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Dois polícias denunciam irregularidades na investigação da morte de Pantani

Dois agentes da polícia científica italiana asseguram que não foram os primeiros a aceder ao quarto de hotel onde foi encontrado o corpo do ciclista italiano, que faleceu no dia 14 de Fevereiro de 2004. 

EFE. Foto de arquivo: Pasquale Bove (EPA)

Dois polícias denunciam irregularidades na investigação da morte de Pantani
Dois polícias denunciam irregularidades na investigação da morte de Pantani

Dois agentes da polícia científica italiana denunciaram irregularidades na investigação da morte do ciclista italiano Marco Pantani e asseguram que não foram os primeiros a entrar no quarto de hotel onde foi encontrado o corpo do "Pirata". 

"Deram-nos ordem para esperar no exterior. Entraram outros primeiro no quarto onde estava o corpo de Pantani. Achei estranho, porque no cenário do crime que está a ser investigado os agentes da polícia científica deveriam entrar primeiro, devidamente equipados com sapatos, luvas e fatos", referiu um dos agentes da Polícia de Trento, que investiga há um ano a suposta conspiração criminal da máfia baseada em apostas ilegais na Volta a Itália de 1999, que levaria à morte de Pantani. 

As declarações animam o debate que ainda existe em Itália sobre a morte do mítico ciclista falecido no dia 14 de Fevereiro de 2004 num quarto do hotel "Le Rose", em Rimini. Este controverso caso que o Ministério Público de Trento reabriu há um ano pretende tentar elucidar o que realmente aconteceu e discernir se de facto se tratou de um assassinato ou de overdose. 

O Supremo Tribunal já se tinha pronunciado em 2017, descartando o homicício e validando a hipótese de overdose, rejeitando o recurso contra o arquivamento da investigação apresentado pela sua família. 

Estas novas declarações bem como a nova investigação permitem à família ter a oportunidade de demonstrar a sua teoria, ou seja, de que Pantani foi forçado a beber cocaína diluída em água, de modo a simular o suicídio. 

A investigação que o Ministério Público começou há um ano aponta para a possível existência de uma rede de apostas ilegais dirigida pela Camorra - a máfia napolitana - a qual supostamente também esteve envolvida na alteração das amostras de sangue do ciclista durante os controlos antidoping da Volta a Itália de 1999, com o objetivo de provocar a sua eliminação. 

Estes controlos revelaram uma concentração de hematócrito no sangue superior ao regulamentar, levando à suspensão na última etapa da Volta a Itália, prova que estava a liderar e que iria vencer dada a vantagem nessa altura. 

O Ministério Público de Trento também obteve as actas da Comissão Antimáfia que incluem as declarações aos Carabinieri de um dos chefes de um dos clãs mais importantes da Camorra, que se tornou colaborador da justiça. "Se Pantani tivesse sido o vencedor da Volta a Itália, tudo teria explodido e a Camorra teria de pagar vários milhares de milhões de euros em apostas clandestinas, correndo o risco de ir à falência", referiu. 

Durante o processo inicial foram condenadas quatro pessoas por terem fornecido drogas a Pantani, acusadas de homicídio doloso, mas posteriormente um deles, Fabio Carlino, foi absolvido. Os outros imputados no caso, os traficantes Fabio Miradossi e Ciro Veneruso e o peruano Ramírez Cueva, apanharam penas entre um ano e onze meses e quatro anos e dez meses. 

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