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TESTE: BH iLynx+ NX Enduro Carbon 9.8

Esta iLynx+ NX que acabámos de testar é provavelmente a ebike de Enduro mais potente, com mais autonomia e ao mesmo tempo mais leve e eficaz que passou pelas nossas mãos até agora. 

Iván Mateos // Fotos: César Cabrera

6 minutos

Testámos a BH iLynx+ NX Enduro Carbon 9.8

A BH iLynx+ NX Enduro Carbon 9.8 é uma ebike espetacular. Pesa menos de 23 kg (já com pedais), o motor tem 100 Nm de binário, a bateria atinge 800 Wh, possui amortecedor de mola, suspensão com 170 mm de curso e rodas de 29 polegadas. A gama de bicicletas elétricas da BH é tão extensa que cada pessoa encontrará aquilo que pretende, incluindo motores diferenciados, desde Shimano até Brose, passando pelo BHZ desenvolvido pelos engenheiros da própria marca espanhola. A grande novidade é a adoção de um motor Bosch nesta gama. 

A gama iLynx+ NX.está disponível em duas versões, Trail e Enduro, com dois cursos e geometrias distintas: 150/140 mm na versão Trail e 170/180 mm na Enduro. Ambas estão montadas com rodas de 29 polegadas, motor Bosch Performance Line CX Gen5 e bateria integrada de 800 Wh. Há 10 montagens: três modelos Enduro de carbono e dois de alumínio, e três modelos Trail de carbono e dois de alumínio. Convém esclarecer que os quadros de alumínio são triplamente reforçados através de um processo de hidroformação, reproduzindo o mesmo design do quadro de carbono, com soldas polidas e soluções técnicas idênticas. A gama começa nos 4.299,90 euros da iLynx+ NX Trail 7.9 de alumínio. A montagem mais exclusiva é precisamente a que testámos - iLynx+ NX Enduro Carbon 9.8 - e custa 8.399,90 euros. 

Apesar de ter uma bateria de 800Wh, 170 mm de curso e amortecedor de mola, é muito leve.

ALTO MÓDULO REFORÇADO

O quadro é totalmente fabricado em carbono e adota fibras Ballistic de alto módulo reforçado, que aumentam a resistência aos impactos e a durabilidade, sem renunciar à leveza. Segundo a BH, o quadro pesa 2.150g e na nossa balança a bicicleta completa (incluindo pedais de plataforma) acusou 22,87 kg no tamanho M, um valor excelente numa ebike de Enduro com bateria de 800Wh e amortecedor de mola. 

A direção é da Acros, com limitador de rotação para proteger o quadro de possíveis impactos. Em todo o caso, foi adicionado um protetor de borracha na zona onde estão alojados os parafusos que fixam a bateria, caso algo aconteça. O resto do tubo não tem proteção. 

O aperto do espigão de selim é feito através de um expansor que está tapado por uma pequena cobertura de plástico que protege pouco e é fácil de perder. Outro detalhe a ter em conta é o eixo traseiro mais comprido de 12x157 mm, um fator a ter em conta se quisermos comprar outro par de rodas. Quanto à geometria, tem escoras de 440 mm, para a máxima manobrabilidade, àngulo de direção de 64 graus (66º na versão Trail) e uma posição de condução compacta e adiantada. Como o amortecedor está alojado debaixo do tubo horizontal, o quadro é mais alto. 

O pivô principal do sistema de amortecimento tem um eixo oco sobredimensionado e rolamentos grandes para proporcionar rigidez e durabilidade. Para corrigir a folga - caso surja - devemos reapertar do lado esquerdo. 

MOTOR BOSCH DE ÚLTIMA GERAÇÃO

O motor Bosch Performance line CX já vem de fábrica com 100 Nm de binário. É o motor mais refinado da Bosch, sendo ao mesmo tempo suave, potente e natural. Vem configurado com os modos de assistência clássicos: Eco, Tour, Sport e Turbo, embora seja possível selecionar os automáticos Eco+, Tour+ ou eMTB. 

O motor está ligeiramente inclinado para cima, o que aumenta a distância face ao solo, ajudando a passar por cima de troncos com facilidade. Já testámos outras bicicletas que não adotam esta inclinação e notámos que é mais habitual bater em obstáculos.

A bateria Bosch de 800 Wh está integrada no tubo, não sendo possível extraí-la rapidamente. Isto obriga a ter uma tomada de eletricidade perto da bicicleta. A entrada de carregamento está no tubo vertical, por cima do motor, protegida por uma capa de borracha. Esta bicicleta é compatível com um extensor de bateria, o que aumenta ainda mais a autonomia. 

No tubo superior podemos encontrar o novo display Bosch Kiox 400C, com ecrã a cores que inclui informações básicas como a velocidade, autonomia e potência. Ao emparelhar com a aplicação Bosch eBike Flow, podemos aceder a funções de configuração bem como navegação. 

SPLIT PIVOT

O sistema de amortecimento Split Pivot está quase a cumprir 15 anos de existência, tendo sido criado pelo guru do BTT Dave Weagle. O comportamento é um dos melhores do mercado e foi configurado com valores antisquat elevados, para manter a roda traseira colada ao chão, influenciado muito pouco a travagem no sistema de amortecimento. Na prática, a bicicleta responde muito bem quando pedalamos, sem oscilações parasitas e com uma excelente suavidade e leitura do terreno nas descidas, mesmo em travagens bruscas. 

O sistema de amortecimento Split Pivot, patenteado pela BH, foi desenvolvido pelo guru do BTT Dave Weagle.

A suavidade na parte traseira também se deve ao amortecedor Fox DHX2 com mola. Trata-se de um amortecedor de downhill difícil de configurar (tem muitas regulações), mas que proporciona um amortecimento ao nível da Taça do Mundo. A suspensão dianteira Fox 38 Factory não fica atrás, apesar de possuir um cartucho Fit4 mais destinado a Trail - mais fácil de ajustar -. Tem três posições de compressão (aberto, médio e firme), ajuste de compressão em baixa velocidade e ajuste de recuperação. 

O amortecedor Fox DHX2 vem de fábrica com uma dureza de mola de 350 libras, contribuindo para uma resposta suave. Tem ajuste de compressão e recuperação a alta e baixa velocidade, bem como botão de endurecimento (quando queremos pedalar).

A transmissão é a nova Shimano Deore XT Di2 com comando sem fios. O desviador é alimentado diretamente pela bateria Bosch, por isso possui um cabo que sai da escora traseira. Os travões são os Shimano Deore XT de 4 pistões, com pastilhas Ice Technologies e discos Galfer. Estes travões são da versão anterior, não da nova que foi lançada ao mesmo tempo do XT Di2. 

Também inclui um par de rodas DT Swiss H1900TR de alumínio, com pneus Maxxis Assegai e Minion, guiador de alumínio e espigão telescópico Raceface. O selim Proxim, específico para ebikes, tem uma prática e util pega que permite levantar a bicicleta ou manobrá-la em espaços apertados. 

MUITO ÁGIL NAS DESCIDAS

Esta bicicleta, mais do que uma bicicleta de Enduro é uma máquina de Trail vitaminada com suspensões com mais curso para descidas técnicas. A posição de condução é curta e adiantada, portanto ficamos com a sensação de que a direção é um pouco vertical e que está a ser colocado muito peso na parte dianteira. Isto é uma vantagem nas subidas, embora possa transmitir alguma insegurança nas descidas. Mas isso não passa de uma sensação, dado que no terreno comporta-se muito bem. Não é a típica bicicleta de Enduro muito comprida, nem tem uma geometria extrema destinada a descidas violentas, é sim uma ebike que brilha onde quer que andemos. 

É muito estável, inclusive em trilhos muito degradados, não transmite nervosismo nem tem reações inesperadas, deixando-nos seguir a linha que queremos. E este comportamento não vem só das suspensões, mas também da perfeita combinação entre rigidez e flexão do quadro. Mas a cereja no topo do bolo é a sua manobrabilidade, sendo muito ágil naqueles ganchos em que temos de usar e abusar do nosso "kit de unhas". É precisamente nessas alturas que gostaríamos que a altura do tubo horizontal fosse mais baixa. 

Tem uma posição de condução muito confortável, permitindo pedalar horas sem fim sem qualquer desconforto. O motor é muito potente e nas rampas mais inclinadas o sistema Split Pivot ajuda a manter o basculante esticado, o que faz com que mais peso recaia na roda dianteira, estabilizando a direção. 

Em suma, é uma ebike de Enduro excelente, com grande autonomia, confortável e precisa, que se enquadra, do nosso ponto de vista, mais para o Trail. Destina-se a quem dá mais prioridade à manobrabilidade, autonomia e comportamento nas descidas. 

NOTA EXTRA

O novo desviador eletrónico Shimano Deore XT Di2 na sua versão específica para ebikes tem um cabo de alimentação ligado diretamente à bateria Bosch. As mudanças são rápidas, precisas e silenciosas, mas como o desviador não está fixado diretamente ao quadro, mas sim através de uma patilha convencional, apresenta algumas oscilações. 

  • Pontos positivos: Leveza, agilidade, comportamento em zonas técnicas e sistema de amortecimento Split Pivot.

  • A melhorar: Tubo superior alto, bateria não extraível, tubo diagonal aparentemente pouco protegido.

FICHA TÉCNICA

  • QUADRO: Fibra de carbono. 160mm.
  • AMORTECEDOR: Fox Float DHX2 Factory.
  • SUSPENSÃO: FOX 38 FLOAT Factory. 170mm.
  • MOTOR: Bosch Performance Line CX.
  • BATERIA: Bosch 800Wh.
  • DISPLAY: Bosch Kiox 400C.
  • COMANDO DO MOTOR: Bosch Mini Remote.
  • CRANQUES: E-Thirteen Helix Race. 34d. 160mm.
  • DESVIADOR: Shimano XT DI2.
  • MANÍPULO: Shimano XT DI2.
  • CASSETE: Shimano CSM8200. 12vel (10-51d).
  • CORRENTE: Shimano CNM8100.
  • TRAVÕES: Shimano Deore XT. 4 pistões. Discos Galfer 203mm.
  • DIREÇÃO: Acros AIX-327 ICR BL.
  • AVANÇO: Satori URSA 35.
  • GUIADOR: Race Face Aeffect Riser 35. 780mm.
  • PUNHOS: Ergon GE1-Factory.
  • SELIM: Prologo Proxim W450 Stn.
  • ESPIGÃO DE SELIM: Race Face DP Aeffect. 31,6mm. 150 mm.
  • RODAS: DT Swiss H1900 TR.
  • PNEUS: Maxxis Assegai / Minion MaxxTerra EXO 2,5/2,4.
  • PESO: 22,87 Kg (tamanho M, com pedais).
  • TAMANHOS: S, M, L, XL.
  • PREÇO: 8.399,90€.

Poderás encontrar mais informações em bhbikes.com

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