O atleta suíço alega estar inocente e assegura que nunca ingeriu substâncias proibidas. Segundo o próprio, a explicação para a análise positiva por Zeranol que foi detetada no laboratório acreditado pela WADA em Lausanne, pode dever-se ao consumo de carne contaminada.
De facto, nessa amostra "A" analisada, a quantidade desta substância encontrada no dia 5 de Junho de 2022 é tão pequena que, tal como defende Flückiger, deveria ter sido classificada como "resultado atípico" e não como "Resultado positivo".
O próprio laboratório de Lausanne identificou num relatório posterior aos factos aqui mencionados que esta amostra A poderá estar relacionada com um consumo de carne contaminada com esta substância - um anabolizante utilizado na indústria da carne -. De facto, o Zeranol não é conhecido no meio como uma substância dopante, mas já existem alguns casos de desportistas de elite que foram sancionados pela sua utilização, sendo uma das susbtâncias proibidas pela WADA (Agência Mundial Antidopagem).
No comunicado oficial emitido pela WADA, a quantidade aparentemente encontrada na amostra A é muito mais baixa (0,3 ng/mL) que o valor limiar para uma possível contaminação da carne (5 ng/mL). Além disso, Flückiger deu dois resultados negativos em controlos antidopagem alguns dias antes e uns dias depois da prova do dia 5 de Junho. Os métodos de medição do laboratório de Lausanne são muito mais sensíveis do que os de outros laboratórios, o que por si só poderá ajudar na defesa do atleta. A própria WADA emitiu uma ordem às restantes autoridades antidopagem sobre como proceder em casos como este, avaliando-os como casos atípicos e não como positivos. A Swiss Sport Integrity, ou seja, a entidade antidopagem suíça que lidera esta investigação não está a seguir esta nova normativa.
Por enquanto, o corredor suíço solicitou ao laboratório de Lausanne o envio de toda a documentação referente à amostra A para poder realizar as alegações pertinentes, e enquanto esta documentação não for entregue, a Swiss Sport Integrity suspendeu os prazos e não solicitou ainda nenhuma amostra B.
Flückiger também já solicitou ao investigador Pascal Kintz para realizar uma análise capilar - usada em casos extremos - e diz estar disponível para cooperar nas investigações.