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Delio Fernandez vence na Torre quinta etapa da Volta

O galego da AP Hotels & Resorts/Tavira/Farense demonstrou que "velhos são os trapos" e através de muita sapiência, coragem e determinação, ganhou a etapa mais dura desta Volta a Portugal. 

Podium e Carlos Pinto

Delio Fernandez vence na Torre quinta etapa da Volta
Delio Fernandez vence na Torre quinta etapa da Volta

Delio Fernandez é um dos ciclistas galegos no ativo que melhor conhece as estradas portuguesas. Tem 37 anos e a maior parte da sua carreira foi em Portugal, estando ao serviço da AP Hotels & Resorts/Tavira/Farense, uma das formações mais antigas do mundo. 

Se em outras ocasiões teve de trabalhar para outros, nesta deempenhou com precisão o papel de líder e lendo bem a expressão de sofrimento dos ciclistas que o rodeavam, decidiu tentar a vitória na etapa mais dura desta volta. Já se sabia que esta etapa seria de transição e que a classificação geral ficaria transfigurada, mas ninguém contava com um erro estratégico da Glassdrive/Q8/Anicolor. 

No início da parte mais dura, na Covilhã (lembramos que a etapa começou em Mação e tinha 184,3 km) a Glassdrive chegou a ter três homens no grupo da frente, mas pouco depois o vencedor da Volta a Portugal do ano passado, Mauricio Moreira, não aguentou o ritmo e descaiu. Este sinal de alerta na formação de Rúben Pereira foi um alento para os seus adversários. 

Nos duros e penosos quilómetros em direção à Torre - sempre a subir e com muito calor - só o suíço Colin Stussi (Team Voralberg) e o basco Txomin Juaristi (Euskatel Euskadi) cnseguiram seguir na dianteira. Frederico Figueiredo (Glassdrive/Q8/Anicolor) chegou a tentar várias vezes atacar, mas os seus adversários responderam sempre e não conseguiu juntar-se ao trio que estava na dianteira. 

No ponto mais alto de Portugal Continental, Delio Fernandez deu o golpe final, acelerando o ritmo e ganhando a etapa com seis segundos de vantagem sobre o suíço Stussi. O terceiro foi Txomin. Henrique Casimiro (Efapel) foi o melhor português a 36 segundos do vencedor.

NOVO CENÁRIO NA VOLTA

Apontados como principais nomes para ganhar a 5ª etapa, Frederico Figueiredo e Mauricio Moreira (Glassdrive/Q8/Anicolor) perderam muito tempo na subida à Estrela, sobretudo o uruguaio, que perdeu mais de nove minutos. Figueiredo ficou-se pelo minuto e onze de prejuízo.
Depois desta etapa, a Volta está mais do que lançada e totalmente em aberto ainda para muitos corredores. Aguarda-se uma segunda fase verdadeiramente eletrizante.

JOÃO MATIAS VOLTOU A DAR ESPETÁCULO

Desportivamente o dia começou com uma fuga de cinco elementos aos dezoito quilómetros antes da Meta Volante do Sardoal. No grupo estava João Matias, nada mais nada menos do que o líder, que tratou logo de colecionar os três segundos de bonificação. A estratégia era prolongar e dilatar o que fosse possível da magra vantagem que tinha sobretudo sabendo que esta tirada não lhe era nada favorável. À distância, o pelotão foi controlando a distância dos fugitivos permitindo, ainda assim, alguma margem tendo consciência que no assalto à serra da Estrela tudo seria diferente. Como foi.

O corredor da Tavfer/Ovos Matinados/Mortágua ainda ganharia mais três segundos no sprint intermédio de Oleiros. De pouco ou nada valeu porque na Covilhã a história seria outra quando o grupo da frente se diluiu e Matias pouco a pouco foi despindo a Amarela quando os trepadores se assumiram.

CAMISOLAS MUDAM DE LÍDERES

Era previsível que a etapa da Torre trouxesse mexidas às diversas classificações, mas o que aconteceu foi uma autêntica revolução e não apenas nas contas da Camisola Amarela. Coincidindo o final de etapa com um Prémio de Montanha de Categoria Especial, Delio Fernandez (AP Hotels & Resorts/Tavira/Farense) passou também a ser o “Reis dos Trepadores” com a Camisola às Bolinhas Azuis Europcar.

Na luta pela Camisola Branca Jogos Santa Casa, o meritório 14º lugar do jovem de 21 anos Afonso Eulálio (ABTF Betão /Feirense) passou a valer-lhe a liderança da classificação da juventude.

O único símbolo que não teve alteração foi o da regularidade ou pontos, a Camisola Laranja Galp. A vantagem conseguida anteriormente pelo checo Daniel Babor (Caja Rural/Seguros RGA) foi suficiente para garantir a distinção.

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