1. JOÃO ALMEIDA (UAE TEAM EMIRATES)
Como não podia deixar de ser, começamos por aquela que, para nós, é a mais marcante e decisiva. João Almeida é indiscutivelmente um grande talento e aos 23 anos terminou esta temporada no 9º lugar do ranking mundial da UCI após seis vitórias (ganhou a Volta à Polónia e duas etapas, a Volta ao Luxemburgo bem como uma etapa e é o atual Campeão nacional de contrarrelógio). Além disso, tem mais resultados de relevo que confirmam a sua fiabilidade: foi 6º na Volta a Itália, 3º no Tour dos Emirados Árabes Unidos, 6º no Tirreno Adriático, 7º na Volta à Catalunha, 2º no Giro dell´Emilia, 3º na Milão-Turim...
O jovem luso é um ciclista versátil, um exímio contrarrelogista e um bom finalizador em subidas, defendendo-se cada vez melhor na alta montanha. Apesar de só ter participado em duas edições da Volta a Itália, foi 4º em 2020 e 6º este ano, o que atesta bem a sua regularidade, demonstrando qualidades mais do que suficientes para lutar por um dos lugares do pódio em qualquer prova por etapas. Após duas temporadas na Deceuninck-Quick Step, muda-se de armas e bagagens para a UAE Team Emirates onde, para além de ser um gregário de luxo de Tadej Pogacar, irá liderar a equipa em muitas provas. Com uma equipa ao seu lado, terá certamente inúmeras oportunidades para continuar a ampliar o seu palmarés.
2. MIGUEL ÁNGEL LÓPEZ (ASTANA QAZAQSTAN TEAM)
Esta foi, sem dúvida alguma, a contratação que mais deu que falar... e não por motivos desportivos. A sua imagem ficou bastante abalada após o seu abandono na Volta a Espanha, motivando a sua saída abrupta da Movistar. O colombiano regressa à Astana, equipa que representou nas suas primeiras seis temporadas como profissional (entre 2015 e 2020), obtendo 17 vitórias.
Polémicas à parte, estamos a falar de um dos melhores trepadores do pelotão, como voltou a demonstrar esta temporada com as suas vitórias no alto do Gamoniteiru (Volta a Espanha) e no Mont Ventoux Dénivelé Challenge, bem como na etapa rainha e na geral da Volta à Andaluzia. Na equipa cazaque será um dos líderes, principalmente na Volta a Itália, que se adapta perfeitamente ao seu estilo (muita montanha e poucos quilómetros de contrarrelógio). Também deverá participar na Volta a França.
3. ALEKSANDR VLASOV (BORA-HANSGROHE)
A equipa BORA-hansgrohe reforçou-se bastante neste defeso para a temporada de 2022 e (entre outras contratações) destacam-se alguns nomes: Aleksandr Vlasov, Sergio Higuita e Jai Hindley. O russo é, aos 25 anos de idade, um dos nomes mais sonantes, tendo demonstrado nas duas temporadas que passou na Astana ser um dos ciclistas a ter debaixo de olho nas próximas temporadas, sobretudo nas Grandes Voltas.
É um grande trepador, um ciclista sólido, "frio" na estrada. Após ganhar em 2020 o Mont Ventoux Dénivelé Challenge e o Giro dell´Emilia, esta temporada sagrou-se Campeão da Rússia em contrarrelógio e destacou-se na Paris-Nice (onde acabou em 2º), no Tour dos Alpes (3º) e na Volta a Itália, na qual esteve prestes a subir ao pódio (foi 4º). Ainda falta saber como é que a BORA-hansgrohe vai dividir o calendário de provas, dado que possui no seu leque de ciclistas nomes importantes como Wilco Kelderman (3º no Giro de 2020 e 5º no passado Tour), Emanuel Buchmann (4º no Tour de 2019) e Maximilian Schachmann, vencedor das duas últimas edições do Paris-Nice.
4. PETER SAGAN (TEAM TOTAL ENERGIES)
Embora o seu nível de forma já não seja o mesmo do que aquele que demonstrou após ganhar três Mundiais consecutivos entre 2015 e 2017, Peter Sagan continua a ser um dos ciclistas mais mediáticos (e bem pagos) do pelotão internacional. Sagan assinou por duas temporadas e embora não seja uma equipa World Tour, a presença do eslovaco assegura um convite em muitas provas de nível internacional.
Sagan abandonou a BORA-hansgrohe, onde esteve cinco temporadas, ao deixar de ser a referência da equipa, dado que nos últimos tempos a geral das provas por etapas começou a ser a prioridade. Aos 31 anos ainda é um ciclista com "gasolina" suficiente para lutar pela vitória, como demonstrou nesta temporada através de vitórias em etapas na Volta à Catalunha, Volta à Romandia, Volta a Itália e Volta à Eslováquia.
5. SAM BENNETT (BORA-HANSGROHE)
A BORA-hansgrohe também fez uma profunda remodelação no seu plantel de sprinters. Saíram da equipa Pascal Achermann (para a UAE Team Emirates) e Peter Sagan, mas chegaram Danny van Poppel e Sam Bennett, acompanhado do seu amigo e lançador de confiança, Shane Archbold. O irlandês já tinha estado na BORA entre 2014 e 2019, mas agora regressa com outro status.
Após consagrar-se em 2020 como um dos melhores sprinters do mundo (com sete vitórias, destacando-se a camisola verde na Volta a França), o irlandês começou esta temporada em grande nível, ganhando etapas no UAE Tour, Paris-Nice e Volta ao Algarve. Mas a partir de Maio tudo mudou, primeiro devido a uma lesão no joelho, depois devido a um desacordo com Patrick Lefevere (renovação de contrato). O patrão da Deceuninck-Quick Step deixou-o fora do Tour (entrou Mark Cavendish) e as desavenças cresceram, provocando a sua saída.
6. VINCENZO NIBALI (ASTANA QAZAQSTAN TEAM)
Aos 37 anos, Vincenzo Nibali - o único ciclista em atividade vencedor das três Grandes Voltas, juntamente com Chris Froome - completará na Astana Qazaqstan Team aquela que pode ser a sua última temporada como profissional. Depois de três anos na Bahrain Merida e dois na Trek-Segafredo, o Tubarão de Messina regressa a uma casa que bem conhece (militou nesta equipa entre 2013 e 2016), tendo sido lá que alcançou os seus maiores êxitos, como a Volta a Itália de 2013 e 2016 e a Volta a França de 2014. Nibali vai partilhar a liderança com Miguel Ángel López e, ao mesmo tempo, ajudará a transmitir toda a sua experiência aos mais jovens da equipa.
A sua vitória no Giro de Sicilia deu-lhe a confiança necessária para iniciar a próxima temporada com otimismo. Planeia participar em cinco monumentos (estreando-se no Paris-Roubaix) e na Volta a Itália. Será que veremos o "Tubarão" voltar aos bons velhos tempos?
7. MICHAEL STORER (GROUPAMA-FDJ)
O australiano de 24 anos - uma das grandes revelações da temporada - muda-se da DSM para a Groupama-FDJ, onde espera consolidar-se como um ciclista completo e dominador. Já deu para ter ideia da sua qualidade na Volta a Espanha, por isso este é mesmo um nome a reter.
Michael Storer surpreendeu tudo e todos na Vuelta após estrear-se como ciclista profissional apenas algumas semanas antes no Tour de l´Ain, onde conquistou a etapa rainha e a classificação geral. Na Volta a Espanha deslumbrou: venceu duas etapas e deixou meio mundo boquiaberto na etapa do Gamoniteiru (apesar de não ter vencido esta tirada), além de ter vestido a camisola de líder da classificação da montanha.
8. ALEX ARANBURU (MOVISTAR TEAM)
Após duas temporadas na Astana, aos 26 anos Alex Aranburu muda-se para a Movistar e lá permanecerá pelo menos até 2024. É um ciclista polivalente, capaz de se destacar em quase qualquer terreno e tem uma ponta final forte, que poderá ser a sua maior arma em provas de um dia.
O seu palmarés não é (ainda) muito rico, mas destacam-se atuações de grande nível na Itzulia (onde ganhou uma etapa), Milão-San Remo (foi 7º), na Omloop Het Nieuwsblad (6º), na Amstel Gold Race (11º), na Fléche Wallone (13º) e o 3º lugar no Campeonato de Espanha, bem como o Memorial Marco Pantani. Será certamente um dos ciclistas a destacar na Movistar, especialmente nas clássicas.
9. ROHAN DENNIS (JUMBO-VISMA)
Trata-se de um dos melhores roladores e contrarrelogistas do pelotão (foi duas vezes Campeão do Mundo desta especialidade) e chega agora a uma das equipas mais fortes nas Grandes Voltas, onde terá o papel de trabalhar para os seus líderes. Além disso, se formos analisar o plantel da equipa, conseguimos ver claramente que tem um conjunto potentíssimo na luta contra o tempo: Primoz Roglic, Tom Dumoulin, Wout van Aert e Jonas Vingegaard.
Após dois anos repletos de altos e baixos na INEOS Grenadiers - nos quais somou "somente" duas vitórias, ambas esta temporada (na Volta à Catalunha e na Volta à Romandia), e que tiveram o seu ponto alto no impressionante trabalho de gregário que fez em prol de Geoghegan Hart nas montanhas da Volta a Itália 2020, Rohan Dennis chega à equipa holandesa com as ideias muito claras sobre qual deve ser o seu papel: contribuir para as vitórias da equipa nas Grandes Voltas e tentar a sua sorte nas provas de uma semana.
10. JAKOB FUGLSANG (ISRAEL START-UP NATION)
Esta foi mais uma contratação que deu que falar, não só pela idade de Fuglsang (cumpre 37 anos em Março), mas sobretudo pelo seu discreto rendimento esta temporada, na qual quase passou depercebido, excepto na Volta à Suíça, onde acabou em terceiro. Muito pouco para um ciclista que acumula vitórias de prestígio como no Dauphiné, Liége, Lombardia...
Agora, chega à Israel Start-Up Nation, equipa repleta de veteranos (Froome, Woods, Hermans, De Marchi, Vanmarcke...), com a ambição de recuperar a sua forma. Como a Volta a França parte em 2022 da Dinamarca, pode ser que o ciclista volte a demonstrar que ainda tem muito para dar à modalidade.
OUTRAS CONTRATAÇÕES SONANTES
- Giacomo Nizzolo (Israel Start-Up Nation, oriundo da Team Qhubeka NextHash)
- Ion Izagirre (Cofidis, oriundo da Astana Premier-Tech)
- Sergio Higuita (BORA-hansgrohe, oriundo da EF Education-Nippo)
- Omar Fraile (INEOS Grenadiers, oriundo da Astana Premier-Tech)
- Iván Ramiro Sosa (Movistar Team, oriundo da INEOS Grenadiers)
- Alexander Kristoff (Intermarché - Wanty - Gobert, oriundo da UAE Team Emirates)
- Mauro Schmid (Quick Step-Alpha Vinyl, oriundo da Qhubeka NextHash)
- Victor Camepnaerts (Lotto Soudal, oriundo da Team Qhubeka NextHash)
- Marc Soler (UAE Team Emirates, oriundo dal Movistar Team)
- Esteban Chaves (EF Education - Nippo, oriundo da Team BikeExchange)
- Elia Viviani (INEOS Grenadiers, oriundo da Cofidis)
- Antwan Tolhoek (Trek-Segafredo, oriundo da Team Jumbo-Visma)
- Pascal Ackermann (UAE-Team Emirates, oriundo da BORA-hansgrohe)
- Luis León Sánchez (Bahrain - Victorious, oriundo da Astana Premier-Tech)