Hoje é o primeiro dia de descanso da Volta a Itália, ainda por cima com uma notícia bombástica: o abandono de Remco Evenepoel, o líder da prova e o favorito. Ainda por cima ontem ganhou o contrarrelógio, embora por uma margem mínima.
Com a ausência do belga, a situação de corrida fica mais aberta do que nunca, com o top-5 da classificação geral dentro de uma janela temporal de 22 segundos e os dez primeiros numa margem de dois minutos. Primoz Roglic e o duo da INEOS Grenadiers (Tao Geoghegan Hart e Geraint Thomas, que passa a vestir a camisola rosa) passam a ser os principais favoritos a conquistar o Troféu Senza Fine, no entanto ainda há muita montanha pela frente. João Almeida e Jay Vine (UAE Emirates), Alekandr Vlasov (BORA hansgrohe), Damiano Caruso (Bahrain Victorious) entre outros estão a morder os calcanhares aos três principais candidatos à vitória final e - como se viu com a notícia que publicámos esta manhã -, tudo pode acontecer.

A classificação geral mudou, com a ausência do Campeão do Mundo:
1º Geraint Thomas (INEOS Grenadiers)
2º Primoz Roglic (Jumbo-Visma), a 2"
3º Tao Geoghegan Hart (INEOS Grenadiers), a 5"
4º João Almeida (UAE Team Emirates), a 22"
5º Andreas Leknessund (Team DSM), m.t.
6º Aleksandr Vlasov (BORA-hansgrohe), a 1´03"
7º Damiano Caruso (Bahrain Victorious), a 1´28"
8º Lennard Kämna (BORA-hansgrohe), a 1´52"
9º Pavel Sivakov (INEOS Granadiers), a 2´15"
10º Jay Vine (UAE Team Emirates), a 2´24"
Com esta alteração inesperada, e com o Covid a voltar a ser decisivo numa Grande Volta, com seis abandonos até agora (Evenepoel, Rigoberto Urán, Filippo Ganna, Giovanni Aleotti, Nicola Conci e Clément Russo) a prova entra agora na segunda semana, numa fase de transição, prévia à demolidora semana final. Os ciclistas terão de enfrentar uma etapa de alta montanha que certamente vai marcar diferenças entre os favoritos (será a 13ª etapa, na sexta feira), com chegada na estação helvética de Crans Montana (13,1 km sempre a subir com uma percentagem média de 7,2%), mas antes os ciclistas terão de subir Colle del Gran San Bernardo - Cima Coppi - com 2.469 metros e ainda a duríssima Croix de Coeur (15,4 km a 8,8% de média). Será uma etapa imperdível de 207 km com uns incríveis 5.100 metros de desnível acumulado, sendo esta a primeira etapa de cinco estrelas deste Giro.

A 12ª etapa, com o exigente Colle Braida (9,8 km a 7,1%, com rampas que chegam aos 12%) situado a 28 km da meta também poderá implicar alguma movimentação no grupo dos favoritos, no entanto lembramos que esta etapa ocorre precisamente no dia anterior ao pelotão enfrentar a "intragável" 13ª etapa, que vai deixar em grandes dificuldades mais de 90% do pelotão. Poderá ser um dia ideal para ataques, sobretudo de alguém que não implique preocupações na geral.
Além disso, a 15ª etapa (no domingo) tem um percurso interessante, com a subida a Valico di Valcava (11,6 km a 8%, com 3 km acima dos 11%) nos primeiros quilómetros, seguido de duas subidas de segunda categoria, embora longe da meta: Selvino (11,1 km a 5,6%), Miragolo San Salvatore (5,2 km a 7%) e Roncola Alta (10 km a 6,7%).
ETAPAS DA SEGUNDA SEMANA DO GIRO
10ª etapa. Scandiano - Viareggio, 196 km

11ª etapa. Camaiore - Tortona, 219 km

12ª etapa. Bra - Rivoli, 179 km

13ª etapa. Borgofranco d’Ivrea - Crans Montana, 207 km

Esta etapa alpina entrará na Suíça e o pelotão terá de enfrentar a dura Cima Coppi, a interminável Colle del Gran San Bernardo (uma subida de 34 km a 5,5%, chegando aos 2.469 metros de altitude), tendo depois os ciclistas de subir o Croix de Coeur (15,4 km a 8,8%) e ainda a Crans Montana (13,1 km a 7,2%).
14ª etapa. Sierre - Cassano Magnago, 194 km

15ª etapa. Seregno - Bergamo, 195 km
