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Giro: equipas preocupadas com a saúde dos seus ciclistas

Numa altura em que se presume que mais de 70% do pelotão esteja com dificuldades em termos de saúde na Volta a Itália, muito se tem falado acerca das desistências de vários ciclistas, sobretudo devido a Covid 19.

Há novas regras sanitárias no Giro
Há novas regras sanitárias no Giro

Vários ciclistas já abandonaram a prova e embora os testes ao Covid 19 não sejam obrigatórios, nem seja obrigatório às equipas comunicar os resultados desses testes à organização ou à UCI, são as próprias equipas que têm protocolos internos.

Os médicos especialistas em deporto de alta competição são unânimes. Todos os que já abandonaram não o fizeram por imposição, mas sim porque não se encontravam em condições ou por precaução, evitando riscos de saúde desnecessários. Como são atletas de alta competição, os seus metabolismos estão em grande stress, com exigências diárias extremas, portanto o seu sistema imunitário está num nível débil.

"Com frio e chuva, tentamos ajudar os ciclistas fornecendo chá quente e mudando de roupa quando esta está ensopada ou se torna desconfortável, mas no caso de virus, isso é irrelevante". Nenhuma equipa quer correr o risco de deixar um ciclista continuar em prova com o virus pois pode piorar drasticamente em pouco tempo e chegar a uma situação em que a recuperação pode demorar meses, o que na alta competição é um grande revés. 

Preocupada com a crescente onda de casos positivos, a RCS, organizadora da prova, impôs o uso de máscara nas zonas em contato com os ciclistas, embora a UCI tenha eliminado do protocolo a obrigatoriedade nas provas desde o início desta temporada. São as próprias equipas a decidir o que fazer (em caso de Covid 19) e os seus respetivos médicos. Tendo em conta os últimos desenvolvimentos, nenhuma equipa vai facilitar e já começaram a adotar medidas ainda mais restritivas, filtrando o contato com pessoas externas à prova. 

Mauro Vegni, diretor da Volta a Itália, em declarações esclareceu: "Já não existe o protocolo que existia antes, aliás nem a OMS nem a UCI catalogam o COVID como uma emergência sanitária internacional. Isto significa que cada equipa pode fazer os testes COVID que quiser. Podem decidir retirar um ciclista por razões de saúde ou podem deixá-lo continuar. Na Volta a Itália, já temos alguns casos de Covid, e não podemos assegurar que não possam surgir mais do que aqueles que já conhecemos".

Vegni acrescenta: "Se calhar deixámos de estar preocupados com o Covid cedo demais". Em resposta às críticas que a organização está a receber, foi peremptório: "Estamos a controlar a situação. Impusémos a obrigatoriedade das máscaras e se me perguntar se o deveríamos ter feito antes, a resposta é provavelmente sim". 

Quanto ao caso concreto de Remco Evenepoel, o diretor da prova disse: "a equipa médica das equipas tem a responsabilidade de avaliar as condições dos ciclistas. O Evenepoel é um ciclista jovem, tem uma carreira pela frente, e com base nisso quiseram protegê-lo". 

As equipas estão preocupadas com a situação e embora não critiquem diretamente a organização, relembram que estamos no início da segunda semana e que muitos mais ciclistas estão a dar sinais de não estarem bem. Os próximos dias serão decisivos e se mais ciclistas forem para casa devido ao Covid 19, as equipas pretendem solicitar medidas restritivas nas próximas competições, sobretudo na Volta a França e Volta a Espanha. 

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