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Já testámos o novíssimo motor ZF Centrix

Já tivemos a oportunidade de testar o novo motor ZF Centrix, o qual foi desenvolvido em Friedrichshafen, local onde "nasceram" os magníficos Zeppelin. 

Julian Claudi/ Chris Pauls // Fotos: Agron Beqiri

Já testámos o novíssimo motor ZF Centrix
Já testámos o novíssimo motor ZF Centrix

Ao contrário do novo motor DJI, a marca ZF não está propriamente a estrear-se neste segmento dos motores elétricos. Em 2018, esta empresa fez uma parceria com a Sachs e lançou o RS, um motor com um impressionante binário de 112 Nm que, após algumas atualizações, se destaca pela sensibilidade. Agora, a empresa de Friedrichshafen (Alemanha) - cuja fundação está estreitamente ligada às façanhas pioneiras de Ferdinand Graf von Zeppelin - desenvolveu um motor completamente novo fabricado na Europa. A apresentação do Centrix decorreu no passado Eurobike, precisamente no mesmo dia do lançamento do motor chinês da DJI. E após uma primeira análise no recinto da feira, agora tivemos a oportunidade de o testar a fundo. 

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O motor Full-Power pesa 2.5 kg e está disponível em duas versões: 75 ou 90 Nm de binário máximo. A potência nominal máxima é de 600 watts nas duas versões e o sistema tem uma estrutura modular: as duas baterias (504 e 756 Wh) estão montadas num carril dentro do quadro, o que permite que sejam trocadas sem ser necessário usar adaptadores. Um mecanismo de bloqueio assegura que as baterias não saiem do seu sítio. Quanto ao motor, tem um design cilíndrico e um diâmetro compacto de 88mm, o que facilita a sua integração no quadro. Ao contrário de outros motores, o ZF não tem pontos de fixação tradicionais, em vez disso, fica preso através de quadro parafusos, o que permite uma montagem/desmontagem rápida. 

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A unidade de controlo, localizada no tubo superior (Core Controller), atua como interface para cinco componentes adicionais que podem ser conetados opcionalmente. Entre eles, o ecrã tátil a cores de 2,8 polegadas ou o "Pure Remote", que se instala no guiador e permite controlar o ecrã e os quatro modos de condução. Além disso, o ZF oferece aos fabricantes de bicicletas a possibilidade de conetar outros componentes, como mudanças eletrónicas ou sistemas de iluminação. Em breve vai estar disponível uma aplicação que permitirá personalizar os modos de assistência ou ajustar o comportamento do motor quando deixamos de pedalar. 

DESIGN INTERIOR INOVADOR

A ZF concebeu o design interno deste motor com um só eixo. Um sistema de embraiagem com discos protege o sistema contra sobrecargas, e dois mecanismos de roda livre (para o motor e para o ciclista) garantem uma transmissão direta da força. O sistema está cheio de óleo, o que assegura uma lubrificação contínua e, segundo a ZF, prolonga a sua vida útil até aos 30.000 km. 

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A proteção contra a água cumpre a normativa IP67 e possui vedantes adicionais. Os cabos são robustos, similares aos usados na indústria automóvel, e estão presentes tanto no motor como no controlador do tubo horizontal. Para medir a velocidade, o sistema usa um "Tone Wheel", que oferece valores mais precisos e fiáveis do que o tradicional íman. Além disso, os sensores são sobredimensionados para facilitar futuras atualizações de software. Quanto ao sistema de monitorização, inclui sensores de binário, cadência, temperatura e ângulo de inclinação. 

TESTE NO TERRENO

O nosso tester (e participante ativo nas provas de Enduro) teve a oportunidade de experimentar o sistema em Weingarten, perto de Ravensburg. O motor de 90 Nm impressiona desde o início: é potente, mas fácil de controlar. A sua tração é comparável com a do último motor Bosch CX. No entanto, durante os testes, notámos algumas perdas de eficiência quando a roda traseira perdia o contato com o solo em saltos ou drops. Neste tipo de situações, os motores CX e DJI reagem de forma mais suave. 

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O tempo de resposta no modo dinâmico Sport proporciona um apoio forte, mas controlado em terrenos difíceis. É comparável ao modo Race do motor Bosch, embora não tão agressivo. A entrega de potência varia, especialmente nos modos Sport e Boost, adaptando-se a dferentes situações. Quando arrancamos com baixa cadência, a potência é linear, embora pudesse ser mais contundente. Quando aplicamos mais força nos pedais ou o terreno fica mais inclinado, o motor volta a ficar mais progressivo, mostrando todo o potencial do seu binário máximo (90 Nm). Ao superar raízes, a embraiagem dos discos internos é audível, mas não incomoda. Em subida, o motor emite um zumbido baixo e agradável. Quanto ao ecrã do display, é legível e os botões do controlo remoto têm um excelente tato. 

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CONCLUSÃO

Tal como o DJI, o motor ZF é uma lufada de ar fresco no mercado dos motores para bicicletas. Não só se destaca pela sua integração elegante, mas também pela modularidade e excelentes características de condução. 

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