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Rui Costa sagra-se campeão nacional de ciclismo

Rui Costa (EF Education-EasyPost) conquistou a prova de fundo do Campeonato Nacional de Estrada, revelando-se o mais forte dos quatro corredores que iniciaram a subida final, para o Castelo de Santa Maria da Feira, na luta pela camisola de campeão.

José Carlos Gomes

Rui Costa sagra se campeão nacional de ciclismo
Rui Costa sagra se campeão nacional de ciclismo

A corrida teve 164,1 quilómetros, mas começou a definir-se bem cedo. Foi ao quilómetro 17, quando o campeão em título, Ivo Oliveira (UAE Team Emirates) saltou para a frente de corrida que os alarmes soaram. Os mais astutos perceberam que não se tratava de um ataque para animar a corrida, mas de uma movimentação com potencial decisivo.

Daí que a Ivo Oliveira tenham acabado por juntar-se mais oito ciclistas, formando uma frente de corrida com nove homens, que, cedo se percebeu, iria decidir o campeão nacional: Ivo Oliveira e Rui Oliveira (UAE Team Emirates), Rui Costa (EF Education-EasyPost), Joaquim Silva e Tiago Antunes (Efapel Cycling), Afonso Silva e Diogo Barbosa (AP Hotels & Resorts-Tavira-SC Farense) e Luís Gomes (Gi Group Holding-Simoldes-UDO).

No pelotão, António Morgado (UAE Team Emirates), atrasado por duas trocas de bicicleta, e as equipas ABTF Betão-Feirense, Rádio Popular-Paredes-Boavista e Sabgal-Anicolor, sem representantes na fuga, ainda tentaram fazer a “ponte” para a frente da corrida. Apesar de a diferença ter sido inferior a um minuto durante dezenas de quilómetros, não havia força de trabalho atrás capaz de fechar o espaço sem hipotecar de imediato a hipótese de, chegando adiante, discutir a corrida.

Foi, pois, o grupo de nove que discutiu o título. A passagem dos quilómetros fez a seleção natural. Mais uma vez com Ivo Oliveira a ter um papel de grande importância. Foi dele que partiram as acelerações que selecionaram a frente de corrida, limitando-a a ele próprio, ao irmão gémeo, a Rui Costa, Afonso Silva e Luís Gomes.

Na entrada para a última das seis voltas, Ivo ficou para trás, deixando o palco para os restantes quatro corredores. O quarteto, cauteloso, poupou-se para a subida final, 700 metros de empedrado com final no Castelo da Feira.

Rui Costa foi o mais forte, cortando a meta na primeira posição. Rui Oliveira, segundo a dois segundos, e Luís Gomes, terceiro, a 11 segundos, repetiram as mesmas posições da edição transata do Campeonato Nacional.

É o terceiro título nacional de fundo na categoria de elite para Rui Costa, vencedor das três últimas edições em que participou, 2015, 2020 e 2024.

A leitura de corrida foi essencial para o resultado. “Já vim com uma ideia da tática a seguir hoje. Sei quão complicado é correr em Portugal. No WorldTour estamos habituados a corridas muito controladas e isso aqui não acontece. A UAE vinha com três elementos e eu tinha de fechar o espaço para eles, porque não queria perder o campeonato nos primeiros quilómetros. Desgastei-me, mas foi fundamental, pois permitiu-me disputar o título no fim”, conta Rui Costa.

Os ataques de Ivo e Rui Oliveira na entrada dos 50 quilómetros finais tiveram resposta. “Tive muito desgaste para fechar espaços, mas as pernas responderam da melhor maneira na parte final. Sabia que o Rui estava bem e sentia-me um bocadinho reticente, mas também sabia que tinha de dar o meu melhor para conquistar este título que tanto orgulho me dará levar além fronteiras”, frisou o vencedor.

RuiOliveira RuiCosta LuisGomes
 

Após um início de época marcado por uma queda, na Volta ao Algarve, que ditou uma paragem de alguns meses, Rui Costa espera que a corrida de hoje seja um momento de viragem. “Como se costuma dizer, há situações que às vezes vêm por bem. Claro que ninguém quer cair e foi um momento complicado. Não foi fácil sair da situação, mas o foco foi recuperar e hoje aqui estou eu, com mais um título nacional. Se olho para trás, vejo o lado positivo desta história. Talvez tenha acontecido por algum motivo”, reflete o campeão mundial de 2013, que agora aguarda por um telefonema que pode trazer uma boa notícia: “Estou à espera que a equipa indique os oito para o Tour, queria estrear lá a camisola de campeão”.

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