Como já todos reparámos, as transmissões monoprato estão a ser cada vez mais usadas em provas profissionais, tanto em etapas em linha como em contrarrelógios, desde que foi apresentada a primeira transmissão 1x13 da SRAM desenvolvida especificamente para gravel: SRAM RED XPLR AXS.
A SRAM fornece a todas as suas equipas uma coleção completa de combinações, tanto para transmissões monoprato como de prato duplo. As equipas realizam os seus testes e determinam qual é a opção ideal para a variedade de provas existentes. Esta escolha depende do percurso e do ciclista. Por exemplo, Jonas Vingegaard venceu uma etapa de montanha no Critérium do Dauphiné com uma combinação 1x12 - prato de 50 dentes e cassete 10-33-.
Segundo Mathieu Heijboer, da equipa Visma - Lease a Bike, "colocamos à disposição de todos os ciclistas o melhor material em cada prova. Trabalhar com a SRAM dã-nos a possibilidade de escolher a melhor opção. Todos os nossos ciclistas têm as suas próprias necessidades e preferências, e a SRAM satisfaz estes requisitos".
Qualquer pessoa pode ter acesso a estes produtos, ao contrário de outras indústrias. Ou seja, podes comprar e usar os mesmos materiais que os ciclistas do WorldTour, e escolher a mesma transmissão e desmultiplicação dos ciclistas profissionais.
SERÃO OS 13 CARRETOS O FUTURO DO CICLISMO?
O novo Red XPLR XS é a primeira cassete da SRAM com 13 carretos, por isso muito se tem falado sobre a expansão das transmissões monoprato no ciclismo de estrada, aliás, como já está em vigor no BTT e no gravel. O chefe de produto da SRAM, JP McCarthy explicou-nos as vantagens do sistema monoprato face às tradicionais transmissões com dois pratos.
“Passar de 2x a 1x oferece quatro vantagens. A primeira é a leveza, dado que não dispomos de prato pequeno nem desviador, embora isto dependa do tamanho da cassete. Também tem vantagens aerodinâmicas. Outra das vantagens é a retenção de corrente superior, evitando que saia em zonas técnicas que provocam ressaltos ou fazendo uma passagem de mudanças forçada. A última vantagem é o funcionamento mais linear. Como o prato fica no centro da cassete, reduz desta forma o ângulo de cruzamento da cassete, melhorando a precisão da passagem das mudanças e provocando uma fricção menor, se compararmos com um sistema 2x. Há outros motivos, como a simplicidade e a estética".
MONOPRATO: SIM OU NÃO?
Jenco Drost, chefe de rendimento da Visma - Lease a Bike, refere: "No ciclismo profissional, cada pequena variação pode ser crucial. Recentemente decidimos mudar para um sistema monoprato por vários motivos. Em primeiro lugar, por vantagens aerodinâmicas, já que as nossas bicicletas atravessam melhor o vento sem desviador frontal, além de serem mais leves, o que também ajuda nas subidas... Ao usarmos uma cassete maior, podemos usar um prato também grande que nos permite rolar em plano e que seja suficientemmente pequeno para ajudar nas subidas. Não nos podemos esquecer também da fiabilidade. Ao ter menos componentes, as hipóteses de sofrer um problema mecânico é reduzida".
Sam Watts, da SRAM, faz questão de salientar. "Quando um ciclista encontra uma limitação no monoprato, contamos sempre com a opção de usar o prato duplo. Por exemplo, o Wout van Aert utilizou um prato de 52 dentes com uma cassete 10-36, e Jonas Vingegaard optou por uma cassete igual, mas com um prato de 50 dentes. A menor necessidade de a corrente dobrar implica um roçamento menor, o que na prática significa uma vantagem marginal".
PIONEIROS
A tecnologia WiFli da SRAM caiu em desuso. Esta foi a primeira cassete sobredimensionada para bicicletas de estrada, sobretudo para granfondos e para subidas. Na altura, esta tecnologia acabou de vez com o prato triplo. A nova tecnologia, denominada X-Range, caracteriza-se por uma cassete com um carreto pequeno de 10 dentes e pratos com menos dentes.
E quanto às desmultiplicações usadas atualmente pelos ciclistas profissionais, qual é a mais frequente nas equipas WorldTour? Sam Watts da Sram respondeu: "É difícil determinar. Temos várias opções e todas elas são usadas habitualmente. Desde pratos 48/35 até 56/43, e cassetes 10-26 a 10-36. As transmissões monoprato vão de 50 até 60 dentes... embora alguns destes pratos não estejam à venda".
TECNOLOGIA FLATTOP
Há quem não aprecie as correntes assimétricas FlatTop, cujos elos são planos no perímetro exterior e curvos no interior. A marca alega que são menos flexíveis lateralmente, mas demonstraram ser mais duradouras. "A Visma - Lease a Bike ganhou várias provas com correntes FlatTop, sobretudo com a combinação 54x10. O comprimento da corrente é determinante em termos de desgaste, apesar de o clima e o ambiente poderem afetar a sua durabilidade. Chegámos a ver correntes com mais de 20.000 km em algumas bicicletas de treino", explicou Sam Watts.
A SRAM tem atualmente pessoal técnico dedicado exclusivamente a acompanhar as equipas, tanto para verificar se todo o material está em ordem, como para compilar informação de produto existente ou em teste.
Os ciclistas profissionais treinam todos os dias e estão a testar os produtos que vão chegar ao mercado dentro de alguns meses. Por isso, será que as cassetes de 13 velocidades vão ser a norma na estrada em breve? O monoprato vai substituir o sistema tradicional na estrada? Em breve vamos saber, basta estar atento às provas do escalão máximo do ciclismo mundial.