Primoz Roglic foi hoje proclamado campeão olímpico de contrarrelógio, batendo os seus rivais no exigente circuito de Fuji, com 44,2 km. O percurso tinha várias subidas duras, uma delas com 10% de inclinação, mas o esloveno esteve inspirado e mostrou toda a sua qualidade.
24 dias depois de abandonar a Volta a França com o corpo cheio de feridas após uma queda na 3ª etapa, Roglic voltou e fez uma demonstração de potência impressionante, rolando a uma velocidade média de 48,16 km/h, superando os seus adversários com uma margem superior a um minuto.
As restantes medalhas em disputa tiveram mais combatividade, pois entre o segundo e o quinto classificado a diferença foi de somente 4 segundos.

A medalha de prata foi conquistada por Tom Dumoulin - colega de Roglic na Jumbo-Visma - que nos bastidores da prova, após o final, estava bastante emocionado. Lembramos que Dumoulin subiu hoje ao pódio apenas seis meses depois de ter decidido abandonar temporariamente o ciclismo para repensar o seu futuro. Voltou à competição e obteve a sua segunda medalha de prata olímpica, já que nos Jogos do Rio de Janeiro, em 2016, também obteve o mesmo resultado.
O terceiro lugar, e respetiva medalha de bronze, foi para o australiano Rohan Dennis (INEOS Grenadiers), duas vezes campeão do mundo da especialidade, mas que esta temporada tem estado alguns furos abaixo daquilo que se esperava. Bateu por 40 centésimos de segundo o alemão Stefan Kung (que foi quarto) e por um segundo o italiano Filippo Ganna. O percurso não era ao estilo do italiano, contudo o quinto posto é um excelente resultado.
Em sexto ficou Wout Van Aert, o qual fez uma primeira parte do crono bastante rápida, mas foi perdendo gás à medida que os quilómetros iam passando. Kasper Asgreen, Rigoberto Urán, Remco Evenepoel e Patrick Bevin completaram o Top10.
OS PORTUGUESES EM PROVA
Quanto aos portugueses em prova, João Almeida e Nelson Oliveira, apesar de não ficarem no top15, fizeram um crono regular. João Almeida foi o 16.º classificado e Nelson Oliveira foi o 21.º.
“Acho que consegui gerir bem o esforço, mesmo tendo arriscado tentando entrar bem desde o início. Consegui manter o nível ao longo de toda a prova, mas reconheço que, não tendo más sensações, não senti que, fisicamente, estivesse no meu máximo. Perante este lote de adversários e numa distância tão longa, tinha pensado num top 15. Acabei por ficar perto. Acima de tudo saio com a satisfação de já ser um atleta olímpico”, explicou o corredor que, na prova de fundo, ficara na 13.ª posição.
Depois do sétimo lugar no Rio de Janeiro, Nelson Oliveira aspirava a manter-se entre os dez melhores na corrida de Tóquio, não conseguindo alcançar essa meta. “Estou grato por ter podido representar Portugal em mais uns Jogos Olímpicos, mas o resultado não foi aquele para que trabalhei. Depois de tanto trabalho e sacrifício, tanto tempo longe da família e dos amigos, queria ter dado outro resultado aos portugueses, mas não foi possível. Nas partes mais duras queria subir a potência para os valores que tinha idealizado, mas o corpo não respondeu. Não tive nenhuma quebra, mas não consegui aumentar o ritmo como pretendia e era necessário para ter outro resultado. Agora há que continuar a trabalhar e pensar em próximos objetivos”, resumiu Nelson Oliveira.
O selecionador nacional, José Poeira, também reconhece que os resultados não corresponderam às expectativas. “Pelo percurso, pelo trabalho feito pelos corredores e pela sua qualidade acreditávamos que o top 10 era possível. Mas não aconteceu e há que dar os parabéns a quem foi mais forte”, reconheceu o responsável técnico.
