O percurso da Volta a Espanha 2026, que vai decorrer entre 22 de Agosto e 11 de Setembro, já foi apresentado e terá um contrarrelógio de 32 km e 7 chegadas em alto nas suas 21 etapas. Além disso, todas as jornadas terão "pontos quentes", para apimentar a corrida e prender os espectadores ao ecrã.
A partida oficial será, como anunciámos em primeira mão, no Mónaco, com um contrarrelógio individual. Se olharmos para o percurso da Vuelta, vemos claramente que atravessa o Mediterrâneo desde o Principado até Granada, passando por França e Andorra e as últimas dez etapas vão decorrer na Andaluzia.
No total das 21 etapas, os ciclistas vão enfrentar mais de 58.000 metros de desnível positivo, sendo, por isso mesmo, uma das edições mais duras da história. A prova terá dois contrarrelógios, sete etapas de montanha, quatro de meia montanha e oito etapas rompe pernas ou planas.
Quanto à jornada final, a de consagração, não decorrerá nas cidades habituais (Madrid ou Santiago de Compostela). A organização aceitou o repto da histórica cidade de Granada e a logística estará no "emblema" desta zona: Alhambra.
Em solo francês, o pelotão vai enfrentar uma jornada ideal para sprinters em Manosque, bem como uma etapa em alto bem conhecida de todos os ciclistas: Font Romeu. Pela 25ª vez Andorra aparece no percurso da Volta a Espanha e isso simboliza muita montanha. Para termos a noção da dureza, basta mencionar estas icónicas subidas: Port d’Envalira, Beixalis, Coll d’Ordino e Alto de la Comella.
Fernando Escartín, o ex-ciclista que agora é responsável pelo desenho do percurso, alerta para a dureza da prova.
"O percurso é muito duro! A montanha será protagonista numa das edições mais difíceis da história da Vuelta. Andorra será palco da primeira dificuldade, com uma etapa curta, mas muito exigente, depois o pelotão vai enfrentar subidas como Valdelinares, Aitana, Calar Alto, La Pandera, Peñas Blancas e a inédita Collado del Alguacil, na penúltima etapa. Além disso, várias etapas de média montanha vão oferecer um grande espetáculo".
Há mais duas novidades: uma secção em sterrato de 3,5 km em El Bartolo a 16 km da meta na sexta etapa e a dura subida de Collado de Alguacil (8 km com zonas que atingem 20% de inclinação). Será uma etapa realmente exigente que poderá definir o vencedor da prova.
Quanto ao contrarrelógio, os especialistas terão duas oportunidades: uma no primeiro dia no Mónaco (9 km) e outra entre El Puerto de Santa María e Jerez de la Frontera (32,5 km). Por sua vez, os sprinters terão quatro ou cinco etapas para dar nas vistas, incluindo a jornada final em Alhambra de Granada.
No cômputo geral, será uma prova dura, repleta de história e com algumas novidades pelo meio. O vencedor terá de ser obviamente um excelente trepador e também um magnífico contrarrelogista (devido ao contrarrelógio de 32,5 km). O perfil de um ciclista pode ser o mais indicado, mas numa prova de três semanas não basta ser forte, é preciso ter a sorte do seu lado, evitar azares, poupar energias nos momentos certos e atacar quando as debilidades nos adversários surgem. Será uma espécie de jogo entre o gato e o rato e nisso, estas provas de três semanas são realmente especialistas...









