Finalmente. Quando parecia que os fantasmas do dia anterior voltariam a sobrevoar o Giro, a corrida finalmente teve mexidas no grupo dos favoritos. Deu para perceber que alguns dos favoritos afinal não estão na forma que aparentavam e que os que pareciam estar a passar algumas dificuldades, afinal estão melhor do que pareciam.
Tudo aconteceu numa subida de quarta categoria com 2,8 km a 7,8% de pendente média, mas com rampas que chegavam a ter dois dígitos. Neste final de etapa (que no total teve 207 km), a Bora-Hansgrohe tentou controlar a situação, mas Primoz Roglic mexeu na corrida, lançando um alerta geral no pelotão.
Ao seu ataque respondeu Alexander Vlasov (Bora-Hansgrohe), bem como - para surpresa de todos - Andreas Leknessund (Team DSM), que tudo fez para defender a camisola rosa. Vlasov rebentou pelas costuras, e Leknessund ficou sozinho com Roglic, dado que o principal inimigo, Remco Evenepoel, tentava encurtar a distância.
Nesta curta subida foi percetível a incapacidade de Remco em acompanhar o ritmo de Roglic. Leknessund sofreu muito, mas o seu esforço foi recompensado com a manutenção da camisola de líder. O próprio Evenepoel foi ultrapassado por Tao Geoghegan Hart e por Geraint Thomas (INEOS Grenadiers).
O trio formado por Roglic e pelos dois ciclistas da INEOS chegou à meta com 14 segundos de vantagem sobre o grupo de Evenepoel, onde também estavam João Almeida (UAE Team Emirates), apoiado pelo seu companheiro Jay Vine, bem como por Damiano Caruso, Jack Haig (Bahrain Victorious) e Pavel Sivakov (INEOS Grenadiers).
No entanto, nenhum destes lutou pela vitória na etapa. Ben Healy (EF Education-EasyPost) foi o principal fugitivo do dia e ganhou isolado.
O irlandês atacou a 50 km da meta e nunca mais foi apanhado. Na geral, Evenepoel está em segundo lugar, a 8 segundos de Leknessund e Roglic está em terceiro, a 38 segundos. João Almeida é quarto, a 40 segundos.