A nova Checkpoint ALR 5 é claramente uma evolução do modelo anterior, mantendo os grandes traços que fizeram sucesso, mas introduz atualizações significativas para melhorar o conforto e a versatilidade. Em comparação com versões antigas, temos agora uma geometria de endurance mais moderna, com mais stack e menos reach. A forqueta tem agora um "rake" de 48 mm, o que contribui para uma maior estabilidade, mesmo sem alterar o ângulo de direção, resultando em maior controlo e conforto.
O quadro em alumínio da série Alpha 300 utiliza tubos hidroformados com secções de diferentes espessuras, e a forqueta em carbono com coluna cónica contribui para suavizar irregularidades no terreno. Este quadro está preparado para receber uma suspensão dianteira até 40 mm de curso, assim como um dropper post, o que, em conjunto com espaço para pneus até 50 mm de largura, e novas fixações para bagagens, guarda-lamas e grades de bidon, resultam num cocktail cada vez mais polivalente, desde um “gravel race” ao “bikepacking”.
O quadro conta com cabos internos, pouco habitual em bicicletas de alumínio desta gama, eixo pedaleiro T47, e ponteira UDH para futuro upgrade.
A transmissão desta versão é da gama SRAM Apex XPLR de 12 velocidades, com cassete 11-44 (o máximo permitido pelo desviador), combinada com um pedaleiro com prato de 40 dentes e cujos cranques variam entre os 165 e os 172.5mm de comprimento consoante o tamanho do quadro.
Todos os modelos Checkpoint ALR vêm com transmissão 1x, mas podem ser convertidos para 2x com um suporte para o desviador dianteiro, o que é uma característica bem-vinda especialmente se pedalas em zonas com grandes inclinações onde a configuração original pode ser limitada.
Os pneus montados de origem são os Bontrager Girona Pro, tubeless ready, com protecção anti-furos, 40mm de largura mas que resulta em 42 mm reais quando montados nas rodas Bontrager Paradigm.
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O guiador, avanço, selim e o respetivo espigão são da gama de entrada da Bontrager, todos componentes económicos que ajudam a manter o preço final baixo sem comprometer com o desempenho.
De facto, o selim é confortável e anatómico, o guiador também tem um desenho correto com um flare suficiente. A fita de guiador podia ser um pouco mais espessa, contribuindo para o conforto. Em alternativa, a marca colocou inserts de gel no topo do guiador mas não o fez nos drops, e a diferença é grande. Como upgrade, aconselharia a troca do espigão por um de carbono, o que ajudaria a melhorar um pouco o conforto para quem queira manter os pneus de origem. Caso queiras aumentar para uns 45 ou 50c, onde podes reduzir a pressão de ar, então já não justifica o espigão de carbono a não ser para poupar uns gramas.
De origem e com o equipamento descrito, e já contanto com uma grade de bidon, esta Trek, em tamanho ML, entra ligeiramente nos dois dígitos, com a nossa balança a acusar 10.01 kg sem pedais, e está disponível em seis tamanhos, do XS ao XL.
Em termos de condução, a Checkpoint ALR 5 mostra-se uma bicicleta extremamente versátil. Em estradas de gravilha solta ou caminhos de terra, mantém boa estabilidade, mesmo em velocidades elevadas, graças à geometria que equilibra a distância entre eixos e o ângulo da direção. No entanto, os pneus mostram alguma limitação na aderência em curva e em acelerações em subida, pois o seu piso discreto é mais adequado para rolar rápido em pisos mais compactos. Mas consegue-se na mesma um uso polivalente desde que saibamos colocar a potência de modo progressivo e ir curvando sempre com mais cuidado no início.
Em troços rápidos de gravel esta Trek cumpre o que promete, mantendo-se previsível de reações e para quem queira sentir mais segurança aconselhamos montar pneus com mais aderência se a intenção for rolar em pisos mais soltos. Devido ao seu peso, não só total como nas rodas, sente-se alguma lentidão nas acelerações e em subida. Já a descer e no plano, a estabilidade que sentimos faz passar esta questão para segundo plano.
No que respeita à transmissão, e como já seria de esperar, em subidas íngremes, a cassete de 44 dentes não permite manter cadências elevadas em conjunto com o prato de 40. Aqui seria bem-vinda uma transmissão 2x ou uma cassete 10-50, até porque no espectro oposto, o carreto de 11 fica “curto” assim que apanhas uma descida ligeira e queres manter velocidades acima de 40kmh sem parecer que vais a fazer uma série de alta cadência!
O conforto é razoável para um quadro de alumínio: há ainda algumas vibrações perceptíveis, especialmente através do guiador e dos pés em pisos muito irregulares, enquanto que o selim é confortável qb e disfarça o facto de o espigão ser de alumínio. Como já mencionámos, um upgrade simples seria a troca por um espigão de carbono. Tiras peso, ganhas conforto, e ficas com uma bicicleta rápida graças aos pneus muito “roladores”. Mas se preferes tração e queres aprimorar ainda mais o conforto, então opta por pneus largos. Estes 40mm são um bom compromisso on e off road, mas se não rolas em alcatrão o suficiente para justificar estes semi-slick, então aproveita e aumenta a largura e a dimensão do cardado.
E já que falamos em alcatrão, que muitas vezes acaba por ser uma presença incontornável nas saídas grandes de gravel, podemos dizer que a resposta é satisfatória: não é tão ágil ou leve como uma bicicleta de estrada pura, escusado será dizer, mas surpreende pela capacidade de manter ritmos elevados no plano e responder bem às mudanças de piso, e aqui podemos agradecer em grande parte aos pneus Girona.
A ALR 5 custa 1.779 euros e na gama temos ainda a ALR 3 por 1.159 euros e a ALR 4 po 1.339 euros, ambas da mesma geração desta ALR 5. A Trek também vende só o quadro por 619 euros e ainda comercializa algumas versões da geração anterior, para o caso de procurares um bom negócio mas, claro, sem as inovações introduzidas nesta geração.
CONCLUSÃO
A Checkpoint ALR 5 é uma proposta muito sólida para quem procura versatilidade: quadro em alumínio com forqueta em carbono, geometria pensada para gravel e bikepacking, ampla folga para pneus e muitos pontos de montagem, tudo pensado para oferecer um compromisso entre robustez, polivalência e comportamento dinâmico. Se o teu critério é o preço — e estabeleceste um teto máximo de 2000€ como referência — há várias alternativas interessantes que ficam nessa faixa ou muito perto e que merecem ser consideradas antes de decidires.
Por exemplo, a Specialized Diverge 4 Sport Alloy aparece como uma opção diretamente comparável. Montada sobre quadro em alumínio E5 com forqueta de carbono e equipada com um grupo intermédio, a Diverge é um pouco mais cara, 1.999 euros, mas em contrapartida conta com amortecedor Future Shock e o espaço de arrumação SWAT.
Se costumas pedalar em zonas íngremes, existem duas opções interessantes com pedaleiro duplo: a Cannondale Topstone 2 (1.799 euros) é também uma bicicleta fácil de conduzir e confortável para enfrentar percursos longos, com boa estabilidade quando carregada e uma geometria que oferece confiança e capacidade para ultrapassar os piores pisos.
E se queres algo com uma postura mais racing, a Scott Speedster (1.699 euros) pode ser a solução, com uma geometria ligeiramente mais agressiva.
Por fim, mas não menos importante, tem em atenção a Cube Nuroad, a única bicicleta de gravel com quadro, forqueta, guiador e espigão em carbono abaixo dos 2000 euros.
