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Já testámos a nova Berria Cayman com motor Bosch e bateria de 750Wh

A Cayman é a nova ebike da Berria que pretende dominar o mercado. Tem quadro em alumínio, geometria moderna de Trail, motor Bosch e bateria de 750Wh.

HÉCTOR RUIZ. FOTOS CÉSAR CABRERA

Já testámos a nova Berria Cayman com motor Bosch e bateria de 750Wh
Já testámos a nova Berria Cayman com motor Bosch e bateria de 750Wh

Para além das já existentes Mako Hybrid GT e Hybrid HP, a Berria lançou no mercado mais uma bicicleta elétrica de suspensão total, a Cayman. Enquanto as GT usam motor Polini e as HP recorrem à marca Bafang, esta nova plataforma, que tem bastantes semelhanças, mas também diferenças com a HP, utiliza motorização da Bosch, neste caso o motor Performance Line CX de quarta geração, com bateria de 750 Wh. 

Berria Cayman (21)

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Trata-se da primeira ebike da Berria desenvolvida para este motor alemão e inclui todos os seus periféricos, o que é uma excelente notícia para os consumidores finais, dado que a Bosch é das marcas mais apreciadas neste segmento. 

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Trata-se de uma bicicleta de Trail/All Mountain com 150 mm de curso à frente e 148 mm atrás, rodas de 29 polegadas e uma geometria moderna e ágil com a possibilidade de a modificar graças a um flip chip localizado entre as escoras. 

Com o motor Bosch e a bateria de 750 Wh, a Berria criou uma combinação vencedora. 

QUADRO DE ALUMÍNIO

Neste modelo que abrange um grande leque de potenciais utilizadores, a Berria preferiu usar o alumínio na construção do quadro em vez de carbono, de modo a ser mais acessível. Mesmo assim, inclui uma montagem Bosch, o que não deixa de ser um grande chamariz. 

Isto não significa que o quadro seja inferior a outros em termos de desempenho. A Berria aprimorou bastante os processos de produção, sendo em alumínio 6061-T6 de tripla espessura, com um processo hidroformado e uma estética bastante limpa graças às soldas polidas. 

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Além disso, nas zonas mais complexas como as que rodeiam o motor e nos pontos de fixação do braço basculante a marca recorreu a uma tecnologia chamada PCP ou Precision Casting Process em inglês, que se baseia na fundição do alumínio através de moldes de alta pressão, o que, segundo a Berria, lhes permite fazer com que estas formas mais específicas sejam mais resistentes.

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Outra característica construtiva do novo quadro é que tem uma bateria totalmente integrada no tubo diagonal em vez de uma extraível de forma lateral, o que a nível estético é mais limpo e a nível de construção torna esta zona mais rígida e robusta. A bateria é uma Bosch Powertube de 750 Wh e é deslizável, ou seja, podemos retirá-la pela parte inferior do tubo diagonal caso seja necessário alguma manutenção, mas primeiro temos de retirar a tampa inferior, o que requer usar ferramentas. 

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O tubo diagonal e o tubo superior estão unidos mediante uma testa da direção sobredimensionada, com o objetivo de proporcionar rigidez, incluindo também rolamentos de 1,8". 

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Na direção também encontramos a cablagem interna ICS e o bloqueio de rotação Block Lock com cerca de 60º para evitar que o guiador bata no quadro em caso de queda. 

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Todos os pontos de rotação contam com rolamentos de esferas para resistir bem às cargas, o que no caso das ebikes é ainda mais necessário devido ao desgaste. 

Há também outro detalhe que vale a pena mencionar nesta Cayman. Possui um íman de velocidade integrado na roda, mais precisamente na própria válvula, portanto não é necessário levar um sensor na ponteira traseira, dado que o próprio Bosch integra um sensor na sua estrutura. 

DIVERTIDA DE NASCENÇA

A Berria fez bem as contas e fez com que esta Cayman tenha um equilíbrio perfeito entre geometria moderna e lançada e polivalência. Isso nota-se no comprimento entre eixos que não é excessivamente comprido e quanto aos ângulos, não nos obriga a ter um bom "kit de unhas" para enfrentar as partes mais técnicas. 

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Estamos perante uma geometria de Trail/All Mountain com um triângulo traseiro espaçoso e generoso, com um Reach de 477 mm no tamanho M que testámos, e muito fácil de controlar, mesmo em trilhos em mau estado, graças ao seu tubo de selim muito vertical (77,8 graus), que coloca o peso numa posição muito centrada. 

O ângulo de direção é de 65,3º na sua posição mais lançada, o que proporciona muita confiança nas descidas e nos ajuda a controlar bem nos singletracks, mesmo não tendo um avanço muito curto, como vemos habitualmente neste tipo de bicicletas (tem 60 mm de comprimento). 

O Flip Chip permite-nos escolher entre duas geometrias: a que a Berria batizou de Touring, que é mais lançada e proporciona mais estabilidade e aprumo nas descidas, além de afetar o curso traseiro, reduzindo-o para 143 mm; e a Sport, com ângulos  0,4 graus mais verticais e com um pedaleiro 5 mm mais alto, além de modificar o curso traseiro, aumentando-o para 148 mm, sendo mais reativa e ágil. É ideal para quem anda em secções com muita pedra. 

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Testámos esta bicicleta sobretudo na posição mais relaxada, a Touring, sendo a que mais encaixa no conceito desta bicicleta, devido ao curso das suspensões e ao comportamento geral. 

O seu sistema de amortecimento tem um comportamento progressivo, proporcionando estabilidade em impactos grandes, sendo a primeira parte do curso ligeiramente regressiva, até sensivelmente ao ponto de sag. Graças a isto, a sensibilidade no início do curso é muito boa, bem como a tração em pendentes muito inclinadas ou em subidas técnicas. 

UM ÚNICO MODELO

O modelo Cayman que testámos é o único - por enquanto - do catálogo, sendo a sua montagem de gama média, onde o peso desempenha um papel secundário. Não é aquilo que podemos definir como uma bicicleta leve (pesa 27,29 kg no tamanho M sem pedais), mas o objetivo era conter o preço, mas mantendo na mesma o motor Bosch e uma bateria com uma autonomia generosa. Custa menos de 5.000 euros em Portugal.

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A transmissão foi confiada ao grupo SRAM NX Eagle, os travões são os SRAM DB8 de quatro pistões, as rodas são as Fulcrum E-Metal específicas para bicicletas elétricas e as suspensões são RockShox, nomeadamente a RL 35 à frente e o Deluxe Select+ atrás. Quanto aos periféricos, encontramos a marca Avant bem como um espigão Tranz-X. 

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O espigão telescópico de selim tem um curso de 125 mm, um valor ideal para esta bicicleta, mas para quem tem pretensões mais técnicas e descidas mais agressivas ou saltos, sugerimos colocar um com mais curso. Podemos dizer o mesmo do disco de travão traseiro, que só tem 180 mm.

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CARACTERÍSTICAS:

  • Quadro de alumínio 3BS 6061-T4 hidroformado
  • Motor BOSCH Performance Line CX Gen 4 - 85N. Potência máxima 600 W
  • Bateria Power Tube 750 Wh
  • Geometria Trail-All Mountain modificável através do Flip Chip
  • Rodas de 29" e pneus de 2.6’’
  • Curso das suspensões: 150 mm à frente e 148/143 mm atrás
  • Preço em Portugal: cerca de 5.000 €
  • Peso (unidade testada no tamanho M): 27,29 kg

Berria Cayman (1)

Poderás obter mais dados em berriabikes.com.

 

 

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