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TESTE: sapatos Shimano RX-8

Apesar de muita gente utilizar sapatos de XC para a prática do gravel, a verdade é que muitas marcas já têm no seu catálogo modelos específicos para essa modalidade, otimizados para essa utilização e as suas diferentes nuances relativamente ao BTT. É o caso destes Shimano RX-8.

Alexandre Silva

Testámos os sapatos Shimano RX 8
Testámos os sapatos Shimano RX 8

Já existe no mercado uma grande variedade de sapatos específicos de gravel. A Shimano tem três modelos no seu catálogo, começando com os RX-6 para os menos exigentes e abonados e terminando nos RX-8, que aqui testamos, para quem procura mais performance e leveza. Depois existe ainda uma versão mais “exploradora” e “invernosa” dos RX-8, os RX801R, com proteção extra sob a forma de uma “meia” de neoprene acima do tornozelo. 

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Estes RX-801 são bastante leves para uns sapatos fora de estrada, sendo uns gramas mais ligeiros que os Sphyre XC-9 que estão num patamar de preço e de materiais bem acima. Conseguem este peso graças não só aos materiais usados como pela ausência daqueles pitões extra na frente, que implicam sempre os encaixes/roscas. 

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Sendo um sapato destinado a quem dá mais primazia à performance, o conforto, ainda que presente, não é o mesmo. Falamos do formato principalmente. São relativamente estreitos, até para quem tem pés “dentro da média” e a parte frontal “afunila” - pelo menos no meu caso pessoal - não deixando os dedos muito folgados. E convém lembrar que em uso prolongado e/ou em dias mais quentes, os pés tendem a aumentar de volume. Portanto aconselhamos experimentar a versão “wide” mesmo que não tenhas pés largos. 

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Até porque de resto, e mesmo sendo um topo de gama, são bastante confortáveis. A parte superior agarra bem o pé sem criar pontos de pressão desconfortáveis. O fecho BOA Li2 tem um sistema que aperta duas tiras independentes que assim distribuem o aperto pelo peito do pé. O interior tem bastante almofadado se considerarmos que é um sapato mais direcionado à competição e que é bastante leve. Este almofadado é bastante útil para ajudar a filtrar parte das vibrações de um uso offroad. 

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Por fim, destaque para as palmilhas, que permitem três configurações de arco de apoio: apoio mínimo, sem cunhas, para quem tem os pés mais chatos, e duas cunhas de diferentes alturas (amarelas ou vermelhas), para assim ir de encontro à maioria dos pés.

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Na maioria das vezes, quando saímos para uma “gravelada”, é inevitável rolar ocasionalmente em alcatrão. Nessas situações, apesar de não termos aquele feeling direto e aquela sensação de muita superfície de apoio sapato/pedal, a verdade é que a rigidez da sola de carbono permite ainda assim um bom nível de reação e resposta quando aceleramos, portanto a diferença não é assim tão grande para um sapato de estrada. 

VÊ AQUI O VÍDEO

 

A rigidez da sola, segundo a escala da marca é um 10, o que fica logo abaixo dos topos de gama para XC e dois pontos abaixo dos topos de gama para estrada. Portanto aqui a ideia foi dar o máximo de rigidez adequada à modalidade assumindo que quem decidir utilizar estes sapatos vai dar prioridade à transferência da potência em detrimento de uma maior flexibilidade quando precisamos de desmontar e caminhar ou quando queremos filtrar melhor as irregularidades do terreno. 

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E apesar de efetivamente a sola ser bastante rígida, e com isso acarretar as vantagens que conhecemos, a verdade é que ainda assim fazem um bom trabalho a dissipar a trepidação dos pisos típicos de gravel. Sobretudo graças ao formato envolvente e à quantidade ainda considerável de forro e ainda o conforto proporcionado pela palmilha que, apesar de ser leve, não é daquelas super finas que deixam sentir tudo o que se passa.

Em relação ao período ideal de utilização, este é um sapato planeado para ser utilizado o ano todo, portanto não é demasiado ventilado para o inverno nem é demasiado “forrado” para o Verão. 

O “cardado” da sola é bastante agressivo, com “pitons” afiados (aliás quando são novos convém ter cuidado a agarrar nos sapatos para não nos aleijarmos) e por isso têm bastante tração quando caminhamos. A sola de carbono, não sendo de rigidez máxima, permite caminhar com algum conforto, graças a uma pequena flexão.

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Em suma, estamos perante um sapato que tem pequenas diferenças para os de BTT e isso reflete-se acima de tudo no peso que se conseguiu poupar e permitem também estar a um bom nível sem custar o mesmo que uns topo de gama. De cores sóbrias e materiais robustos, estão preparados para manter o seu aspeto por bastante tempo. Alguns utilizadores gostariam possivelmente de cores mais divertidas mas em troca têm uma imensidão de tamanhos e versões normais e wide para escolher.

Pontos a favor: conforto, apesar da rigidez; imensa escolha de tamanhos e versão wide

Pontos a melhorar: tecnicamente nada a apontar, mas podiam ter uma opção mais colorida 

 

FICHA TÉCNICA

Preço: 249€
Peso: 580g o par (sem cleats, tam. 44)
Cores: preto ou prateado 
Tamanhos: 36 a 48. Meios tamanhos entre 39.5 e 46.5. Versões wide entre o 38 e o 48 (exceto nos meios números)
Site da marca: bike.shimano.com 
Distribuidor: www.scvouga.pt 

 

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