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TESTE BH Lynx Trail Carbon

A gama Lynx de longo curso tem uma nova faceta com a chegada desta Trail, que inclui muitas das tecnologias lançadas inicialmente na Lynx Race Carbon de XC.

TEXTO: HÉCTOR RUIZ. FOTOS: JCD FOTOGRAFIA

TESTE BH Lynx Trail Carbon
TESTE BH Lynx Trail Carbon

A BH popularizou o design da Lynx Race Carbon, com o seu característico sistema Split Pivot, mas agora deu um passo em frente em praticamente todas as suas tecnologias. Neste mesmo design, a integração é a grande protagonista (isso ficou bem visível nas iLynx Race elétricas e, mais tarde, nas iLynx Trail), e todos nós já antecipávamos que mais cedo ou mais tarde iriam surgir mais modelos novos com esta tendência. 

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Esta versão que testámos baseia-se precisamente na iLynx Trail e, como o seu nome indica, trata-se de uma bicicleta focada no Trail moderno, que engloba todo o tipo de trilhos, sobretudo singletracks. A Lynx Trail Carbon substitui a Lynx 5 apresentada em 2018, uma tarefa nada fácil pois foi dos modelos que mais gostámos e um dos que sempre mostrou um comportamento muito equilibrado. 

 

150 MM DE CURSO À FRENTE E ATRÁS

Uma das primeiras características que salta à vista nesta bicicleta é o seu curso, passando dos 130 mm atrás (do modelo Lynx 5) para 150 mm nos dois eixos. Desta forma, já não existem dois modelos no catálogo, a normal de 130 mm e a "LT" com mais curso (130 mm atrás e 150 mm à frente), como acontecia até agora. Contudo, a Lynx Trail destaca-se pela sua polivalência e aceita montagens mais radicais, sendo de facto a bicicleta com que os atletas da equipa de Enduro vão competir esta temporada.

A nova configuração do sistema de amortecimento, com o amortecedor em linha com o tubo superior em vez de ficar numa posição vertical sobre o pedaleiro, vem acompanhada de várias tecnologias que também são primordiais na Lynx Race Carbon. 

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Referimo-nos, principalmente, à direção ICR com cablagem interna, com acesso através dos copos superiores da direção, e ao seu avanço desenhado para poder prescindir da aranha de direção, graças a um sistema de aperto muito peculiar com cunhas que se pressionam a partir do interior do próprio avanço. Isto permite instalar a multiferramenta FIT no interior deste tubo, assim não precisamos de levar ferramentas no bolso do jersey, na bolsa de selim ou na mochila. 

Desta vez não pudemos contar com ela dado que a BH ainda estava a ultimar os detalhes da versão específica para esta bicicleta, já que as novas suspensões Fox, como a 36 que vem de origem em todos os modelos, utiliza um tubo de direção que passa de circular a oval à medida que desce até à coroa, por isso é mesmo necessário modificar o desenho da ferramenta. 

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A direção, que é fabricada pela marca Acros, tem bloqueio de rotação, com 160 graus de liberdade total (80º para cada lado).

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Esta integração chega também a outros pontos como o aperto do espigão de selim, que está oculto no interior do tubo superior do quadro. Neste aspeto temos de destacar que a borracha que se vê nas fotos não será a definitiva. Os modelos finais terão uma mais pequena e discreta. 

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Também podemos ver que os parafusos que unem o link do sistema de amortecimento às escoras estão semi-ocultos, estando a parte mais volumosa na zona interna. 

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Voltando ao tubo de selim, os engenheiros da marca espanhola conseguiram que seja completamente reto, por isso não existem muitas restrições no que diz respeito à instalação de espigões telescópicos de longo curso. De origem traz um de 160 mm nas montagens que incluem a marca Bike Joke, e de 150 mm na montagem inferior que recorre à marca Race Face. 

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Por cima do pedaleiro podemos ver um eixo sobredimensionado e é isso que caracteriza as Lynx Race, oferecendo muita rigidez e fiabilidade neste ponto tão critico, com rolamentos que se alinham automaticamente.

suspension se inspira en las direcciones ahead para facilitar los mantenimientos (1)
 

Além disso, este sistema funciona de uma forma muito parecida à de uma direção Ahead, já que o eixo é pré-carregado do lado de fora e, por sua vez, é fixado por um segundo parafuso, garantindo uma rotação muito sólida. 

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O quadro é totalmente fabricado em carbono de alto módulo Ballistic Carbon da BH e as camadas são compactadas através de um processo de molde interno HCIM realizado a uma pressão muito elevada, reduzindo ao mínimo a possibilidade de haver imperfeições ou borbulhas de ar no interior. Além disso, o peso do quadro no tamanho M ronda os 2.200g sem o amortecedor. É um valor competitivo, se tivermos em conta que se trata de uma bicicleta de longo curso e que se destina a Trail.

Este quadro inclui a ponteira SRAM UDH e um pedaleiro Pressfit, já que que a BH, ao contrário de outras marcas, continua a apostar nesta tecnologia e no seu baixo peso em detrimento dos pedaleiros de rosca. 

SUPER BOOST, A NOVA APOSTA

A BH acredita piamente no Super Boost Plus. Isto significa que passamos de 148mm no cubo para 157 mm, ou seja, 9 mm a mais destinados a aumentar a rigidez do sistema traseiro.

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Provavelmente nesta altura deves estar a perguntar para que é que serve esta mudança. As vantagens do Super Boost face ao Boost "normal" são precisamente as mesmas que o Boost proporcionou face ao standard de 142 mm que existia há alguns anos, ou seja, um aumento de rigidez, com a possibilidade de encurtar as escoras e aumentar o espaço disponível para a passagem da roda traseira, fazendo com que possamos usar pneus mais largos. Neste caso, a BH manteve as escoras de 135 mm, apesar de o curso disponível ter aumentado, o que é de assinalar. 

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Quanto à passagem da roda, apesar de vir de origem com pneus Maxxis 2.30", aceita pneus até 2.6". No basculante destacamos o "hardware" do Split Pivot, ou seja, tudo o que permite ao sistema de amortecimento funcionar bem. Está tudo muito estilizado e de menores dimensões. 

COMO É O COMPORTAMENTO DA LYNX TRAIL?

O sistema de amortecimento com a configuração Split Pivot voltou a demonstrar uma vez mais as suas capacidades. As novas alterações na sua configuração fazem com que seja um sistema com um anti-squat de 100%, ou seja, a tensão da corrente está perfeitamente isolada da influência do sistema de amortecimento, o que faz com que não crie oscilações nem compressões indesejadas. Isto também faz com que a bicicleta adote um comportamento mais normal e previsível. 

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De origem, a nossa bicicleta de teste vinha equipada com o novo amortecedor Fox Float X Factory, com uma tração muito boa em subidas técnicas, conseguindo manter a roda traseira pegada ao solo, inclusivé em terreno molhado. Nas descidas também notámos essa tração, mesmo em terreno degradado, mostrando que se trata de uma bicicleta ideal para devorar quilómetros em singletracks. 

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Quanto à geometria, está mais moderna, mas sem ser demasiado radical. O Reach é de 455 mm no tamanho M e o ângulo de direção tem 65º. O tubo de selim chega aos 77º (é muito vertical), o que nos coloca muito adiantados quando temos de pedalar nas subidas, ajudando a manter uma pedalada ágil. Está mais comprida do que a versão anterior - 1.170 mm de eixo a eixo - e não tem um pedaleiro excessivamente baixo. 

De facto, é uma bicicleta que transmite muito equilíbrio, com um balanço muito bom entre agilidade e estabilidade. 

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Desde o primeiro minuto que as sensações a bordo desta BH foram boas. Transmite segurança, não é difíci adaptarmo-nos à sua geometria nem à posição de condução. Se há palavra que pode descrever aquilo que sentimos a bordo dela é agilidade. É muito fácil saltar, fazer curvas apertadas ou deambular em singletracks e zonas técnicas, quer a subir, quer a descer. 

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Não é a bicicleta de Trail mais leve do mercado, mas tendo em conta o seu curso, achamos que 13,8 kg no tamanho M (sem pedais) não é nada mau. 

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Testámos a versão 9.5, que está a meio da tabela. A sua montagem é equilibrada e não encontramos nenhum componente que ponha em causa as suas capacidades. Somente o guiador - com 800 mm - pode ser considerado eventualmente o componente mais radical devido ao seu tamanho, no entanto cada um pode cortá-lo na medida desejada. 

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Os travões de duplo piston estão montados com discos de 180 mm nas duas rodas e os pneus escolhidos têm 2.30". Esta medida é curiosa, tendo em conta que cada vez encontramos mais modelos, incluindo de XC, com 2.4", aliás como acontece na sua irmã Lynx Race Carbon. 

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No entanto, os Maxxis High Roller II são bastante polivalentes e têm boas prestações, compensando a medida. Contudo, se consideras usar esta bicicleta com intuitos mais radicais (sobretudo muitas descidas), aconselhamos montar um par de pneus mais robusto. 

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É uma bicicleta muito silenciosa e rígida, aspetos a ter em conta numa disciplina como o Trail. 

TRÊS MODELOS

A BH tem no seu catálogo três modelos desta primeira edição da Lynx Trail, todos com o mesmo quadro de carbono. Obviamente em diferentes cores, mas também existe a possibilidade de personalizar através do Programa BH Unique. 

A mais barata custa 4.699€ e a mais cara 8.099€. Poderás conhecer os modelos em detalhe em www.bhbikes.com

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