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Camisola às bolinhas celebra meio século de existência

Sabias que Richard Virenque ainda é o ciclista que mais vezes vestiu a camisola da montanha no Tour? E sabias que há um ciclista português na lista?

Lorenzo Ciprés. Fotos: Arquivo Ciprés / Sprint Cycling Agency

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Camisola às bolinhas celebra meio século de existência

Na edição de 1975 da Volta a França, dois episódios marcaram irremediavelmente o futuro da prova. Um foi o fim do domínio indiscutível de Eddy Merckx e o outro foi a introdução de uma nova camisola para identificar o líder da classificação da montanha. 

A pedido da Poulain, empresa chocolateira que patrocinava o Tour nessa época, a organização, liderada por Felix Levitan, criou um design que lhe daria maior visibilidade e impacto, mas que também era muito pouco convencional para os padrões usuais da época. Dizia-se, e há fotos que comprovam, que a invenção era uma réplica daquela usada quarenta anos antes nos velódromos franceses por Henri Lemoine, especialista em meia distância que, por sua vez, se tinha inspirado nas jaquetas dos jóqueis para atrair maior atenção e interesse do público.

Passados cinquenta anos, e após sucessivas atualizações e modernizações, aquele espírito inicial continua inalterado. No passado dia 5 de Julho em Lille, no final da etapa inaugural onde os ciclistas subiram três subidas de quarta categoria, foi realizada a cerimónia de entrega número 1.078 (o francês Benjamin Thomas da Cofidis foi o sortudo) desde que foi atribuída a primeira camisola há 50 anos em Molenbeek (Bruxelas). 

Naquele dia, dividido em dois setores, Joop Zoetemelk foi o vencedor, entregando a camisola passadas vinte e quatro horas, em Roubaix, a Lucien Van Impe, um dos dominadores históricos da montanha.

Esta lista não inclui os resultados deste ano.

159 NOMES

Entre o referido Joop Zoetemelk, primeiro, e Richard Carapaz, vencedor do Prémio da Montanha do Tour de 2024, 159 ciclistas tiveram a oportunidade de vestir a camisola às bolinhas na Volta a França, incluindo o português Acácio da Silva (duas etapas). 

Richard Virenque, com 96 etapas, e Lucien Van Impe, com 70, lideram a lista. Mas há outros nomes que também merecem ser mencionados como Claudio Cjiappucci, Michael Rasmussen (ambos com 27 etapas), mas também Lucho Herrera, com 26 etapas. 

O ciclismo francês lidera, com 53 corredores, seguindo-se na lista os Paises Baixos e Itália. 

Como é óbvio, a maioria são trepadores, mas a lista também contempla ciclistas com outro perfil. Por exemplo, Jean-Paul van Poppel e Marcel Wust eram sprinters, Jan Raas, os Van der Poel (tanto o pai como filho), Greg van Avermaet ou Tony Martin são também ciclistas que não podemos considerar puros trepadores. Não podemos também deixar de incluir nomes como Roche, Fignon, Delgado, Pantani, Andy Schleck, Bernal, Roglic... ou mesmo Lance Armstrong.

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