Seguramente já ouviste dizer que os rolamentos selados são a melhor opção para qualquer zona que envolva rotação na nossa bicicleta, quer pela robustez, quer pela ausência de folgas e pela ausência de manutenção. Por isso mesmo, muitas vezes nos questionámos como é que é possível que uma das marcas de topo neste setor, e das que mais tecnologias introduziu nesta indústria, continue a utilizar rolamentos convencionais, com esferas e cones ajustáveis em muitos dos seus cubos.
A Shimano tem uma explicação: não o faz devido à relação de forças existente num cubo. As esferas ou rolamentos são submetidos a grande pressão, são intermediários entre nós, a bicicleta e o solo que pisamos (pensando bem, todo o nosso peso passa por essas pequenas peças giratórias). A Shimano afirma que as forças que intervêm nas esferas ou rolamentos são oblíquas, têm um certo grau de inclinação devido à combinação das forças verticais e laterais que intervêm nas rodas. Não são, como é óbvio, exclusivamente forças verticais, por isso as esferas e os cones, tal como mostramos na imagem 2, distribuem mais adequadamente as forças do que um rolamento selado convencional, que tem uma distribuição ideal no plano vertical.
Deste modo, a Shimano afirma que o sistema clássico de cones e esferas tem mais durabilidade e precisa de menos manutenção. Mas aqui fica uma pergunta no ar: não teriam ambas as suas vantagens, ou seja, uma distribuição de forças oblíqua e a ausência de folgas sem a necessidade de ajsutes nos rolamentos angulares de agulhas ou esferas, tal como acontece em muitas caixas de direção?