Alaphilippe. E, de repente, o ciclista ficou surpreendido pelo facto de os jornalistas lhe fazerem perguntas sobre desporto e deixem de lado o seu desempenho intelectual.

"Estou contente de que se fale mais do meu nível atlético do que de filosofia", afirma Martin. "Quando escrevo quero que se debata a qualidade dos meus livros. Quando compito em cima da bicicleta, quero que os meus resultados sejam avaliados."

ETERNO INCONFORMADO

No entanto, Martin tem a consciência de que na sua mente não se pode dissociar a sua atividade desportiva com a intelectual. E não é em vão. O seu primeiro livro (publicado o ano passado), com o título "Sócrates em bicicleta" e a sua obra de teatro que é dirigida pela sua mãe numa pepquena localidade da Normandia ("Platon vs Platoche") garantem que isso não acontece. Na sua obra, Martin descreve Sócrates como um eterno inconformado que quer sempre melhorar quando alcança um objetivo.

Transferida para o asfalto, esta analogia poderá querer dizer que o ciclista francês tem mais aspirações do que o terceiro posto, embora ao seu redor estejam ciclistas com mais palmarés do que o seu e que esperam um deslize para tomar o seu lugar. Mas ele sabe que tem uma oportunidade...

Guillaume Martin, o intelectual que queria ser conhecido como ciclista

Nos Pirenéus não cedeu tempo para os favoritos, o que surpreendeu muita gente, embora Martin tenha chegado ao Tour após ter sido terceiro no Dauphiné, considerado o ensaio geral antes do Tour.
 

Após cruzar a meta em Laruns, antes da jornada de descanso, chegou a referir no seu carácter tradicionalmente modesto que: "Não estou aqui para ganhar o Tour. Pelo menos por enquanto."

Quer queira, quer não, a verdade é que as expetativas dos fãs franceses e sobretudo de um país que não vê um conterrâneo seu ganhar o Tour há muitos anos, são elevadíssimas. Lembramos que o último francês a ganhar o Tour foi Bernard Hinault em 1985.

"NÃO RENUNCIO A NADA"

"Quero chegar o mais alto possível", afirmou o francês, que referiu que sente que começa a ser mais respeitado no pelotão. "Agora até me deixam passar quando me quero posicionar", disse o francês. Com o terceiro posto da geral, a somente 28 segundos do líder, o esloveno Primoz Roglic e com Egan Bernal na expectativa, veremos do que é capaz Martin.

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