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O que diferencia as mulheres dos homens no que ao ciclismo diz respeito?

Afinal de contas, serão os homens realmente o "sexo forte"? Neste artigo mostramos as grandes diferenças entre as mulheres e os homens e a sua repercussão no ciclismo e no BTT.

Yolanda Vázquez Mazariego

O que diferencia as mulheres dos homens no que ao ciclismo diz respeito
O que diferencia as mulheres dos homens no que ao ciclismo diz respeito

Se conheces os pontos débeis e os pontos fortes das mulheres, podes retirar partido do teu treino. Se comparares uma mulher desportista com um homem desportista, as diferenças saltam à vista, mas nós, mulheres, não somos nem melhores nem piores no desporto, simplesmente somos diferentes. Quando formos pedalar, se conhecermos bem as nossas particularidades, isso pode ajudar-nos a conseguir melhores resultados e a evitar lesões. 

O que é que diferencia os homens das mulheres?

1. Percentagem de gordura corporal

Temos uma maior percentagem de gordura corporal do que os homens. Um homem desportista costuma ter entre 7 e 12% de gordura corporal quando está no seu peso ideal para competir. Uma mulher desportista costuma ter entre 15 e 25%. É importante ter em conta que a gordura não é nossa inimiga, pois valores menores em termos de gordura estão diretamente relacionados com alterações graves como perda de menstruação, osteoporose e costuma estar associado a transtornos alimentares e de conduta. 

2. Percentagem de massa muscular

A nossa percentagem de massa muscular total é menor do que a dos homens, por isso custa-nos mais perder peso e gordura do que eles, mas com um treino personalizado em termos de força, podemos aumentar a nossa musculatura. Certamente já reparaste que desde que andas de bicicleta os músculos das tuas pernas ganharm força e estão mais definidos. 

3. Resistência à dor

Acusamos menos a dor e somos menos queixinhas, pois o nosso corpo está preparado para suportar dores intensas durante o parto. 

4. Resistência física

Temos mais resistência física perante esforços prolongados. Graças a essa acumulação extra de gordura e à resistência à dor, podemos pedalar a um ritmo constante e sem precisarmos de comer mais do que os homens. A gordura também tem a sua utilidade. 

5. Tamanho do coração

O nosso coração é mais pequeno e tem um menor volume sistólico. Costumamos ter mais pulsações por minuto do que os homens, embora por sermos mais pequenas do que os homens, em regra, não precisamos de bombear tanto sangue para os músculos como eles. 

6. VO2Max

A nossa capacidade aeróbica ou VO2 max é menor. Este valor indica a quantidade máxima de oxigénio (O2) que o organismo pode absorver, transportar e consumir por unidade de tempo determinado. Este parâmetro também pode ser melhorado com o treino cardiovascular pedalando. 

7. Suor

Suamos menos, o que nos torna mais resistentes à desidratação. 

8. Flexibilidade

Temos mais flexibilidade, por isso somos menos propensas a câibras e problemas musculares. 

9. Ancas mais largas

As nossas ancas são mais largas do que as dos homens para facilitar a saída do bebé durante o parto. Mas isto é um problema quando temos de escolher o selim ideal para nós. É conveniente escolher um específico para mulher, um pouco mais largo na zona dos ísquios e que não comprima a zona genital. 

10. Ciclo hormonal

As nossas hormonas seguem ciclos periódicos, ou seja, o nosso corpo muda todos os meses. Isto pode provocar alterações físicas e de humor, mas isso não significa que seja algo negativo. Basta adaptar o treino e as voltas de bicicleta ao nosso "momento do mês". Algumas mulheres preferem fazer voltas longas durante a menstruação quando os níveis de estrogénio e progesterona estão mais baixos, outras preferem o contrário. Outras ainda preferem fazer descidas mais técnicas nos dias de ovulação porque os níveis altos de estrogénio as tornam mais atrevidas. Tudo é possível, conhece o teu ciclo menstrual e treina da maneira que te sentires mais confortável.

11. Resiliência

Temos mais resiliência, que é a capacidade de superar positivamente as situações adversas. Isto é particularmente notório quando participamos em duplas mistas. Nós, mulheres, costumamos funcionar melhor em situações de stress e levantar a moral da equipa quando as coisas ficam feias, embora não sejamos as líderes nas situações normais. 

A Yolanda Vázquez Mazariego é doutorada em Ciências Biológicas.

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