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RockShox renovou o seu espigão Reverb AXS

O novo espigão telescópico Reverb AXS que a RockShox acabou de apresentar é claramente diferente do modelo anterior. No entanto, as maiores diferenças estão na parte interna.

Miguel Lorenzo. Fotos: César Cabrera

5 minutos

RockShox renovou o seu espigão Reverb AXS

Desde final do ano passado que já se ouviam rumores de que a SRAM iria lançar uma nova versão sem fios do seu espigão Reverb, dado que vários atletas que a marca patrocina usaram modelos completamente tapados. Há poucas semanas, vimos os vencedores da prova Cape Epic - Nino Schurter e Filippo Colombo (Scott SRAM), bem como Annika Langvad e Sofía Gómez (Toyota Specialized) - com estes espigões, desta vez completamente destapados. 

Agora, já é oficial! A nova versão do espigão RockShox Reverb AXS já está disponível e tem alterações externas, bem como internas. Além disso, já tivemos a oportunidade de o testar em primeira mão. 

A principal alteração é a localização da bateria, que agora está na parte inferior, junto ao sistema telescópico. Obviamente, não podemos deixar de comparar com o novo Fox Transfer NEO, o primeiro espigão telescópico sem fios da Fox, que também coloca a bateria num lugar semelhante. No entanto, a RockShox colocou a bateria na parte da frente e não atrás, estando (à priori) menos exposta à sujidade. 

As primeiras vantagens que podemos deduzir desta localização são o facto de dar mais espaço ao pneu traseiro, sobretudo quando o amortecedor afunda muito, e o centro de gravidade ligeiramente mais baixo. Em todo o caso, também há alterações internas.

POR DENTRO

Internamente o espigão é muito diferente, embora já tenhamos visto este sistema, por exemplo, no modelo de gravel XPLR. 

RockShox Reverb XPLR gravel

Este modelo, que na verdade foi o lançamento mais recente da marca, incorpora o novo design Air-Over-Air, que prescinde de um circuito de óleo, adotando uma dupla câmera de ar, e já inclui a tecnologia ActiveRide, que basicamente é um pequeno curso do espigão quando não está totalmente extendido, para aumentar o conforto. Esta versão continuará no catálogo.

A nova versão do RockShox Reverb AXS tem uma estrutura interna diferente com o mesmo conceito, ou seja, uma dupla câmara de ar, sem circuito hidráulico, mas com a tecnologia ActiveRide que, segundo a marca, facilita as subidas nos trilhos quando estamos numa ebike, desde que estejamos com o selim um pouco mais baixo. Convém esclarecer que o ActiveRide só fica ativo quando algum do curso do espigão está a ser usado. Se o espigão estiver extendido, este sistema não funciona, fica firme. 

Do nosso ponto de vista, a grande vantagem é a fiabilidade do espigão, porque já não é necessário fazer um sangramento periódico, algo essencial quando o ar se mistura com o óleo. Por isso mesmo, esta versão prescinde da válvula Vent que permitia esta purga. 

A única válvula Schraeder presente está localizada na parte superior, por isso é preciso retirar o selim para aceder a esta zona. É ela que nos permite personalizar a dureza do ActiveRide, bem como a força necessária para afundar o espigão e a velocidade de extensão. O espigão vem de fábrica com a pressão máxima permitida (600 PSI), e com esta pressão o afundamento ronda os 5 mm. 

A manutenção deste espigão é mais fácil não só porque não tem óleo, mas também devido à sua simplicidade. Aliás, é possível encontrar à venda todas as peças, como o tubo superior, piston, tubo inferior, braçadeiras, módulo eletrónico, base interna e kit de manutenção. 

Segundo a marca, só precisamos fazer uma manutenção por ano ou por cada 300 horas de utilização (desmontagem, limpeza e lubrificação). Além disso, de dois em dois anos é preciso fazer uma manutenção mais profunda com o kit correspondente. 

Este espigão é ideal para quem pratica desde o XC até ao Enduro, dado que existem versões com cursos distintos. Pesa 598g sem o comando remoto na medida de 100 mm e 31.6. 

Se compararmos com o seu grande rival, o Fox Transfer Neo, o da Fox é mais leve (pesa 543g na mesma medida). No entanto, convém clarificar que, ao contrário do Reverb, o peso da FOX foi fornecido pela marca. 

E se compararmos com um espigão standard, com cabo, sistema hidráulico e nestas medidas, os valores diferem. O Downlow da Cannondale pesa 590g e se o compararmos com o Reverb, somando o peso do comando Pod Rocker com braçadeira, vemos que pesa 654g, ou seja, nota-se mais essa diferença. 

Ao compararmos com um espigão leve para XC, por exemplo o Fox Transfer SL, que ronda os 450g, ficamos logo com a noção da enorme diferença de peso. Embora, como vimos, o peso não seja o seu argumento mais forte, existem outras características que saltam à vista pela positiva. É muito mais fácil de ativar do que os modelos com cabo, não é necessária muita força para carregar no botão do comando, nunca fica desajustado, a instalação é muito simples e a sincronização com a transmissão AXS traz inúmeras vantagens. 

O ECOSSISTEMA AXS

O RockShox Reverb continua a fazer parte do universo AXS e utiliza a mesma bateria que os desviadores ou o Flight Attendant. Podemos sincronizá-lo com a nossa transmissão AXS através da app e designar as funções de cada botão do comando remoto, quer seja o modelo standard AXS, quer seja o Rocker, Pod Rocker ou Pod Controller. 

Podemos, por exemplo, fazer com que o comando do lado direito seja para atuar o desviador e o esquerdo para o espigão, ou eventualmente que o comando do lado direito inferior sirva para subir as mudanças e o esquerdo as baixe, e os botões superiores ativem o espigão...

Por enquanto não é compatível com os Blips Wireless e não envia dados para o Flight Attendant, em todo o caso a marca recomenda emparelhá-lo com este sistema de amortecimento inteligente se estiver instalado na nossa bicicleta. Se não tiveres uma transmissão AXS, podes simplesmente emparelhar o espigão com qualquer dos comandos AXS compatíveis (terás de comprar um). 

MODO DE FUNCIONAMENTO

Um dos pontos que adorámos foi a sua recuperação rápida, algo que podemos controlar através da válvula de pressão. Se formos mais leves (menos de 75 kg), convém baixar um pouco essa pressão com uma bomba compatível. 

A localização da bateria, embora esteja mais protegida da lama, chegou a tocar algumas vezes nas nossas coxas em zonas em que tivemos de adotar posições de condução mais exigentes.

Não nos magoámos nem é algo frequente, tudo depende da posição de condução, da volumetria das pernas e da forma de pedalar de cada um. Mas deduzirmos que isto só acontece nesta versão de 100 mm. Também testámos uma versão com mais curso e não aconteceu isto. 

Quanto à funcionalidade ActiveRide, só consideramos que seja útil nas ebikes, dado que é raro ter de enfrentar uma subida numa bicicleta tradicional com o espigão um pouco em baixo, algo obrigatório para ter acesso a este sistema. Tivemos a oportunidade de instalar este espigão numa ebike e tivemos de testar vários níveis de pressão do sistema para notar realmente o efeito. Com a pressão no máximo, tal como vem de fábrica, o efeito é subtil e fica de certo modo "mascarado" com o funcionamento do amortecedor traseiro. 

MEDIDAS DISPONÍVEIS

O RockShox Reverb está disponível em várias versões: há três diâmetros (30.9, 31.6 e 34.9 mm), 11 comprimentos e sete cursos, entre os 100 e os 250 mm. Custa 600€ e poderás encontrar mais detalhes em www.sram.com

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