A União Ciclista Internacional vai introduzir na temporada de 2024 um novo protocolo em caso de calor intenso para proteger a saúde dos ciclistas e vai incluir o tramadol na lista de substâncias proibidas, atuando também de maneira diferente no caso de traumatismo craniano e Covid 19.
O protocolo de calor cobre todas as situações climáticas adversas, e não só as relacionadas com calor extremo. Tendo em conta as alterações climáticas que o mundo enfrenta há vários anos, a UCI deseja definir melhor as condições ideais para organizar provas de ciclismo em climas quentes, através de um novo protocolo " em caso de calor intenso".
Em casos de calor excessivo, o presidente do Colégio de Comissários irá convocar um grupo de trabalho com representantes da UCI, das equipas, dos ciclistas e dos organizadores, para definir um plano de ação destinado a mitigar os riscos para a saúde e a segurança dos ciclistas.
O novo protocolo inclui recomendações como alterar as zonas de partida para locais com sombra, proporcionar às equipas bebidas frescas e gelo picado durante a prova, aumentar o número de motos que fornecem águas, bebidas e geis, mudar a hora da partida ou neutralizar secções da corrida.
O diretor médico da UCI, o professor Xavier Bigard, apresentou o protocolo às partes interessadas do ciclismo no UCI Women´s WorldTour e no Seminário UCI WorldTour em Lausanne, Suíça, na semana passada, e será apresentado para aprovação ao comité que gere a UCI na próxima reunião, que decorrerá em Praga, na Chéquia, de 31 de Janeiro a 2 de Fevereiro de 2024.
TRAMADOL
A UCI também relembra no seu comunicado que o Programa UCI Tramadol termina no dia 31 de Dezembro de 2023 devido à introdução da proibição desta substância em competição por parte da Agência Mundial Antidopagem (AMA) a partir de 1 de Janeiro de 2024.
Portanto, a presença de Tramadol no corpo dos ciclistas será investigada e enquadrada no programa antidopagem implementado no ciclismo pela ITA. Lembramos que esta substância está proibida em competição desde Março de 2019 no ciclismo por motivos médicos (risco de sonolência e viciação), e não com o objetivo de melhorar o desempenho.
A UCI também relembra a importância do protocolo relativo aos traumatismos cranianos. "Os traumatismos cranianos são lesões cerebrais que devem ser detetadas, diagnosticadas e tratadas para garantir a recuperação total das funções cerebrais afetadas". Já existia um protocolo validado por organismos científicos internacionais para o diagnóstico rápido de traumatismos cerebrais, mas a UCI adaptou e transpõs este protocolo para que responda às especificidades das diferentes disciplinas do ciclismo, incluindo o ciclismo de estrada.
Para tal, a UCI desenvolveu ferramentas de reconhecimento, disponíveis para todos através de um simples código QR. É obrigatório informar de qualquer caso de traumatismo craniano ao Departamento Médico da UCI e declarar qualquer regresso à competição do ciclista em questão, utilizando os documentos disponíveis no site da UCI.
Quanto ao Covid 19, o uso de máscara, a lavagem das mãos e a ventilação de espaços fechados continuam a ser relevantes para a UCI. "As pessoas com resultados positivos já não estão obrigadas a isolar-se, mas a continuação da proteção continua a ser essencial. Estas medidas são da responsabilidade dos médicos das equipas como parte da prevenção standard de doenças infecciosas respiratórias", conclui o comunicado.