A subida ao Hautacam foi o palco de todas as decisões da Volta a França. Numa etapa medonha com três subidas de dificuldade extrema, todos aguardavam os ataques de Tadej Pogacar para tentar decepar parte do tempo perdido face ao atual líder, Jonas Vingegaard.
Mas a sorte não sorriu ao esloveno nesta última batalha nos Pirenéus, dado que Vingegaard esteve sempre em grande nível e ganhou no alto do Hautacam, somando 1m04s à sua margem. Por seu lado, o ciclista da UAE Emirates tentou deixar Vingegaard para trás, tanto nas duras rampas de Spandelles como na descida, mas sem efeito. Chegou a cair, mas Vingegaard, num grande gesto de fairplay, esperou que o jovem da Emirates recuperasse.
O duelo destes dois jovens está a ser seguido em todo o mundo e é uma ode ao desportivismo, ficando para a história do ciclismo, do desporto e, claro, da Volta a França.
É claramente a melhor Volta a França dos últimos anos, excetuando algumas etapas mais mornas, obviamente.
Vingegaard deu a machadada final após uma preciosa ajuda de Van Aert, que só saiu de cena quando já não tinha uma gota de energia no seu corpo. Depois, o dinamarquês seguiu em solitário até à meta, enquanto Pogacar, obviamente em quebra, ia tentando minimizar as perdas.
Van Aert atacou logo após ser dado o tiro de partida, entrou na fuga do dia, eliminou rivais da equação (incluindo trepadores puros como Pinot e Daniel Martínez) e ainda teve pernas para ajudar o seu líder nas partes mais duras. Um autêntico show.
Foi o próprio belga que, através de um ritmo infernal, deixou Pogacar sufocado, obrigando-o a baixar as pulsações. Com esta vitória de Vingegaard, e se não acontecer nenhum acidente ou problema de saúde, ele será o vencedor no domingo. Tem no total uma vantagem de 3m26 sobre Pogacar, um tempo difícil de encurtar no contrarrelógio de 40 km em Rocamadour.

Por seu lado, Geraint Thomas confirmou o terceiro posto da geral e o francês David Gaudu subiu ao quarto lugar, destronando Nairo Quintana, que acabou por ceder mais de 5 minutos.
