O Stand Jasma, importador da Scott em Portugal, em parceria com o hotel FeelViana, organizaram um evento denominado Scott Experience Tour, que decorre de 20 a 25 de Março em Viana do Castelo.

Neste evento inédito no nosso país, estiveram presentes os retalhistas da marca bem como consumidores finais. Aliás, até amanhã, dia 25, ainda te podes inscrever e testar de forma gratuita uma destas bicicletas (poderás saber mais detalhes aqui).


Neste evento conseguimos testar dois modelos durante algumas horas, a nova bicicleta elétrica de Trail da Scott, a Lumen eRide, e a bicicleta elétrica de gravel da marca, a Solace eRide.


LUMEN ERIDE - A ELÉTRICA COM ADN DA SPARK
Se olhares para uma Spark e de repente visualizares uma Lumen, não vais encontrar muitas diferenças. O desenvolvimento desta bicicleta elétrica foi buscar muitas das tecnologias e design à nova versão da Spark, no entanto existiram duas premissas na sua concepção: tinha de ser uma bicicleta muito mais leve do que as tradicionais ebikes e fácil de usar. Para além disso, e para se tornar uma referência, tinha de integrar todos os componentes, algo que vemos na Spark e na Genius.

Durante algumas horas tivemos a oportunidade de andar numa das versões comercializadas da Lumen e destaca-se pelo baixo ruído emitido pelo motor TQ, o qual é muito compacto, potente e leve. O motor HPR50 tem um binário de 50 Nm e pesa 1.850g. É tão discreto que só notamos que ele está no quadro quando olhamos para a zona do eixo pedaleiro.

Por sua vez, a bateria de 360 Wh - que pode ser carregada em somente 2,5h - tem a autonomia média deste tipo de ebikes leves (a versão mais leve da Lumen pesa 13,5 kg). Existe ainda a possibilidade de colocar um Range Extender que possibilita mais 160 Wh. Este Extender tem o formato de um bidon e basta colocar na grade e ligar ao quadro para carregar a bicicleta, em caso de necessidade (quando queremos dar voltas maiores).

O sistema de controlo dos modos de assistência está localizado no lado esquerdo do guiador, no entanto a central está alojada no tubo horizontal, mostrando visualmente a carga da bateria, o modo de assistência, entre outros dados.


A sensação de pedalada é bastante natural, sem empurrões bruscos e quando o motor está desligado ou a velocidade de deslocação ultrapassa os 25 km/h - após o corte de assistência - não notei qualquer atrito, como acontece em algumas ebikes tendencialmente mais pesadas e com motores mais sobredimensionados, em que a engrenagem é mais complexa.



Aliás, o comportamento é praticamente o mesmo de uma bicicleta tradicional, e é precisamente isso que alguns clientes finais querem. É uma bicicleta que devora os obstáculos com que se depara (mesmo os drops mais complicados) e que "perdoa" as trajetórias incorretas.

Como tem o reputado sistema de amortecimento da Scott e espigão telescópico, não existem limites para esta bicicleta. Raízes e pedras são ultrapassados como se fossem manteiga e o único ponto negativo que notámos foi a inexistência de um bloqueio de rotação do guiador. É um pequeno pormenor que não retira as mais valias desta bicicleta.

E embora não tivéssemos instalado a aplicação da TQ, sabemos de antemão que é possível personalizar e configurar os modos de assistência ao nosso gosto pessoal. E, como não podia deixar de ser, é emparelhável via Bluetooth ou ANT+ com GPS e ciclocomputadores compatíveis.

E se perguntas a que público-alvo se destina a Lumen, a resposta é simples: destina-se a todos os praticantes de BTT devido ao seu peso, ao comportamento natural - mais afastado de uma pura elétrica, mas com todos os benefícios do sistema - e, de uma forma particular, é ideal para todos aqueles que de certa forma ficaram desapontados com o peso das ebikes tradicionais.

Para além disso, há outro pormenor: as versões mais leves da Lumen podem ser transportadas nos suportes do tejadilho. Nós experimentámos e tanto o peso como o diâmetro do tubo diagonal assim o permitem e acreditem que é das poucas ebikes que têm esta possibilidade.




SOLACE ERIDE - DIVERSÃO GARANTIDA
O gravel aos poucos vai ganhando adeptos. Quer seja porque andar de bicicleta na estrada é perigoso, quer seja porque o contacto com a natureza que o gravel permite torna toda a experiência mais enriquecedora, sem olhar para os watts, médias horárias e afins.

A Scott lançou uma bicicleta elétrica específica para este segmento que conjuga características das bicicletas de estrada tradicionais da marca e também, diga-se em abono da verdade, da própria Lumen.


Conjuga o melhor destes dois mundos - estrada e BTT - mas num conceito focado no gravel. Embora venha com pneus e rodas de gravel, podem ser montadas rodas e pneus de estrada, aumentando assim a sua polivalência.


É uma bicicleta leve, muito bonita, silenciosa (também traz o motor TQ), compacta e confortável. Tal como na Lumen, o motor é extremamente silencioso, o que faz todo o sentido quando estamos em contacto com a natureza.


Os controlos são minimalistas, por isso, toda a gestão é feita no display alojado no tubo superior. Para ligar e desligar o motor temos de clicar nele e para alterar os modos de assistência, também temos de clicar neste display. Por ser um sistema sequencial, temos de clicar repetidamente até chegar ao modo pretendido, algo que a marca poderá alterar numa próxima evolução. Não está descartado o lançamento de um sistema que permita alternar os modos do motor através de botões localizados no guiador, mas por enquanto este é o sistema atual.

Tal como na Lumen, o motor é muito compacto e pode ser instalado um Range Extender. O comportamento da bicicleta é muito estável, fruto de pneus largos com bom cardado e que proporcionam muita aderência, quer a subir, quer a descer. Andámos em zonas com muita pedra, alguma dela húmida e nunca sentimos falta de tração.


Um dos pormenores desta Solace é o seu guiador com abertura nos drops, para uma posição mais natural dos braços. Além disso, o rácio da transmissão é o ideal para este tipo de vertente, dado que tanto podemos apanhar zonas rolantes, como verdadeiras paredes que temos de subir, preferencialmente montados.

Também gostámos da manobrabilidade da Solace. Como o quadro é muito compacto - algo raro nas ebikes, pois costumam ter uma distância entre eixos maior do que nas bicicletas tradicionais - podemos fazer inversão de marcha em sítios apertados sem desmontar ou passar em singletracks muito estreitos com à vontade e sem receio. Em zonas mais técnicas, com raízes e pedra, é muito ágil e os pneus largos dão-nos toda a confiança para enfrentar qualquer situação com aprumo.



Gostávamos de poder andar mais um pouco nestas duas bicicletas para chegar a mais conclusões, mas certamente teremos oportunidade em breve. Experimenta tanto a Lumen como a Solace. Valem mesmo a pena.